Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
17/04/2016
.
.
"TOMADA DE
DECISÃO"!
ÚLTIMO EPISÓDIO
Decidir não é tarefa fácil, esta série não é a solução para quem decide mas ajuda muito.
*
As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
.
.
Russ Altman
O que acontece
quando se misturam
medicamentos?
Se você toma dois medicamentos diferentes por duas razões diversas, aqui vai um pensamento perturbador: o seu médico talvez não saiba tudo o que acontece quando eles se combinam, porque é inacreditavelmente difícil estudar interações de remédios.
Nesta palestra fascinante e acessível, Russ Altman mostra como médicos estão estudando interações medicamentosas inesperadas usando uma ferramenta surpreendente: históricos de pesquisa na Internet.
.
ALEXANDRA DE ALMEIDA FERREIRA
.
O conceito de ‘offshore’ e a lógica com que é abordado remete-me imediatamente para o igualmente complexo e amplamente criticado conceito de ‘swap’. A sua má utilização e a incompetência dos gestores – que Portugal pagará caras – não invalida a bondade e virtudes do instrumento. De forma simples, é um seguro contra flutuações de mercado com base em cenários de evolução de taxa de juro estabelecida pelos bancos centrais. Uma negociação competente e ajuizada por boas equipas de economistas mitiga riscos e poupa dinheiro a quem os contrata, Estados incluídos.
Haverá mais exemplos de um léxico financeiro que nos chega pelas páginas de jornais explicados apenas à luz de quem faz usos abusivos e ilegais destes instrumentos. Mas todos temos o dever de olhar para estas questões tendo presentes todas as dimensões do problema e não apenas aquelas que nos são apresentadas como casos flagrantes e indiscutíveis de abuso. A isso nos obriga a maturidade democrática e um choque com um capitalismo que se desenvolveu em cima das oportunidades que as ineficiências desse sistema produziu, agravadas pela dificuldade dos Estados regularem estas matérias mas de forma equilibrada e pragmática. Precisamente o contrário de Estados obstinados, persecutórios e confiscadores como parece cada vez mais ser o caso do português pós ‘troika’.
IN "DIÁRIO ECONÓMICO"
11/04/16
.
Panama, ‘offshores’
e ‘swaps’: agora a sério
Reduzir
a questão dos ‘offshores’ a um bando de bandidos é uma simplificação
tosca que não promove a reflexão que urge fazer: a da competitividade
fiscal.
Demasiadas vezes cedemos à tentação de juízos simplistas e
populares sobre temas que requerem abordagens menos populistas e
demagógicas, caras à esquerda, difíceis de contestar pela má fama da
direita capitalista. Custa mais escrever quando os casos, como o do
‘Panama Papers’ nos empurram para gritarmos contra os abusos e
ilegalidades que dão má fama a soluções que resultam das ineficiências
dos sistemas políticos e da regulação.
Comecemos pelos ‘Panama Papers’ e por esse conceito hediondo chamado
‘offshore’. O exercício carece de pragmatismo e de mais razão do que
emoção. Enquanto nos regozijamos pela exposição pública da ilegalidade
de usar os ‘offshores’ como veículo de ocultação de património, fuga aos
impostos e utilização do respectivo capital que nada têm de lícito
esquecemo-nos de:
-
Os ‘offshores’ existem pelo mau funcionamento dos sistemas fiscais
nacionais, no qual se insere o português: instável e imprevisível,
sufocante para as empresas exportadoras duplamente tributadas,
burocrático e persecutório do contribuinte.
-
Não estando no horizonte dos pactos internacionais o fim dos
‘offshores’, estamos no domínio da competitividade fiscal que, de resto,
já hoje se faz sentir entre países que não funcionam em regime de
‘offshore’, como é o caso da Holanda, país para o qual Portugal perde
sedes fiscais de grandes empresas. Sem uma harmonização fiscal, soluções
paralelas e mais vantajosas de tributação serão sempre apetecíveis para
quem tem os fundos e meios para poder usufruir desses benefícios.
-
Acresce que os ‘offshores’ permitem a salvaguarda de um valor pilar
das democracias desenvolvidas que é o da privacidade. E protegem-no
quando os sistemas fiscais nacionais optaram por pôr em segundo plano em
nome de uma transparência que segue mais uma lógica de arrecadação
fiscal para pagar Estados demasiado caros para os rendimentos das
economias onde se inserem. Finalmente, e sob pena de ser crucificada
pelo meio jornalístico, os documentos do chamado caso ‘Panama Papers’
foram obtidos ilegalmente, violando justamente esse valor da
privacidade, que muito deve ser prezado. É um valor da democracia, tão
importante como o da liberdade de expressão e dever de informação.
Cuidado quando se sacrifica um em relação ao outro por causa de um caso
mediático.
Se está em causa uma lógica das ilegalidades cometidas nos
‘offshores’ serem um dano colateral necessário? Não. Mas reduzir a
questão dos ‘offshores’ a um bando de bandidos é uma simplificação tosca
que não promove a reflexão que urge fazer: a da competitividade fiscal.
O conceito de ‘offshore’ e a lógica com que é abordado remete-me imediatamente para o igualmente complexo e amplamente criticado conceito de ‘swap’. A sua má utilização e a incompetência dos gestores – que Portugal pagará caras – não invalida a bondade e virtudes do instrumento. De forma simples, é um seguro contra flutuações de mercado com base em cenários de evolução de taxa de juro estabelecida pelos bancos centrais. Uma negociação competente e ajuizada por boas equipas de economistas mitiga riscos e poupa dinheiro a quem os contrata, Estados incluídos.
Haverá mais exemplos de um léxico financeiro que nos chega pelas páginas de jornais explicados apenas à luz de quem faz usos abusivos e ilegais destes instrumentos. Mas todos temos o dever de olhar para estas questões tendo presentes todas as dimensões do problema e não apenas aquelas que nos são apresentadas como casos flagrantes e indiscutíveis de abuso. A isso nos obriga a maturidade democrática e um choque com um capitalismo que se desenvolveu em cima das oportunidades que as ineficiências desse sistema produziu, agravadas pela dificuldade dos Estados regularem estas matérias mas de forma equilibrada e pragmática. Precisamente o contrário de Estados obstinados, persecutórios e confiscadores como parece cada vez mais ser o caso do português pós ‘troika’.
IN "DIÁRIO ECONÓMICO"
11/04/16
.
.
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
.
..
IV-VISITA GUIADA
MUSEU DE
ALBERTO SAMPAIO /2
ALBERTO SAMPAIO /2
GUIMARÃES
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
.
*
As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
..
.
ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
Arranca em outubro perfuração
de poço de gás no Algarve
Repsol e Partex vão avançar em outubro com a exploração de gás natural no Algarve, segundo o presidente executivo da Partex, António Costa Silva
O consórcio Repsol/Partex pretende avançar com a exploração de gás natural no Algarve, em outubro, cinco anos após a assinatura do contrato com o Estado, afirmou o presidente executivo da Partex, António Costa Silva. Em entrevista à Antena1/Económico, António Costa Silva disse que “está tudo pronto para avançar com a exploração de gás natural no Algarve”, adiantando que em outubro o consórcio começa a perfurar o poço a cerca de 40 a 50 quilómetros da costa, em frente a Faro.
.
O presidente executivo da Partex (da
Fundação Calouste Gulbenkian) garantiu que “não vai haver nenhuma
plataforma petrolífera em frente à praia”, explicando que “tudo se
passará no fundo submarino”.
O concurso para a atribuição da concessão data de 2001, mas o contrato só foi assinado em 2011. António Costa e Silva considera “uma missão de soberania nacional” inventariar os recursos naturais que o país tem, defendendo que “só depois deve vir a discussão sobre o que se vai ou não explorar”.
De acordo com a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), o consórcio Partex/Repsol detém quatro concessões, em mar alto, no Algarve, designadas Lagosta, Lagostim, Sapateira e Caranguejo. Grupos de cidadãos e ambientalistas têm criticado a atribuição de concessões de exploração de petróleo e gás natural no Algarve e os municípios do Algarve decidiram em março, por unanimidade, recorrer à via judicial para tentar travar os contratos assinados para a região.
O presidente da Comunidade Intermunicipal algarvia (AMAL), Jorge Botelho, explicou à Lusa que os 16 presidentes de câmara decidiram contratar juristas para empreenderam ações legais, como providências cautelares, para evitar a consumação desses contratos, depois de os municípios da região terem feito esse pedido ao secretário de Estado da Energia e, mais de um mês depois, ainda não terem obtido resposta.
* Portugal precisa de explorar as suas riquezas naturais, mas sem estragar o que existe.
O concurso para a atribuição da concessão data de 2001, mas o contrato só foi assinado em 2011. António Costa e Silva considera “uma missão de soberania nacional” inventariar os recursos naturais que o país tem, defendendo que “só depois deve vir a discussão sobre o que se vai ou não explorar”.
De acordo com a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), o consórcio Partex/Repsol detém quatro concessões, em mar alto, no Algarve, designadas Lagosta, Lagostim, Sapateira e Caranguejo. Grupos de cidadãos e ambientalistas têm criticado a atribuição de concessões de exploração de petróleo e gás natural no Algarve e os municípios do Algarve decidiram em março, por unanimidade, recorrer à via judicial para tentar travar os contratos assinados para a região.
O presidente da Comunidade Intermunicipal algarvia (AMAL), Jorge Botelho, explicou à Lusa que os 16 presidentes de câmara decidiram contratar juristas para empreenderam ações legais, como providências cautelares, para evitar a consumação desses contratos, depois de os municípios da região terem feito esse pedido ao secretário de Estado da Energia e, mais de um mês depois, ainda não terem obtido resposta.
* Portugal precisa de explorar as suas riquezas naturais, mas sem estragar o que existe.
.
.
.
ESTA SEMANA NA
"DELAS"
Polícia vai poder analisar
o telemóvel dos condutores?
Para já é apenas um alerta aos condutores distraídos com mensagens no telemóvel: um novo dispositivo – chamado “textalyser” – pode ajudar a polícia a esclarecer se um condutor estava a usar o telemóvel no momento do acidente.
.
O “textalyser” é um aparelho que analisa a metainformação de um smartphone para saber se foi usado recentemente, garantindo a privacidade do conteúdo de mensagens, agendas telefónicas, fotos, vídeos e todos os outros conteúdos.
Números assustadores
A câmara de Nova Iorque propõe que a polícia local utilize este aparelho para apanhar os condutores infratores. A legislação proposta argumenta que “as estatísticas indicam que 67% dos condutores admite continuar a usar o telemóvel durante a condução apesar de conhecerem os perigos, para eles e para terceiros, inerentes a esta prática. Por isso, é do interesse público lidar com estas infrações de forma semelhante à condução sob o efeito do álcool”.
No artigo As mulheres são melhores condutoras do que os homens, com base num estudo da Deco sobre os maiores riscos tomados pelos portugueses nas estradas, no que toca ao uso do telemóvel, 29% admitiram utilizá-lo sem sistema de mãos livres durante a condução e 13% chegam mesmo a enviar mensagens.
“Alguém que esteja a conduzir na autoestrada, a 120 km/h, e olhe para o telemóvel durante três segundos, estará a percorrer o correspondente a um campo de futebol sem estar com atenção à estrada”, compara o tenente-coronel Lourenço da Silva, chefe da Divisão de Trânsito e Segurança Rodoviária.
Esta já é chamada de ‘Lei Evan’, na sequência da morte de Evan Lieberman, um jovem de 19 anos vítima de uma colisão provocada por um condutor distraído, em 2011. Foi o pai dele que ajudou a elaborar este projeto de lei através da associação sem fins lucrativos que criou.
* Tudo o que seja tecnologia para obviar a insensatez é bem aplicada. Morrem mais de 6 mil pessoas por ano a conduzir e ao tlm.
.
.
O banco tem (quase sempre) razão
.
ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
Toda a história da fábrica de meias
que ganhou a guerra dos swaps
E a da Fábrica dos Papéis dos Cunhas, a única que repetiu a proeza. Os bancos foram condenados a pagar aos clientes – num dos casos, 2,2 milhões de euros
Álvaro Costa chegou a ser um dos empresários mais bem-sucedidos de
Barcelos. Na altura em que um funcionário do BBVA o visitou para lhe
propor um contrato de swap, em 2008, o negócio, então com duas
décadas, não parava de crescer. A Faria da Costa – Peúgas e Confecções
já aquecia pés em 14 países da Europa. A fábrica produzia 20 mil pares
de meias por dia e facturava 3 milhões de euros por ano. "Como corria
bem, decidimos ampliá-la e fizemos um empréstimo", conta Álvaro Costa à
SÁBADO. O empresário estava optimista. Afinal, iam longe os tempos em
que, para exportar para a Noruega, tinha de aproveitar a viagem de
regresso dos camiões que chegavam carregados com bacalhau (sim, o cheiro
continuava lá).
.
UM HERÓI |
O swap entra na história uns dias depois da assinatura do
contrato de leasing, feito para ampliar as instalações. "O funcionário
do BBVA dizia que era uma forma de me proteger das taxas de juro, que
estavam a subir", acrescenta. "Eu percebia de meias, não percebia de
juros. Assinei." Isso havia de custar-lhe várias noites sem dormir. O
acordo fixava a taxa em 4,55% – se a Euribor subisse até 5,15%, o banco
pagava ao cliente a restante parte; se descesse até 3,95%, era o cliente
a pagar ao banco. Quando a Euribor desceu drasticamente, o swap
passou a custar entre 1.700 e 2.000 euros por mês. "Era insustentável",
diz. Tentou cancelar o contrato. "Pediram-me mais de 50 mil euros.
Tentei negociar, mas nunca se mostraram disponíveis." O BBVA não
comenta. Álvaro não desistiu.
Durante meses, falou do caso a
amigos. "Um deles sugeriu-me um advogado, que me disse que tínhamos
hipóteses de ganhar em Tribunal." E ganharam mesmo. A 10 de Outubro de
2013, o Supremo Tribunal de Justiça anulou o contrato de swap
celebrado entre o BBVA e a Faria da Costa e condenou o banco a restituir
à empresa 44,7 mil euros, mais juros e custas do processo – no total,
perto de 100 mil euros. A vitória da Faria da Costa contra o banco foi
histórica – até agora, só se repetiu uma vez (já lá vamos). Por isso,
assim que a decisão foi conhecida, Carlos Lages, advogado de Álvaro
Costa, recebeu inúmeros pedidos de ajuda. "Fui contactado por mais de 60
em presas que haviam celebrado contratos deste tipo", diz.
O banco tem (quase sempre) razão
A regra não tem
sido a Justiça dar razão ao cliente. A 4 de Março, o Tribunal de Londres
considerou válidos os nove contratos de swap entre o Santander
e as empresas públicas Metro do Porto, STCP, Metropolitano de Lisboa e
Carris. Ao todo, o Supremo já tomou posição sobre oito contratos de swap
com empresas privadas – em alguns casos avaliou o negócio, noutros
decidiu se seria ou não competente para julgar o assunto. Embora o
fenómeno seja transversal à banca, sete destes casos são de clientes do
Santander Totta. O banco diz à SÁBADO que ainda há cerca de uma dezena de outros processos a decorrer.
As empresas têm alegado que os contratos eram "meramente
especulativos", que o banco não cumpriu o "dever de informação" e que
tinha havido uma "alteração anormal das circunstâncias" (ou seja, que as
taxas de juro tinham começado a cair, ao contrário do que lhes tinha
sido dito ser previsível quando assinaram o contrato). A maioria exigia o
cancelamento dos contratos e o reembolso dos juros já pagos. Para a
economista Isabel de Oliveira e Sousa, advogada estagiária e
especialista em mercados financeiros, as vitórias do banco têm uma
explicação: "Os Tribunais não discutiram a natureza do produto, se o que
se propôs aos clientes foi ou não um swap – em muitos casos
não foi, porque havia barreiras a limitar os ganhos potenciais", diz à
SÁBADO. Na perspectiva da economista, os contratos "não permitiam aos
clientes, de facto, cobrir o risco, quer a taxa de juro subisse ou
descesse". A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) teve a
mesma opinião.
Uma vitória milionária
O Santander e a Fábrica dos Papéis dos Cunhas têm versões diferentes sobre o que se passou. Alerta spoiler
(ou desmancha-prazeres, em português): no fim, o Supremo dá razão ao
cliente e condena o banco a devolver-lhe os 1,5 milhões de euros pagos
no âmbito de três contratos swap – mais juros, claro (2,2
milhões de euros ao todo). Foi o único caso que o Santander perdeu. Pelo
meio, e com a ajuda de uma liquidação de impostos de 9 milhões de
euros, que ainda está a ser contestada em Tribunal, a empresa entrou em
insolvência.
Os quatro filhos do fundador, que têm entre 35 e 45 anos, estavam
entre os 70 funcionários. Geriam a fábrica. Um deles, formado em
Auditoria, era responsável pela área financeira. Todos ficaram
desempregados. Dois deles continuam nessa situação, um em Portugal,
outro emigrado. O terceiro acabou por abrir um ginásio e o quarto tem um
pequeno negócio de venda de artigos de papel.
"O banco também lhes disse que, subscrevendo o produto, seria mais
fácil obterem um financiamento futuro", diz à SÁBADO o advogado Pedro
Marinho Falcão. O Santander nunca assumiu que tomou a iniciativa de
apresentar o produto ao cliente. Em Tribunal lembraria que a mesma
empresa já tinha feito, ao todo, incluindo outros bancos, 22 contratos
de swap, tendo obtido lucros em 14 deles.
Vários empresários descreveram à SÁBADO um processo semelhante: o
banco apresentou-lhes o produto e aconselhou-os a subscrevê-lo. O Totta
não comenta. O Supremo consideraria que os swaps subscritos pela Fábrica
dos Papéis dos Cunhas podiam comparar-se a um "jogo de azar" – a sua
natureza especulativa era uma "ofensa importante à ordem pública".
Concluiria ainda que o banco "não agiu como mero intermediário
financeiro".
Depois de uma primeira decisão na Justiça dar razão aos Cunhas, o
Santander mudou de escritório de advogados – contratou a Uría
Menéndez-Proença de Carvalho, um dos maiores do País. A primeira
dificuldade com que Marinho Falcão se deparou quando começou a trabalhar
neste caso foi a falta de informação: "Pesquisávamos swap no Google e
não aparecia nada sobre Portugal – só casos em Itália e Espanha",
recorda.
Este advogado teve em mãos quase metade dos processos de empresas
sobre os quais o Supremo já se pronunciou – mas isso não lhe garantiu
outras vitórias. "O tema é muito complexo". No caso de outra fábrica de
papel, a Dogel, de Ermesinde, "com base exactamente nos mesmos
argumentos", o Supremo tomou uma decisão contrária à do caso da Fábrica
dos Papéis dos Cunhas. "No processo dos Cunhas, ganhámos com um voto de
vencido. Ou seja, um juiz conselheiro considerou que, por ele, o banco
ganhava o processo. Com a Dogel aconteceu o oposto – o juiz que
considerou que a empresa tinha razão estava em minoria", explica. Para o
Tribunal, apesar de o contrato ser "meramente especulativo", é
"plenamente válido".
.
200 reclamações à CMVM
Desde 2009, a CMVM recebeu 187 processos de reclamação sobre swaps
– só sete continuam por resolver, revelou o regulador à SÁBADO. Num
documento da CMVM, a que a SÁBADO também teve acesso, o regulador
responde a 114 reclamações de clientes do Santander Totta, sobre
contratos celebrados entre 2006 e 2009. O regulador dá razão aos
clientes – e é muito duro nas críticas ao banco. Reprova "o
comportamento desleal" e "a violação da confiança depositada pelo
cliente-investidor", cujo interesse, diz, "deveria ter sido prosseguido"
e não, como a CMVM entende que foi, infligido para "obter uma vantagem
pessoal (ou de terceiro)".
O regulador levanta a hipótese de ter havido conflito de interesses. É que num swap,
"um ganho para uma parte implica uma perda para a contraparte". A CMVM
considera ainda que o produto é "especialmente complexo, meramente
especulativo" e desigual. Defende que ele implica "uma clara
desproporção entre o benefício que supostamente o cliente pode receber
com o produto e aquele que pode ser obtido pelo banco".
Nenhum dos 45 contratos pendentes na altura em que esta resposta foi
enviada a quem reclamou (as restantes queixas tinham sido concluídas por
"acordo ou desistência"), a 23 de Novembro de 2011, incluía barreiras
para proteger o cliente em casos de descida das taxas de juro. Mais: a
informação prestada aos clientes "não [era] clara, completa e verdadeira
sobre as características e os riscos dos produtos".
O regulador também defende que a informação que constava dos
contratos não coincidia com a que tinha sido fornecida antes do negócio –
nomeadamente sobre a expectativa de subida da taxa de juro: "As
condições do contrato não vão ao encontro das próprias previsões do
Banco Central Europeu e dos analistas quanto à expectativa geral do
mercado." Também nenhum desses contratos "inclui informação que permita
ao cliente quantificar as perdas financeiras máximas nem determinar a
ordem de grandeza do valor a pagar em caso de resolução antecipada".
O regulador concluiu ainda que, para a generalidade dos clientes, o valor dos swaps
era "claramente desproporcionado face ao capital social". E dá um
exemplo: uma empresa com capital social de 5 mil euros contratou um swap
com valor de 5,5 milhões de euros, que resultou em perdas de cerca de
140 mil euros. Esse não foi o único aspecto em que, segundo a CMVM,
houve desigualdade entre as partes: a generalidade dos queixosos tinha o
9º ano de escolaridade – ou menos. O Santander conhece o documento e
enquadra-o numa fase inicial do processo. O que ali é dito, explica o
gabinete de comunicação, "foi depois objecto de esclarecimentos por
parte do banco". E "na grande maioria" dos casos chegou-se a acordo.
Acordos antes do Tribunal Nem todos os casos foram decididos na
Justiça – alguns clientes chegaram a acordo com os bancos antes. A
SÁBADO sabe que no caso do Santander foram mais de 80%. "Quando as taxas
de juro desceram significativamente e as empresas começaram a ter
dificuldade em cumprir os contratos, houve abertura do banco para
procurar alternativas", garante o Santander.
A solução foi discutida caso a caso. Em 2010, uma empresa familiar de construção civil com um swap
de 1,5 milhões de euros chegou a acordo com o Santander Totta em cerca
de três meses e quatro reuniões, todas na sede do banco. Os prejuízos
com o produto eram de cerca de 100 mil euros – o cliente conseguiu
receber 85% desse valor. Outro empresário com quem a SÁBADO falou por
intermédio do advogado, e cuja empresa tinha o mesmo prejuízo, 100 mil
euros, mas subscrito há menos tempo, não conseguiu uma proposta tão boa.
O banco não ia além dos 50%. O empresário recusou o acordo – vai a
Tribunal.
Os entendimentos não implicaram necessariamente o cancelamento dos swaps.
Num acordo fechado em 2015, uma empresa que já acumulava prejuízos de
cerca de 500 mil euros (e que podiam ir até aos 10 milhões), o cliente
aceitou manter estes instrumentos em troca de um financiamento de cerca
de 600 milhões de euros para avançar com a construção de um
empreendimento cujos espaços já conseguira vender quase na totalidade.
Miguel Coelho, secretário-geral da Associação Empresarial de Águeda,
recebeu "centenas de reclamações" de empresas de todo o País e explica
que os empresários – mesmo os que já têm o assunto resolvido – "têm
receio de falar sobre o assunto porque continuam a necessitar de
financiamento para os seus negócios". Em 2012 – muito antes de
aparecerem os lesados do Banco Espírito Santo – empresas que
subscreveram estes produtos no Santander criaram o
emaillesados@gmail.pt, para avançarem com acções judiciais colectivas.
Agora, o endereço está desactivado. Um promotor da iniciativa disse à
SÁBADO que muitos desses negócios, na maioria familiares, acabaram por
falir. No ano seguinte, a palavra swap foi finalista da Palavra do Ano, da Porto Editora.
* Antropofagia bancária, quase é melhor ter o dinheiro debaixo do colchão.
.
.
.
ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
"VISÃO"
Protetor solar pode enfraquecer esperma
"A nível global, vemos que a qualidade do sémen é, em geral, muito
pobre", considera o endocrinologista Niels Skakkebaek, que liderou a
investigação apresentada na reunião anual da Sociedade de
Endocrinologia, em Boston, EUA, no início deste mês.
.
Os
resultados do estudo, que ainda não foram publicados, reforçam a
convicção que alguns dos químicos usados em produtos comuns, como os
protetores solares, estão associados a problemas de saúde, como a
infertilidade.
Neste caso, os investigadores testaram 29 dos 31
filtros UV aprovados para uso na Europa e nos Estados Unidos,
dissolvendo-os e aplicando-os a amostras de esperma fornecidas por
voluntários saudáveis. Conclusão: Quase metade dos filtros testados
impediram o esperma de funcionar normalmente.
"Estes
resultados são preocupantes e podem explicar, em parte, porque a
infertilidade inexplicada tem tanta prevalência", avança Skakkebaek, em
comunicado.
Estudos anteriores da mesma equipa sobre os chamados
disruptores endócrinos já tinham alertado para a possibilidade de os
filtros UV se incluirem nessa categoria.
"Quando pomos protetor
solar, alguns dos filtros UV podem penetrar a pele e entrar na corrente
sanguínea", explica o endocrinologista. O problema é que estes filtros,
conclui o estudo, imitam os efeitos da hormona feminina progesterona,
que desempenha um papel fundamental na capacidade do esperma de
amadurecer e fertilizar um óvulo. E esta interferência no funcionamento
do esperma foi verificada mesmo com pequenas quantidades de filtros UV.
Apesar
de inquietantes, os resultados da investigação dizem respeito apenas ao
efeito em laboratório. "Estes estudos são feitos através da incubação
de esperma ejaculado com estes compostos em laboratório. Isto está a
milhas do que acontece ao esperma de um homem que aplique protetor
solar", alerta said Allan Pacey, professor de Andrologia da Univerisdade
de Sheffield.
* A opção fica entre o bronze com espermatozóides "coxos" ou pele cara pálida mas vigorosa.
.
.
.
ESTA SEMANA NO
"SOL"
"SOL"
Acordo no BPI vai por água abaixo.
Banco culpa Isabel dos Santos
O acordo firmado há uma semana entre o Caixabank e Isabel dos Santos
para reduzir a exposição a Angola morreu. A administração do BPI culpa a
empresária angola pela reversão do negócio, ao impor condições que não
estavam previstas inicialmente, já depois de assinado o entendimento.
.
MONA VÍGARA |
O Banco Central Europeu (BCE) tinha imposto uma
mudança de fundo no BPI, até 10 de abril. O banco teria de reduzir a
exposição a Angola, que o banco central considera excessiva, e no limite
do prazo foi anunciado um acordo entre as partes. Embora nads de
concreto tivesse sido anunciado, a expectativa do mercado é que o
CaixaBank, que tem 44% do BPI, comprasse a posição de Isabel dos Santos
(19%) e lançasse depois uma OPA ao resto do capital. Em contrapartida, a
empresária ficaria com o controlo do BFA em Angola, reduzindo assim a
exposição direta do BCPI àquele mercado.
Dada a falta de pormenores sobre o acordo, a CMVM nunca levantou a
suspensão da negociação das acções do BPI, durante a última semana. E
hoje a administração do banco, liderada por Fernando Ulrich, anunciou
que esse entendimento “ficou sem efeito”.
Segundo as explicações avançadas no comunicado, “já depois do dia 10
de Abril, a Santoro Finance desrespeitou o que tinha acordado e veio a
solicitar alterações aos documentos contratuais acima mencionados”.
Em algumas delas foi possível chegar a um acordo. “Porém, uma das
alterações solicitadas, pela sua relevância, iria desfigurar gravemente a
solução que fora acordada e comunicada ao Conselho de Administração do
Banco BPI, que a aprovou em reunião realizada no dia 13 de Abril”,
indica. Como consequência, o informa o acordo está sem efeito e que
“está em contacto com o Banco Central Europeu para ser encontrada uma
alternativa”.
* Há mais de duas semanas que dura o "assina, não assina", "concorda, 'disconcorda'" resistindo nós a fazer qualquer comentário. Podem os crânios do BPI atirar as farpas que entenderem contra a "zeduzita" mas a culpa é de quem há uns anos atrás abriu as portas a gente sem idoneidade.
.
.
.
ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
"EXPRESSO"
Sismo no Equador.
Número de mortos sobe para 233
Um forte sismo abalou sábado à noite a costa do Pacífico do Equador. Há pelo menos 580 feridos
Pelo menos 233 pessoas morreram na sequência do sismo que abalou o
Equador este sábado, de acordo com o mais recente balanço do número de
vítimas. O balanço anterior apontava para 77 mortos.
Cerca de 580
pessoas ficaram feridas por causa do forte abalo, de magnitude 7,8 na
escala de Richter, que afetou sobretudo as cidades costeiras a ocidente.
As autoridades receiam que o número de mortos possa aumentar nas
próximas horas, uma vez que as equipas de resgate ainda não conseguiram
chegar a algumas das áreas mais afetadas.
.
O sismo, considerado já
o mais forte do Equador nas últimas décadas, ocorreu às 18h58 de sábado
(23h58 em Lisboa) a 27 quilómetros de Muisne e a 170 quilómetros da
capital, Quito, no interior do país, tendo sido sentido ao longo de um
raio de 300 quilómetros. As zonas de Pedernales y Cojimíes, na província
de Manabí, foram as mais afetadas. Na maior cidade do país, Guayaquil, a
sul, uma ponte ficou destruída, e na cidade costeira de Manta uma torre
de controlo do aeroporto colapsou.
Depois do abalo, registaram-se
dezenas de réplicas e deslizamentos de terras. Mais de 260 edifícios
ficaram destruídos, assim como muitas estradas. Os habitantes das zonas
costeiras foram aconselhados a deixar as suas casas, devido à
possibilidade de o nível do mar subir.
Simon Gordon, residente em
Guayaquil, descreveu à BBC o momento em que foi sentido o abalo. “Foi
uma experiência extremamente assustadora. As cidades à nossa volta
também foram muito atingidas. É uma tragédia enorme”. “A maior parte das
pessoas veio para a rua com mochilas, caminhando para uma zona mais
alta”, disse à Reuters Ramon Solorzano, residente na cidade costeira de
Manta. “As estradas estão destruídas. Não há energia elétrica e os
telefones não funcionam”.
Adriana Villacís, uma enfermaria que no
momento do abalo se encontrava num supermercado com o marido e o filho
de quatro anos, contou ao “New York Times” que a primeira coisa que fez
foi proteger o seu filho e dirigir-se à porta de saída do supermercado.
Mas antes de conseguir alcançá-la, parte do telhado ruiu e ela ficou
paralisada, sem conseguir reagir. Apesar disso, conseguiram os três
sobreviver e sem grandes mazelas. “Graças a Deus que não ficamos
magoados fisicamente. O meu filho, com o choque, vomitou”.
Este sismo foi seis vezes mais forte do que o do Japão na sexta-feira, de magnitude 7,1 na escala de Richter,
disse à Associated Press David Rothery, professor de ciências
planetárias na Universidade Aberta de Londres. Ocorreu também a uma profundidade ligeiramente maior do que os sismos desta semana no Japão - cerca de 19 quilómetros, no mar.
O
Presidente do Equador, Rafael Correa, que se encontrava em Itália numa
visita ao Vaticano, já declarou o estado de emergência nacional em seis
províncias. Numa mensagem partilhada na sua conta no Twitter, apelou à
calma e deu as condolências às famílias das vítimas. “O nosso amor
infinito vai para as famílias dos mortos”, afirmou o chefe de Estado.
* Um dos nossos pensionistas nutre especial afecto por este país, fala do bom povo, da beleza paisagística e da boa comida, Guayaquil referia-a como uma cidade "bolivariana" porta de embarque para as Galápagos, deseja-se uma rápida recuperação.
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)