26/05/2015

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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SOBRE A MESA


 Aviso aos Srs. Visitadores
Este vídeo tem um linguagem imprópria e grosseira para ouvidos sensíveis. No entanto temos todo interesse em divulgá-lo pois tanto o texto como a interpretação dos actores são de grande nível.
Oxalá a vossa curiosidade seja mais forte que o pudor.



 SOBRE A MESA




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 PELO MENOS UMA VEZ, A VERDADE








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GRANDES LIVROS/7
AUTORES PORTUGUESES


1-APARIÇÃO



VERGÍLIO FERREIRA




* Uma extraordinária produção da RTP/2




* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.


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HOJE NO
 "DIÁRIO ECONÓMICO"

Conheça as mulheres 
mais poderosas do mundo

A chanceler alemã está pela 12.ª vez na lista coligida anualmente pela Forbes, sendo esta a nona vez que se senta na cadeira do poder da revista norte-americana.

Angela Merkel é a mulher mais poderosa do mundo. A lista que a revista Forbes volta a publicar, coloca atrás da chanceler a possível futura presidente americana, Hillary Clinton, no que será um interessante confronto nas próximas edições deste ‘ranking'.
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Seguem-se, na edição deste ano da lista da Forbes, mais três americanas: Melinda Gates, Janet Yellen (presidente do FED) e a presidente da General Motors, Mary Barra. Depois, a fechar o "top 10", a francesa Christine Lagarde e a brasileira Dilma Rousseff, seguidas de mais três norte-americanas: Sheryl Sandberg (Facebook), Susan Wojcicki (CEO do Youtube e Google) e Michelle Obama.

Uma das novidades na lista da Forbes é a mais poderosa mulher do mundo da finança, que fica na 18.ª posição do "top 100": Ana Patricia Botin, nova presidente do Banco Santander. Outra europeia, Federica Mogherini, alta representante da UE para os Assuntos Externos e Política de Segurança, entra para a 36.ª posição.

No sentido oposto, nas saídas da lista, o maior destaque vai para Maria das Graças Foster, engenheira brasileira que se demitiu da presidência da Petrobras em virtude do escândalo de corrupção designado "Lava Jato".

Esta relação das mais poderosas mulheres do mundo, coligida pela Forbes desde 2004, mantém várias personalidades desde a primeira edição: Melinda Gates, Christine Lagarde, Hillary Clinton, Indra Nooyi (CEO da Pepsico), Oprah Winfrey, a Rainha Isabel II e Ho Ching, CEO do fundo soberano de Singapura, Temasec.

A lista da Forbes faz ainda uma compartimentação das personalidades por sectores. Na filantropia está Melinda Gates, da fundação que gere em parceria com o marido, Bill Gates. Na tecnologia, a mais poderosa é Sheryl Sandberg, COO do Facebook, nona da hierarquia global. Na indústria do entretenimento, a cantora Beyoncé Knowles, 21.ª mais poderosa do mundo, é a líder. E nos media, lidera Anna Wintour, 28.ª da tabela total das 100 mulheres mais poderosas, ela que é directora artística da Condé Nast, editora de títulos como a Vogue, Vanity Fair e The New Yorker.

A mais nova de todas as mulheres presentes é Elizabeth Holmes, com 31 anos, dona de uma fortuna calculada em 4.200 milhões de euros, provenientes da sua start-up de testes de sangue, Theranos.

O alinhamento efectuado pela Forbes tem em conta quatro parâmetros. A saber: dinheiro, presença nos media, incluindo os sociais (seguidores no Twitter e Weibo e subscritores do Youtube), esferas de influência e impacto.

* PqP, Poderosas quanto Perigosas.


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 2-UNDER THE DOME
(DEBAIXO DO CAPACETE)




*  “Under The Dome" é um documentário conciso sobre a poluição na China esse "portento de desenvolvimento", realizado por Chai Jing. Infelizmente não existem episódios legendados ou dobrados para português, as legendas em língua inglesa são acessíveis.

** Com "DEBAIXO DO CAPACETE" queremos significar um tecto baixo de nuvens de substâncias poluentes. 

*** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.




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HOJE NO
 "CORREIO DA MANHÃ"

MP acusa três pessoas de tráfico
 de crianças angolanas

A atuação dos arguidos consistia na retirada das crianças do continente africano.

O Ministério Público acusou três pessoas pela prática dos crimes de associação de auxílio à imigração ilegal e tráfico de menores, no âmbito de uma investigação sobre tráfico de crianças de Angola para a Europa. De acordo com informação disponibilizada esta terça-feira pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) os menores eram retirados de Angola, com destino aos países do espaço Schengen, com uso de documentos falsos (outra das acusações contra os três arguidos). 
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"A atuação dos arguidos consistia na retirada ilegal de menores do continente africano, através da obtenção de documentação falsa, assegurando o acompanhamento de menores em viagem, nomeadamente de Angola com destino a Países do Espaço Schengen, contando com a logística, disponibilizada a troco de dinheiro", de uma organização criminosa sedeada em Luanda, informa o DCIAP. Foram apreendidos documentos e equipamentos eletrónicos e os menores foram acolhidos por uma instituição, acrescenta.

Segundo o Observatório de Tráfico de Seres Humanos foram sinalizados no ano passado 27 menores, nove deles de Angola, como presumíveis vítimas de tráfico em Portugal. 

* Era interessante apurar-se quem é a "rectaguarda" destes criminosos, os que falsificam os documentos, os da logística.

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II-CIDADES 
OCULTAS

3-SUBTERRÂNEOS

  DA CAPADÓCIA



* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.


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HOJE NO
 "OBSERVADOR"


Alemanha e França fazem pacto
 para maior integração europeia

Merkel e Hollande unem-se contra o britânico David Cameron. Os líderes das duas maiores economias da zona euro fizeram um pacto para reformar a zona euro sem necessitar de mexidas no Tratado.

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande fizeram um pacto que levará à apresentação, na Cimeira Europeia a realizar em junho, de uma proposta de reforma das instituições europeias – no sentido de maior integração – sem que isso implique mudanças no Tratado Europeu. O objetivo é, também, isolar o recém-reeleito primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que fez campanha a exigir uma renegociação do Tratado de Lisboa.
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O acordo entre Merkel e Hollande, noticiado em primeira mão pelo jornal francês Le Monde, lança as bases para um conjunto de reformas, “desenvolvidas no quadro dos tratados atuais, para os próximos anos”. A aposta de David Cameron passa por exigir mudanças no Tratado Europeu como moeda de troca para que o britânico desista da intenção de lançar um referendo à saída do Reino Unido da União Europeia.

O Guardian escreve que com este pacto franco-alemão, que deverá ser aprovado na cimeira em Bruxelas do próximo dia 25 de junho, Alemanha e França tentam vergar a insistência de David Cameron em reabrir o Tratado de Lisboa para que o Reino Unido recupere alguns poderes que, com a União Europeia, passaram para as mãos da Comissão Europeia.

Numa receção ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, na segunda-feira, “o primeiro-ministro sublinhou que o povo britânico não está satisfeito com a status quo e acredita que a União Europeia precisa de mudar para que as suas preocupações sejam mais respeitadas”, disse um porta-voz do governo britânico, citado pelo Guardian.

Já Juncker “reiterou que quer encontrar um acordo justo para o Reino Unido e que tentaria ajudar”, diz o mesmo porta-voz do governo britânico. Quem tomará as decisões sobre eventuais alterações à organização europeia não será, contudo, tanto Jean-Claude Juncker, mas os líderes políticos dos países da União Europeia.

* É isto a "União Europeia", uns contra os outros???


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FRANCISCO JAIME QUESADO

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A ambição 
da excelência

Que Portugal queremos e podemos ter em 2020, num contexto global de crise e incerteza? Portugal precisa de um novo paradigma, centrado na procura da excelência e na dinamização de redes globais geradoras de valor competitivo e inovador. Esta nova ambição para a Nação tem que assentar em novas variáveis estratégicas de mudança, muito viradas para os novos factores críticos de competitividade, como a inteligência competitiva, a inovação aberta e a educação colaborativa. Devem ser eles a base de uma nova aposta coletiva voltada para uma verdadeira ambição de excelência.

Quando esteve em Portugal Thomas Malone, emérito professor da MIT Sloan School of Management, apresentou uma excelente visão sobre o papel que a “inteligência coletiva” tem nas organizações do futuro. Trata-se de uma nova plataforma de articulação entre os diferentes actores, destinada conhecer as “competências centrais” da sociedade e qualificá-las duma forma estruturante como vias únicas de criação de valor e consolidação da diferença. Para Portugal a oportunidade é única também. Impõe-se, de facto, um sentido de “inteligência competitiva” num tempo novo que se quer para o país.

Para Portugal a essência desta nova “inteligência competitiva” tem que se centrar num conjunto de novas “ideias de convergência”, a partir das quais se ponham em contacto permanente todos os que têm uma agenda de renovação do futuro. Importa acelerar uma cultura empreendedora em Portugal. A matriz comportamental da “população socialmente ativa” do nosso país é avessa ao risco, à aposta na inovação e à partilha de uma cultura de dinâmica positiva. Importa por isso mobilizar as capacidades positivas de criação de riqueza. Fazer do empreendedorismo a alavanca duma nova criação de valor que conte no mercado global dos produtos e serviços verdadeiramente transacionáveis.

Na sociedade da “inteligência competitiva”, a falta de rigor e organização nos processos e nas decisões, sem respeito pelos fatores “tempo” e “qualidade” já não é tolerável nos novos tempos globais. Não se poderá a pretexto de uma “lógica secular latina” mais admitir o não cumprimento dos horários, dos cronogramas e dos objetivos. Não cumprir este paradigma é sinónimo de ineficácia e de incapacidade estrutural de poder vir a ser melhor. Importa por isso uma cultura estruturada de dimensão organizacional aplicada de forma sistémica aos actores da sociedade civil. Há que fazer da “capacidade organizacional” o elemento qualificador da “capacidade mobilizadora”.

Pretende-se também um Portugal de “inteligência competitiva” mais equilibrado do ponto de vista de coesão social e territorial. A crescente (e excessiva) metropolização do país torna o diagnóstico ainda mais grave. A desertificação do interior, a incapacidade das cidades médias de protagonizarem uma atitude de catalisação de mudança, de fixação de competências, de atração de investimento empresarial, são realidades marcantes que confirmam a ausência duma lógica estratégica consistente. Não se pode conceber uma aposta na competitividade estratégica do país sem entender e atender à coesão territorial, sendo por isso decisivo o sentido das efectivas apostas de desenvolvimento regional de consolidação de “clusters de conhecimento” sustentados.

A sociedade civil portuguesa tem nesta matéria um papel central. A aposta na excelência, na sua diferença e no seu sucesso, é o resultado duma agenda estratégica que se pretende voltada para um futuro permanente. Apostar na excelência deve constituir um compromisso permanente na procura do valor, da inovação e da criatividade como factores críticos da mudança. Os bons exemplos devem ser seguidos, as boas práticas devem ser percebidas, o caminho tem que ser o da distinção e da qualificação. Na sociedade da “inteligência competitiva” sobrevive quem consegue ter escala e participar, com valor, nas grandes redes de decisão.

A grande palavra de ordem hoje é a “Inovação Aberta”. O sucesso do Centro de Inovação e Laboratorial da Fundação Champalimaud, mesmo junto ao Tejo, é um exemplo muito concreto do que devem ser a aposta na Inovação Aberta. O Investimento da Fundação Champalimaud veio demonstrar que há uma capacidade muito concreta de Portugal e dos seus principais protagonistas conseguirem “agarrar” com sucesso a decisiva Rota da Inovação e desta forma alterar de uma vez por todas o modelo de desenvolvimento económico para o futuro. Por isso, com esta escolha de Champalimaud fica claro para todos que só há um regresso possível – o do futuro e protagonizado por todos.

A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efetivo e sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do setor industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma “economia interna” de serviços com um carácter reprodutivo limitado criou a ilusão no final da década de 90 de um “crescimento artificial” baseado num consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projetar no futuro. Por isso, as apostas têm que mudar.

O papel das novas gerações é decisivo. São cada vez mais necessários “atores do conhecimento” capazes de induzir dinâmicas de diferenciação qualitativa um pouco por todo o país. Capazes de conciliar uma necessária boa coordenação das opções centrais com as capacidades de criatividade local. Capazes de dar sentido à “vantagem competitiva” do país, numa sociedade que se pretende em rede. É assim que se garante a liberdade que Karl Popper defende e que todos nós queremos cada vez mais para um Portugal 2020 positivo.

Presidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública

IN "OJE"
22/05/15

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518.UNIÃO


EUROPEIA



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HOJE NO
 "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

PGR recusa que tenha feito acordo
 com PS para evitar buscas

No inquérito a fichas de inscrição alegadamente falsas, socialistas manifestaram receio pela proteção de dados pessoais e procurador assegurou segredo de justiça. PS teve "total colaboração", diz dirigente

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recusou esta terça-feira que o anterior diretor do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra, Vítor Guimarães, tenha feito um acordo com o PS para evitar buscas à sede socialista, como avança hoje o Jornal de Notícias.
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Numa carta dirigida ao então secretário nacional para a organização do PS, Miguel Laranjeiro, em outubro de 2013, no âmbito do inquérito sobre a falsificação de fichas de inscrição de militantes no distrito de Coimbra, Vítor Guimarães assumiu - como afirma a PGR, num esclarecimento enviado às redações - que pretendia obter os originais das fichas de inscrição ("pois as cópias já estavam no processo") através de "procedimento menos invasivo e mais discreto, evitando-se, assim, o recurso imediato a qualquer uma das outras soluções legalmente previstas, designadamente as que preveem os artigos 174º e seguintes do Código de Processo Penal", ou seja buscas. Conclui o esclarecimento da PGR que "não deixou de se alertar para a hipótese de realização de buscas, se tal viesse a revelar-se o único meio de obtenção dos documentos em causa".

Do lado do PS, verificou-se "um processo absolutamente normal de total abertura e colaboração", afirmou ao DN Miguel Laranjeiro. A direção socialista tinha recebido um pedido da Polícia Judiciária para "entrega, a título devolutivo de todas as fichas de militantes inscritos entre 1/6/2011 e 31/12/2011 na federação distrital de Coimbra" e solicitou esclarecimentos à PGR sobre "como o acesso e a consulta das fichas em causa dos militantes do Partido Socialista pod[ia] ser assegurada na estrita observância das garantias previstas na legislação de proteção de dados pessoais e na legislação processual criminal".

Foi nesta sequência que o então diretor do DIAP de Coimbra respondeu a Laranjeiro, assegurando que perante o "receio de lesão", como escreve a PGR, "das garantias previstas na legislação de proteção de dados pessoais e na legislação processual criminal", o caso estava em segredo de justiça.
"Foi a essa garantia de cumprimento da legalidade, com esse preciso alcance e limite, que o Diretor do DIAP se referiu ao utilizar a palavra 'compromisso' no e-mail que em 4/1/2014 dirigiu à Senhora Procuradora-Adjunta titular do inquérito ordenando-lhe a instauração de novo inquérito para investigação de violação do segredo de Justiça", remata a PGR no seu esclarecimento.

* Existem notícias que mais parecem anestesias, o que o PS veículou é uma tentativa para beliscar a sra. PGR.

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35-BEBERICANDO


MALIBU SURF BLUE



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  2- CORAÇÕES


E MENTES


A GUERRA DO VIETNAME




* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.


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HOJE NO
 "RECORD"

Ditador Ecclestone arrasa democrata Todt

Uma das caraterísticas dos ditadores é que ficam muito tempo nos cargos que ocupam. Bernie Ecclestone dirige a área comercial da Fórmula 1 desde o início da década de 1980 e nunca escondeu a aversão por qualquer processo democrático no seio da competição. Por isso, a chegada de Jean Todt à presidência da FIA deixou o homem que fez (enorme) fortuna na F1 muito preocupado.
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Ecclestone anda muito desagradado com os regulamento que afetam a competição como produto de entretenimento que é e, por isso, pretende que o francês atue com pulso de ferro. Ou seja, imponha uma mudança de regras e depois quem quiser fica, quem não quiser sai. Tudo por causa do domínio da Mercedes. Mas Todt prefere ouvir a opinião das escuderias
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"Estamos no negócio do entretenimento, por isso, temos de entreter o público. Antigamente não havia democracia. Falava com o Enzo Ferrari ou com o Colin Chapman [Lotus] e ficava tudo acertado. Agora com o Todt tudo é sempre muito democrático, pois ele quer agradar a toda a gente", explicou, agastado, Ecclestone.

"É impossível agradar a todos quando tens como interlocutores equipas altamente competitivas. Consigo perceber que a Mercedes não queira mudar nada. Eu, no lugar deles, também não queria. Assim, o que devia poder dizer era 'as regras são estas, se quiserem participar, perfeito, caso contrário, podem ir'. Fosse qual fosse a equipa era 'adeus!'", reforçou.

* Hà muito tempo que  Eclestone está fora de prazo e ainda manda a exemplo de Franco, Salazar, Estaline, Breznev e muitos outros papas.
Com a Tamara a meta teria mais encanto.


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José Mário Branco, 

Sérgio  Godinho 

e Fausto

O CHARLATÃO


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HOJE NO
 "JORNAL DE NOTÍCIAS"

Relatório confirma lista VIP
 de contribuintes mas iliba 
secretário de Estado

A Inspeção-Geral de Finanças concluiu que existiu no Fisco um sistema para monitorizar os dados do Presidente da República, primeiro-ministro, vice-primeiro-ministro e secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, constituindo uma medida "não fundamentada, arbitrária e discriminatória". 
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"A 'Alarmística - acesso a dados pessoais' esteve em funcionamento entre 29 de setembro de 2014 e 10 de março de 2015, tendo o seu início ocorrido em momento anterior ao próprio despacho de autorização do ex-subdiretor-geral da Autoridade Tributária (AT), de 10 de outubro, e o seu término apenas se verificou no mês seguinte à decisão de cessação do procedimento de alertas, determinada em 23 de fevereiro de 2015, pelo ex-diretor-geral da AT", afirma a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) nas conclusões do inquérito sobre a existência de uma chamada 'lista VIP' de contribuintes no Fisco.

A entidade liderada por Vitor Braz conclui que, com este sistema, os "serviços passaram a monitorizar os acessos aos dados pessoais de quatro contribuintes - Presidente da República, Cavaco Silva, primeiro-ministro, Passos Coelho, vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio".

Para a IGF, este sistema de alarmística "constituía, assim, uma medida não fundamentada, arbitrária e discriminatória, além de manifestamente ineficiente e ineficaz para proteger o sigilo fiscal dos contribuintes", lê-se nas conclusões do inquérito divulgado na página oficial da entidade.
A entidade, que é tutelada pelo Ministério das Finanças, afirma ainda que Brigas Afonso "não informou o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais da existência e do funcionamento" da 'lista VIP', o que "se traduziu numa informação incorreta à tutela".

Envolvidos devem ser alvo de processos disciplinares
A Inspeção-Geral de Finanças recomenda à Autoridade Tributária que instaure procedimentos disciplinares aos dirigentes envolvidos na criação da 'Lista VIP', considerando que os atos praticados podem representar "diferentes ilícitos, graus de culpa e de censura".
Nas conclusões do inquérito que a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) fez à atuação da Autoridade Tributária (AT), e que confirmou a existência desta lista de contribuintes no Fisco, a entidade liderada por Vítor Braz recomenda que "seja ponderada a instauração de procedimentos disciplinares aos trabalhadores e dirigentes envolvidos na definição, aprovação e implementação da 'Alarmística - acesso a dados pessoais' [a chamada 'lista VIP']".

* Até as crianças da pré sabiam que a famosa lista existia, mas convinha dar letra de forma à circunstância de modo a que responsáveis políticos fiquem inimputáveis, este governo é pródigo em malabarismos, alguns irrevogáveis.

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   ARTE
E


UMA RODA D'OLEIRO


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HOJE NO
 "JORNAL DE NEGÓCIOS"


Nos é a operadora com mais 
reclamações junto da Anacom

No ano passado a Anacom recebeu 78.238 reclamações, um aumento de 8,9% face a 2013. As questões contratuais, equipamentos e facturação lideram as queixas. A Nos é a operadora com maior número de reclamações enquanto a Vodafone ocupa o último lugar. 
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A Nos foi a operadora portuguesa que mais reclamações recebeu em 2014. Um relatório da Anacom, divulgado esta terça-feira, mostra que "tendo em conta o total de clientes de serviços de comunicações electrónicas de cada prestador, o grupo Nos foi o prestador mais reclamado no período em análise, com 2,67 reclamações por mil clientes".
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A Altice, que detém a Cabovisão e a Oni totalizou 1,77 queixas por mil clientes, enquanto a Meo, operadora da PT Portugal que na próxima semana passa para as mãos do grupo francês, teve 1,34 reclamações por mil clientes.

A Vodafone, pelo contrário, foi o operador menos reclamado, com 1,16 reclamações por mil clientes.

No total, no ano passado o regulador do sector recebeu 78.239 reclamações, mais 8,9% do que em 2013.

No seguimento das queixas que se situam na esfera da Anacom, a entidade liderada por Fátima Barros avançou com 353 acções de fiscalização sobre serviços de comunicações electrónicas e 270 sobre a prestação de serviços postais.

Além disso, "em 2014 foram instaurados 346 processos de contra-ordenação e decididos 360 (parte dos quais já vinha do ano anterior)", lê-se no mesmo documento.

A maioria das queixas dos consumidores foi relacionada com os serviços de comunicações electrónicas (84,4% do total), que aumentaram 13,4% face ao ano anterior.

"As questões relacionadas com o contrato celebrado para a prestação de serviços de comunicações electrónicas são o assunto mais reclamado pelos utilizadores destes serviços, representando mais de metade das reclamações analisadas (54,2%), com destaque para os problemas relacionados com a venda (33,5%) e o cancelamento do serviço (28%)", detalha a Anacom.

Os assuntos relativos a equipamentos somaram 14,1% do total de reclamações, enquanto a facturação do serviçp representa 10,2%. "Esta última foi a que registou maior crescimento homólogo, mais 59,6%". Avarias, atendimento ao cliente e portabilidade são os outros temas objecto de reclamação.

No ano passado o segmento móvel e os serviços em pacote (que juntam televisão, internet, telefone fixo ou móvel) também registaram um aumento da taxa de reclamação, passando, "em termos de número médio de reclamações por mil clientes, de 1,24 para 1,57 e de 5,28 para 6,12, respectivamente".

Os restantes serviços diminuíram o número de queixas, com a Anacom a destacar o serviço telefónico fixo que, de uma média de 0,84 reclamações por mil clientes em 2013, passou para uma média de 0,64 em 2014, "mantendo-se como o serviço com a taxa de reclamação mais baixa".

Os serviços postais seguiram a mesma tendência, tendo somado 8.008 reclamações, uma redução de 3,7%, representando mesmo assim 10,2% do total de reclamações recebidas pela Anacom.

No relatório a Anacom sublinha ainda que no ano passado as "reclamações relacionadas com anúncios de campanhas publicitárias são absolutamente residuais no total de reclamações recebidas, sendo inexpressivo o seu peso".

Recorde-se que no âmbito do novo Código da Publicidade, divulgado recentemente, as campanhas das operadoras terão que ter um visto prévio da Anacom.

* Com a "NOS" é um "indescanso".

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A INVCTA VISTA

DO CÉU















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HOJE NO
 "DESTAK"


Melgaço recorre à justiça para travar
. alargamento da produção de Alvarinho

A Câmara Municipal de Melgaço anunciou hoje que vai avançar com uma providência cautelar para travar o alargamento da produção de Alvarinho a todos os concelhos da Região dos Vinhos Verdes (RVV). 
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Em comunicado hoje, aquela autarquia justificou aquela posição com a publicação, em Diário da República (DR), da portaria 152/2015 que regulamenta aquele alargamento.

"O município de Melgaço recebeu hoje, com repúdio e indignação, a publicação da portaria que vem viabilizar o alargamento da produção de Vinho Alvarinho fora da Sub-Região de Monção e Melgaço, alargando-a a toda a RVV", lê-se na nota enviada à imprensa. 

* Só se for para perder qualidade e alguém ganhar alvíssaras com este artifício legal..

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SALTO À VARA


Atleta cega consegue o 3º lugar!

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HOJE NO
 "i"

Linha SOS-Criança
Uma chamada a cada hora, 
a cada hora uma criança

Do outro lado da linha, seis técnicas escutam as denúncias, as queixas e o desespero

O i conversou com os técnicos, ouviu os telefonemas e conta-lhe as histórias de quem liga para o 116 111.

– Por favor... Alguém me ajude. Há dois dias que não dou comida à minha filha.

Paula, a técnica responsável pelo atendimento da chamada feita para o 116 111, começava a sufocar. Como consegue alguém ouvir que uma criança corre perigo e continuar ali, agarrada a uma secretária e a um telefone, sem poder ir a correr salvá-la? À medida que a mãe se ia desembrulhando de um discurso de coisa sem coisa, Paula tomava conta da gravidade do que estava a acontecer, algures numa casa do país: aquela mãe não tinha caído na pobreza; não estava inválida, nem paralisada, nem tinha qualquer problema de mobilidade. Quem ligava era uma mulher barricada entre o que sabia estar certo e o que um transtorno de personalidade lhe pedia para fazer.

– Ela tentou ir buscar umas bolachas. Mas ela não pode. Ela não pode chegar à comida.

Paula teve a certeza, naquele momento, de que se tratava de uma emergência: se a mãe desligasse, ou se a chamada simplesmente caísse, não teria forma de detectar o rasto da chamada telefónica. Era preciso manter a mãe em linha, acalmá-la e conseguir identificar uma morada entre tanto discurso sem nexo para que as autoridades fossem enviadas ao local. Nesse dia, sem se levantar da cadeira, Paula salvou uma criança de morrer à fome.


Naquele dia, quem ligou foi a mãe. Noutra hora é um pai, ou uma avó, ou uma vizinha, ou uma professora, ou uma amiga. Ou simplesmente um homem ou uma mulher. Alguém só com um timbre, não precisa de rosto, nem nome, nem tão-pouco grau de parentesco. Desde que a linha foi criada há 25 anos, pelo Instituto de Apoio à Criança (IAC), já foram feitas por esta via mais de 132 mil denúncias. 
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Em média, a cada hora que passa há uma chamada que chega à linha e mais um registo, na folha de Excel, de uma criança em risco. Vítima de maus-tratos físicos e psicológicos. Vítima de abandono ou negligência. Vítima de bullying, violência no namoro ou abusos sexuais. Há ainda histórias de pais que não sabem dos filhos. Pais sem condições económicas ou mentais para cuidar das crianças. Pais que ameaçam pôr os filhos fora de casa. Pais que sofrem agressões e querem ver os filhos longe delas.

As seis técnicas responsáveis pelo atendimento não esquecem o que ouvem quando, ao fim de um dia de trabalho e dezenas de chamadas, entram em casa. Mónica – assim mesmo, sem apelido, por razões de segurança as técnicas não os têm – tinha acabado de sair de licença de maternidade quando, do outro lado da linha, começou a ouvir um relato pormenorizado de maus-tratos a um bebé.

– Tive de fazer um esforço sobre-humano para a minha voz não se separar de mim. Ali, sei que tenho de manter uma voz calma, que não me posso descontrolar, mas aquilo tudo, talvez por ter sido mãe há pouco tempo, mexia muito comigo –, recorda.

Quando chegou à sala ao lado, onde estavam as colegas, já as lágrimas escorregavam pelo queixo. Só conseguia repetir: “Como é que é possível? Como é que é possível? É um bebé!” 
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O vermelho do S.O.S chega de todos os lugares. Nos últimos seis anos, pelo menos 36 mil menores foram sinalizados como estando em risco ou tendo sido vítimas de qualquer tipo de maus-tratos: num extremo está a negligência, falhas nos cuidados alimentares, no acompanhamento escolar ou na saúde; no outro, os abusos sexuais e emocionais e as agressões psicológicas e físicas. Os números são perturbadores: entre 2011 e 2013, o Instituto de Medicina Legal detectou, em média, dois casos semanais de suspeitas de agressões a crianças. Seis acabaram por morrer vítimas de asfixia, intoxicação e lesões traumáticas. De acordo com o estudo “Maus-tratos infantis e morte em Portugal: estudo retrospectivo de três anos”, divulgado em Outubro, em Coimbra, em quase metade dos casos (45,5%), os agressores são os próprios pais. A maioria das crianças sinalizadas como vítimas tinham entre um ano e meio e dois anos e meio de idade. Há registo de traumatismos de natureza contundente, de natureza cortante, de intoxicação com gases e fármacos e até de queimaduras com cigarros.

Os números não incluem o caso do pai que saiu de casa com as mãos ensanguentadas depois de matar o filho de três meses, em desatinados golpes de faca, em Linda-a-Velha. Nem o de Maria Isabel, de dois anos, que morreu dias depois, em Loures, após ser espancada pelo padrasto.

Não há limites para a realidade. “Nunca ninguém pensa que um homem pode ligar à mulher para lhe dizer: vou espetar uma faca no coração de uma criança. Quem trabalha nestas equipas tem de ter muita resistência à frustração. Muitas vezes, a realidade que chega ao telefone ultrapassa a ficção. Se cada um varrer a frente da sua porta, a rua fica limpa. É melhor apresentarem uma situação e ela não ser verídica do que não a apresentarem e ser. A criança não é o futuro, é o presente. E é no presente e com os meios que temos ao nosso dispor que a devemos ajudar”, defende Manuel Coutinho, secretário-geral do IAC, o instituto que foi pioneiro na criação de uma linha de atendimento telefónica gratuita e confidencial para denunciar os riscos e perigos a que estão sujeitas crianças e adolescentes.

Paula sabe que estatísticas são apenas estatísticas e não se guia por elas. Mas de há um ano para cá começou a ter outra percepção dos telefonemas que atende: “Temos percebido que temos tido apelos mais complicados. Muitas vezes, situações que ficam ali na fronteira. Que não sabemos muito bem se são maus-tratos psicológicos, se são outra coisa.” À conversa com Mónica, partilha um caso que chegara na semana anterior: o de uma criança de 12 ou 13 anos a quem o companheiro da mãe terá rapado o cabelo, depois de lhe ter retirado os pêlos púbicos.
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Noutro dia foi uma vizinha quem ligou. Não suportava mais guardar para si que, na casa ao lado, duas crianças, de três e seis anos, passavam o dia sozinhas. E que durante esse período até já tinham sido vistas a passear pelo telhado. O que era feito do pai e da mãe? O pai estaria detido. A mãe contava às crianças, depois de lhes dar o almoço, que ia trabalhar para o Pingo Doce. Quando os técnicos da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco chegaram ao hipermercado, perceberam que não havia qualquer funcionária com o nome daquela mãe. Estavam perante um caso de abandono ou, no mínimo, de negligência. João e Joana acabaram numa instituição.

Noutra hora é uma professora quem liga em desespero. O que fazer quando uma criança conta na escola que o companheiro da avó vê filmes pornográficos ao seu lado? Ainda para mais, Sara descrevia cenas explícitas dos filmes e tinha sido apanhada na piscina a simular sexo com os rapazes. Como se não bastasse, contava que o pai estava fora e que a mãe era agredida pelo tal companheiro da avó. Já noutra hora, é uma mãe com receio de maus-tratos por parte de uma educadora porque a filha se recusa a ir à escola. Ou um pai que se barricou com os filhos. Ou uma mãe que saiu de casa porque o filho roubava e a agredia. Ou uma mãe que ameaça pôr a filha fora de casa porque já não sabe como lidar com os seus comportamentos agressivos. Um adolescente que fez uma tentativa de suicídio. Ou alguém para quem bastou olhar para os pulsos da neta para sentir que havia perigo.

– A minha neta tem 12 anos e automutilou-se. Do outro lado do 116 111, numa sala de um prédio lisboeta, durante 17 minutos, Paula tenta acalmar a avó nervosa.

– Não sei o que fazer. Disse-me que não era a primeira vez, que não era de agora. Nunca notei que tivesse problemas. É muito estudiosa, mas talvez a minha filha a pressione muito com as notas. Ela faz isso no corpo. O meu filho, quando estava mais nervoso ou irritado, dava murros na parede. Agora ela faz isto. Serão problemas da cabeça? Isto não é autismo, pois não? 
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Paula sossega a avó, sugere que vá às consultas do Instituto de Apoio à Criança ou contacte um psicólogo mais próximo da área de residência. Repete que o número 116 111 está disponível 24 horas por dia: que pode voltar a ligar, e que a neta, ou o filho ou a nora, também o poderão fazer. O mais importante é fazê-la interiorizar esta mensagem: aquela criança é uma criança em risco. Se cortou os pulsos é porque está em sofrimento.

– Há qualquer coisa com a qual ela não está a conseguir lidar, percebe? Ela está a pedir ajuda. “Esta nem é a situação típica. Mas o SOS tem essa especificidade. São situações atrás de situações, o que é muito exigente. Estamos a ouvir coisas difíceis e, por mais preparação que tenhamos, isto marca-nos sempre. E depois é preciso lidar com o sofrimento da outra pessoa. Neste caso era a avó, que estava claramente nervosa e ansiosa. Aqui, o nosso papel não é o chapa 5, registar situações e já está, mas lidar com isso ao telefone. Perceber que aquela situação é muito delicada, que aquela criança está a precisar de ajuda e fazer ver isso ao apelante. É daquelas chamadas em que temos de mostrar que é preciso actuar já”, desabafa Paula depois de pousar o telefone.

Maria José não precisava de se identificar, nem tão-pouco de dizer que era avó daquela criança. A linha garante o anonimato. O único dado necessário é a localização. As técnicas (psicólogas ou assistentes sociais) que atendem das 9 às 19h (nas horas seguintes, as chamadas são reencaminhadas para a Polícia Judiciária) registam a duração da chamada, o género do apelante (nome dado a quem faz a denúncia), o distrito de onde liga e se a chamada tem ou não relação com uma criança. Se o tiver, passa-se à segunda fase: consoante as denúncias, são contactadas as autoridades, as comissões de protecção de crianças e jovens em risco, a Segurança Social ou as escolas. Denúncias que envolvem bebés são tratadas como urgentes. No fim, quem atende e reencaminha os casos faz sempre questão de saber se a denúncia era verdadeira e se a história teve um final mais feliz. Para que conste dos registos e também porque, por mais que histórias que ouçam, nunca as tiram da cabeça. 
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Quem mais liga são os adultos, sobretudo as mulheres. Mas também há casos de crianças e adolescentes, muitas vezes motivados pelas campanhas de sensibilização que o IAC faz regularmente nas escolas. O apelo, desenvolvido em panfletos, é simples: se tens um problema, liga-nos. A partir daí chegam à linha histórias de crianças e jovens com ideação suicida, falta de auto-estima, problemas na escola ou dificuldade em lidar com pais divorciados e desavindos. “Às vezes o problema é relativo, mas não nos cabe a nós desvalorizar o problema de uma criança”, contam Paula e Mónica, habituadas a partilhar as histórias, e a rir de algumas delas como forma de catarse.

Há quem ligue porque se sente sozinho ou até, cada vez mais, porque os pais não estão e precisa de ajuda para fazer os trabalhos de casa.

“É outra coisa que aqui nos chega muito: o tempo que as crianças não têm para brincar. É frequente não terem sequer quem brinque com elas. O alargamento dos horários de trabalho lesou, e muito, a interacção parental. E se as crianças já estavam demasiadas horas na escola, com recreios desumanizados, ainda passaram a estar mais”, diz Manuel Coutinho, que logo a seguir salta para o orgulho que tem nos percursos de quem ligou durante anos e anos para aquela linha SOS, ultrapassou as crises e se transformou num adulto feliz. Aqueles que depois enviam cartas e desenhos, hoje pendurados na parede do apartamento onde todos os dias se arranjam soluções na hora pelo telefone. 
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Os mais sós transformam facilmente aqueles telefonemas numa rotina. Como o Rui, que começou a ligar com oito ou nove anos e hoje já está quase a entrar na idade adulta: uma criança solitária, ora eufórica ora deprimida, com um historial de ataques de pânico, conflitos com o padrasto e tentativas de suicídio. Chegou até o dia em que as técnicas tiveram de reencaminhar uma ambulância porque se atirou de um segundo andar. Rui sobreviveu e de vez em quando ainda liga, nem que seja para desabafar dores de crescimento ou simplesmente falar sobre o sol. António também já o faz há anos. Hiberna no Inverno e reaparece nas férias de Verão, quase sempre para repetir histórias em torno de um menino que “não consegue arregaçar as mangas”. 

* Absolutamente dramático, queixamo-nos nós por coisas mínimas...


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