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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Protesto dos taxistas continua.
O que está em causa?
E o que mudou?
A Cabify confirmou ao DN um aumento no número de 'downloads' da aplicação e de viagens, a Taxify registou um aumento de 5% no número de pedidos, e a Chauffeur Privé, disse, superou os resultados na primeira semana, não sendo possível alhear isso à manifestação dos taxistas
A manifestação dos taxistas começou há sete dias em Lisboa, Porto e Faro
e as associações que representam os profissionais do setor agendaram
para esta quarta-feira uma concentração em frente à Assembleia da
República. O DN apresenta um explicador sobre o que está em causa nesta
manifestação, os contornos desde o início, por quanto tempo se poderá
prolongar e de que forma esta paralisação pode ter beneficiado as
plataformas eletrónicas de transporte individual.
O que reivindicam os taxistas?
Os taxistas estão em protesto contra a legislação que regula a atividade de Transporte em Veículo Descaracterizado a partir da Plataforma Eletrónica (TVDE) - que tem entrada em vigor prevista para 1 de novembro - e pedem que esta não venha a ser aplicada.
A legislação foi aprovada em 12 de julho
- com os votos a favor de PS, PSD e PAN, contra de BE e PCP, e a
abstenção de CDS-PP - e foi promulgada pelo Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa no último dia de agosto.
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COM CLIENTES? |
Os dirigentes da
Federação Portuguesa do Táxi (FPT), Carlos Ramos, e da Associação
Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL),
Florêncio de Almeida, reuniram-se no primeiro dia com os grupos
parlamentares do PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE e PEV à procura de 23
deputados - de um total de 230 na Assembleia da República - que pedissem
a fiscalização sucessiva pelo Tribunal Constitucional (TC) da lei.
Apenas
o Bloco de Esquerda, "Os Verdes" e os deputados comunistas mostraram.se
disponíveis para fazer esse pedido de fiscalização sucessiva, mas não
houve qualquer pedido até ao momento.
Reivindicações mudaram ao longo destes sete dias de protesto?
Na última sexta-feira, dia 21, já com os taxistas em protesto, o PCP
entregou um documento ao Parlamento a pedir a revogação da lei e o
presidente da ANTRAL conformou-se com a decisão.
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"É este caminho o
mais correto, não é o Tribunal Constitucional, que era aquilo que eu
até defendia anteriormente. É este caminho que o PCP nos garantiu e
apresentou", considerou Florêncio de Almeida.
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Os dirigentes associativos pediram, entretanto, uma audiência com o Chefe de Estado e com o primeiro-ministro, António Costa.
A audiência com a Presidência da República decorreu no sábado e as associações pediam ainda a resposta com chefe de governo.
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Os
presidentes da FPT e da ANTRAL foram recebidos esta segunda-feira pelo
assessor para os assunto económicos de António Costa, mas consideraram
que a reunião foi uma "manobra de diversão", remetendo as esperanças
agora para o plenário na Assembleia da República, que decorre esta
quarta-feira, dia 26.
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Depois da reunião no gabinete provisório do
primeiro-ministro, no Terreiro do Paço, em Lisboa, o presidente da
Federação Portuguesa do Táxi acusou o governo de querer "entregar
a mobilidade nos grandes centros urbanos às multinacionais, ao capital
privado, e deixar para o táxi o transporte residual".
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O
representante dos taxistas também referiu que, desta vez, reivindicam
"que o poder local possa fixar os contingentes e criar as regras para" o
funcionamento das plataformas eletrónicas.
Quanto tempo vai durar o protesto?
A manifestação dos taxistas começou na última quarta-feira, dia 19, e prolonga-se pelo sétimo dia consecutivo.
Os
dirigentes das associações que representam o setor disseram, várias
vezes, que o protesto se vai manter até que os taxistas tenham uma
garantia em conformidade com as reivindicações.
Há zonas das cidades bloqueadas?
No primeiro dia do protesto, em 19 de setembro, a Avenida da Liberdade e
a Praça dos Restauradores, em Lisboa, estiveram interditas ao trânsito,
devido à concentração de taxistas nestes locais. A proibição de
circulação foi, contudo, levantada às 07:30 do dia seguinte, pela
Polícia de Segurança Pública (PSP), mas os veículos continuam
estacionados nestes dois pontos.
As plataformas eletrónicas têm lucrado mais desde o início do protesto?
Em Portugal, há quatro operadoras de Transporte em Veículo
Descaracterizado a partir da Plataforma Eletrónica: Uber, Cabify, Taxify
e Chauffeur Privé, que entrou em Lisboa no dia 17 de setembro.
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A Cabify admite que aumentou a procura do seu serviço nos últimos dias. Em declaração enviada ao DN, a empresa referiu que "nos últimos dias registou um aumento do número de 'downloads'da aplicação e de viagens".
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A
empresa acredita também que "este é um claro sinal, não apenas da
preferência dos utilizadores, mas da importância da complementaridade no
setor da mobilidade e um reflexo do papel relevante que os transportes
públicos desempenham no espaço urbano".
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A Taxify
adiantou que o serviço tem decorrido com normalidade desde o início do
protesto, mas adiantou ao DN que houve uma "ligeira subida de 5% no
número de pedidos" na plataforma, em comparação com a semana anterior
aos protestos.
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Fonte da Uber afirmou ao DN que a
empresa não pode disponibilizar dados sobre faturação ou incremento de
clientes devido a uma diretiva internacional.
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A Chauffeur Privé afirmou que "superou os objetivos inicialmente traçados [na primeira semana no mercado português], sendo impossível isolar o impacto que as manifestações dos taxistas tiveram" nos resultados, num comunicado enviado ao DN.
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A nota também refere que a empresa não está alheia "ao que se está a passar no setor [do táxi]".
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"Acreditamos que a legislação terá um papel fundamental na melhoria do serviço e irá garantir justiça e equidade no setor,
independentemente da tipologia, modelo de negócio e/ou diferentes
estratégias dos vários intervenientes neste mercado da mobilidade
urbana, no quais se incluem os Táxis e a Chauffeur Privé", declarou a
empresa.
Os transportes públicos também registaram maior afluência?
Em 18 de setembro, um dia antes do início do protesto, a Carris e o Metropolitano de Lisboa admitiriam reforçar a oferta.
Citada pela Lusa, a Carris referiu que
"faz sempre uma avaliação as eventuais perturbações na circulação, com o
apoio da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e das autoridades, e em
função dessa avaliação é preparado um plano de contingência" e que, segundo a empresa, poderia ser implementado "integralmente ou por fases", consoante a evolução do protesto.
Numa
nota enviada ao DN, a Carris refere que "desde 10 de setembro, a Carris
introduziu suplementares" entre o aeroporto Humberto Delgado e o
Marquês de Pombal, entre as 07:00 e as 21:00.
A empresa também
informou que "durante o período noturno, incluindo a madrugada, manteve o
serviço nesse trajeto" e que no último sábado, "os reforços
mantiveram-se, com exceção do período noturno e da madrugada".
A
Carris referiu ainda que "no que diz respeito à resposta dos clientes,
entre quarta e sexta-feira verificou-se um acréscimo médio de 1700
clientes por dia, em ambas as carreiras que completam aquele percurso" -
designadamente o 744 e o 783 -, o que "corresponder a aumento de cerca
de 14%".
O Metropolitano de Lisboa disse, há uma semana, que
iria monitorizar a "evolução da procura ao longo da rede e, se
necessário", efetuaria "um aumento da oferta na medida dos recursos
disponíveis", em resposta enviada à agência Lusa.
A empresa
informou ainda que houve um aumento da oferta, nomeadamente aos dias
úteis e nas horas de ponta das linhas Azul (que faz a ligação entre a
Reboleira e Santa Apolónia) e Amarela (liga o Rato a Odivelas), devido à
entrada em em vigor, em 17 de setembro, do horário de inverno.
O
DN constatou, na última sexta-feira, que havia uma afluência maior ao
Metro de Lisboa na estação do aeroporto, devido ao protesto, com a fila
de pessoas que aguardava para carregar viagens a estender-se até aos
degraus de acesso ao terminal.
* É sempre uma merda quando o monopólio está em risco. Se o governo ceder é frouxo. Há sete dias sem trabalhar ou são endinheirados ou....
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