07/12/2015

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA


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3-HISTÓRIA DO 

(PRÓ)



* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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5-MY NAME 


IS NOBODY

  
ZAGREB

26ª BIENAL DE MÚSICA


 ÚLTIMO EPISÓDIO

* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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  HOJE NO  
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
E o patologista mais influente do mundo é: o português Sobrinho Simões

O médico e cientista do Porto foi escolhido pelos seus pares em todo o mundo

A pergunta era esta: "Quem são os profissionais de medicina em laboratório, ou seja, os patologistas, mais influentes?" A revista internacional The Pathologist colocou-se a questão e depois decidiu lançá-la, há cerca de dois meses, aos patologistas do mundo inteiro: o seu universo de leitores especializados. Recebidas as respostas e feitas as contas, o resultado é este: o patologista mais influente do mundo é o português Manuel Sobrinho Simões, professor e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que ali fundou há 26 anos o instituto de investigação Ipatimup, que ainda dirige, e que abriu caminhos novos no estudo do cancro.
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Entre os motivos invocados para a escolha do médico e cientista português, os inquiridos afirmam que Sobrinho Simões "contribuiu mais do que ninguém para a visibilidade da patologia na Europa", que "tem apoiado jovens patologistas oriundos de todo o continente europeu", ou ainda que ele "representa a combinação perfeita entre a inteligência científica e a nobreza", enumera a revista.

Mas não ficam por aqui as razões da escolha. Sobrinho Simões, dizem igualmente os que nele votaram "é, não apenas um grande cientista, mas também uma pessoa carismática, generosa, simpática e atenta aos outros", e "as suas contribuições para o diagnóstico clínico do cancro da tiroide são excecionais". Hoje, referem os inquiridos, "os patologistas de todo o mundo seguem, na sua rotina de trabalho, as regras que ele estabeleceu".

Sobrinho Simões, como confessou ao DN, ficou "felicíssimo". "É uma enorme satisfação, mas fui um pouco apanhado de surpresa", diz. E sublinha: "Penso que a escolha tem sobretudo a ver com o facto de nestas últimas décadas termos treinado aqui, no Ipatimup, muitos jovens patologistas de todo o mundo, e também com o trabalho que desenvolvi quando fui presidente da Sociedade Europeia de Patologia entre 1999 e 2001".

Esse trabalho passou, nomeadamente, pela criação na altura de unidades da Escola Europeia de Patologia em cidades onde, até aí, elas não existiam, como Ancara, na Turquia, Moscovo, Craiova, na Roménia, Cracóvia, na Polónia e ainda numa outra cidade da República Checa. Foi igualmente durante a sua presidência daquela sociedade europeia que se realizaram os primeiros congressos intercontinentais da especialidade, o contribuiu para aproximar os profissionais desta área médica "que em geral tem muito pouca visibilidade", como admite o cientista português.

Herdeiro de "uma escola tradicionalmente muito boa de patologia em Portugal", que ficou marcada por médicos patologistas como Jorge Horta e Cortês Pimentel em Lisboa, Amândio Tavares e Daniel Serrão no Porto, e Renato Trincão em Coimbra, o Ipatimup é também um das instituições mundiais onde os jovens patologistas em fase de aprendizagem podem fazer treino especializado - é isso que tem acontecido, aliás, nas últimas décadas. Não é por acaso que muitos dos que votaram no cientista português como o patologista mais influente do mundo se referem a ele como "um professor entusiasta, que está sempre pronto a partilhar o seu conhecimento".

Essa é, afinal, a sua forma de estar. A mesma que o leva também a fazer 300 consultas gratuitas por ano, para casos de cancros difíceis, oriundos de todo o mundo.

Premiado em Portugal e a nível internacional - Prémio Pessoa em 2002, Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 2004, comendador da Ordem de Mérito Real da Noruega, em 2009, entre muitos outros -, Manuel Sobrinho Simões é natural do Porto, onde se formou em Medicina e se especializou em patologia, na qual ajudou a desbravar caminhos, nomeadamente no cancro da tiroide. Hoje, passadas quatro décadas, é a pessoa mais influente do mundo na sua área de atividade.

* Para a maior parte dos portugueses esta escolha é "tremoços" dada a ignorância e apatia do conhecimento em que vivem, fruto das políticas de educação em vigor no país. Sobrinho Simões foi escolhido por colegas do mesmo ofício, não por qualquer autoridade medalheira que por aí circula.

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 MINUTOS DE

CIÊNCIA/78


LCULO DE PROBABILIDADE

E GENÉTICA

ACONDROPLASIA




FONTE: MATEMÁTICA RIO


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HOJE NO
"RECORD"

Nuno Ribeiro vai processar
 Bruno de Carvalho

O diretor desportivo da equipa de ciclismo W52, Nuno Ribeiro, anunciou esta segunda-feira que vai processar o presidente do Sporting, pela suspeição lançada por Bruno de Carvalho sobre o recurso ao doping.
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"Irei proceder judicialmente contra o Sr. Dr. Bruno de Carvalho, presidente do Sporting Clube de Portugal. Esta é a melhor forma de proteger os nossos atletas. O desporto em Portugal não pode ficar refém de juízos gratuitos, ofensivos e infundados por parte de dirigentes que colocam em causa o bom nome, honra e consideração de todos que não lhe prestam vassalagem", afirmou Nuno Ribeiro em comunicado.

O antigo corredor afirmou que a equipa, que acabou por assinar um acordo com o FC Porto, "é exatamente a mesma da semana passada", quando Bruno de Carvalho se fez fotografar com ele e "anunciou, de forma precipitada, uma parceria com o Sporting".

"A W52 é uma equipa limpa, como atestam as centenas de controlos antidoping a que são submetidos os nossos ciclistas todas as épocas. Quem não deve não teme e, como é habitual nesta modalidade, em todos os nossos contratos há cláusulas que protegem as partes e a parceria que estabelecemos com o FC Porto não é exceção", sublinha o comunicado.

Nuno Ribeiro acrescenta que "os ciclistas da W52 não podem ser sérios quando se tira uma fotografia e passados três ou quatro dias batoteiros", afirmando que "Bruno de Carvalho sabe perfeitamente que não foi pela W52 que o acordo não se concretizou".

"Pelo nosso lado, ainda hoje não sabemos se foi pelo Sporting [que falhou o acordo], se pelo intermediário que dificultou o diálogo entre as partes", frisou, concluindo que voltará ao assunto em "local próprio".

No domingo, Bruno de Carvalho assumiu que foi um "erro" negociar a parceria com a W52 para o regresso do clube 'verde e branco' ao ciclismo e prometeu trabalhar "num projeto que tenha ambição mas onde a ética e a verdade desportiva sejam uma constante".

Na véspera, o Sporting tinha anunciado a suspensão do acordo, alegando que, já depois de anunciado o regresso ao ciclismo, "teve o clube conhecimento de diversos factos e situações que suscitaram e suscitam as maiores e mais sustentadas dúvidas sobre procedimentos relacionados com análise e controlo antidoping por parte dos promotores do projeto".

A equipa, que em 2016 se vai designar W52-FC Porto-Porto Canal, venceu as últimas três edições da Volta a Portugal, com os espanhóis Alejandro Marque (2013) e Gustavo Veloso (2014 e 2015), as duas primeiras sob o nome OFM-Quinta da Lixa e a deste ano como W52-Quinta da Lixa.

* Na sua cavalgada quixotesca rumo ao protagonismo, o sr. Bruno  Carvalho dá "uma no cravo, duas na ditadura", vale Jesus para mascarar tanta boçalidade.


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3-HISTÓRIA DO RACISMO



Um dos mais completos e chocantes sobre a construção dos conceitos de racismo, que justificam as maiores atrocidades cometidas contra os Negros-africanos, e a constante construção de uma ideia de inferioridade e desumanização, para negar direitos e macular a história.

* Uma produção da BBC

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  HOJE NO  
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Vereadora despiu-se para a "Interviú"

Em outubro, Carmen López foi expulsa do partido espanhol Ciudadanos por exigir o pagamento das viagens entre Chicago, nos EUA - para onde foi viver - e Espanha. Só assim poderia participar nas reuniões da autarquia de Castilleja de la Cuesta, perto de Sevilha. Agora, a vereadora quis explicar-se e, para isso, despiu-se para a revista "Interviú".
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"Enviei um fax a informar o partido. Eles não podiam dizer que desconheciam que eu me tinha mudado para Chicago", disse a advogada, de 43 anos, à revista, acrescentado que chegou a propor a utilização de videoconferência para as reuniões. "Não tinha outra escolha", confessa Carmen López, justificando que teve de acompanhar o marido, que se mudou para a cidade norte-americana.

Quando partilhou a capa da publicação nas redes sociais, a vereadora - que em 1991 foi distinguida como Miss Sevilha - voltou a falar do assunto: "Espanha tem o direito de saber e de questionar a verdade", escreveu como legenda da imagem.

* Que verdadera ciudadana, hombre.
 

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MAFALDA ANJOS

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Tão bonzinhos que eles são

Doação à caridade soa bem melhor do que veículo de investimento, é certo. Mas há muito mais por trás da Chan Zuckerberg Initiative. Desde logo, uma maneira de estar na vida

Esta semana, a notícia fez primeiras páginas um pouco por todo o lado. Mark Zuckerberg e a sua mulher Priscilla Chan anunciaram no Facebook, onde mais poderia ser, que iam doar 99% das ações da empresa durante as suas vidas, para se “juntarem a muitos outros que se dedicam a melhorar este mundo para a próxima geração”. O anúncio da Chan Zuckerberg Initiative, feito numa afetiva e extensa carta à filha, despertou um emocionado coro de ovações públicas. Os amigos Melinda e Bill Gates, Shakira, Sheryl Sandberg, Richard Branson, Martha Stewart, todos comentaram o post parabenizando o casal e a sua bonita iniciativa. Nos media, a aclamação foi também generalizada: ah, Zuckerberg, tão novo e tão generoso! “Voto filantrópico de Mark Zuckerberg estabelece um novo standard”, escreve a "Bloomberg"; “Mark Zuckerberg e Priscilla Chan vão dar 99% das ações à caridade”, anuncia o "Wall Street Journal"; “Zuckerberg e Chan vão doar quase todas as suas ações”, diz a "Time". 

O que se esqueceram de dizer foi que esta iniciativa de Zuckerberg tem também inúmeros benefícios fiscais. Caridade soa maravilhosamente bem, mas o que Zuckerberg criou, bem vistas as coisas, foi um veículo de investimento. Desde logo, a forma escolhida não foi despropositada. A Chan Zuckerberg Initiative é uma LLC, ou seja, uma companhia de responsabilidade limitada. Ele não criou uma fundação de caridade, com estatuto não lucrativo (conhecida nos EUA por organização 501 ( c) (3)), que tem de obedecer a uma série de regras que limitam o campo de ação e obrigam a doar percentagens específicas do seu património anualmente.

As LLC permitem fazer muito mais do que meras doações: podem investir em empresas, fazer parcerias e criar negócios, fazer lobby e investir em causas políticas. Basicamente, com este veículo pode fazer tudo e mais alguma coisa com o seu dinheiro. “O Senhor Zuckerberg foi retratado de forma reluzente, por ter, na essência, transferido dinheiro de um bolso para outro”, escreveu ontem o analista Jesse Eisinger num texto de opinião publicado no "New York Times".

E, de um bolso para o outro, há uma pequena enorme diferença: muito provavelmente, Zuckerberg nunca vai pagar impostos do valor do património que colocou na LLC. A questão que se coloca, e que numa segunda leva depois da euforia inicial começou a ser debatida nos Estados Unidos (já comentada por Zuckerberg num novo post de hoje), é que um dos homens mais ricos do planeta não vai contribuir para ajudar a pagar as despesas do seu país. Ninguém duvida das boas intenções de Zuckerberg e Chan e da vontade real em ajudarem projetos beneméritos e melhorar a vida das crianças, só se questiona que não se comprometam, como os outros norte-americanos, em ajudar a suportar o estado e contribuir para o bem comum. No limite, se todos os multimilionários optassem por este tipo de veículos, a percentagem de impostos angariada pelo estado – e que pagam as despesas públicas –, reduzia-se significativamente. Thomas Piketty, autor de "O capital no século 21" e que defende um vagamente utópico imposto global sobre a riqueza, não foi de meias palavras: “tudo isto é uma grande piada”.

Mas há outro ponto interessante nesta opção do criador do Facebook. Inerente a esta posição está uma ideia, bem ao estilo de Zuckerberg (já aqui falei do seu ambicioso plano para conquistar o mundo), que é mais ou menos isto: “eu faço melhor do que os políticos, e por isso em vez de lhes dar o meu dinheiro para eles gerirem e aplicarem, vou fazer eu isso”. Foi esta forma de estar que o fez, aliás, fundar o império que tem hoje. Na primeira entrevista em que falou da origem do Facebook, deu uma explicação simples para ter saltado por cima do plano da Universidade de Harvard para ter uma rede social no campus: "Eu consigo fazer melhor do que eles".

Ninguém duvida da capacidade de Zuckerberg em fazer dinheiro, mas é lícito duvidar da sua capacidade em discernir quais os projetos que são efetivamente merecedores e onde é que esse dinheiro pode fazer a diferença. O que, na prática, não nos leva a lado nenhum, porque o dinheiro é dele e pode, de facto, fazer o que quiser com ele.

Os super-ricos compram adulação geral por doações que minimizam os seus impostos, nada de novo. A isto chama-se optimização fiscal, que cada um faz à escala do seu bolso, e o de Zuckerberg é estupidamente grande. O que pensar de tudo isto? Entre um multimilionário bonzinho e um capitalista sem vergonha que só quer fugir aos impostos, algures no meio estará a razão.

IN "VISÃO"
04/12/15

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713.UNIÃO

EUROPEIA




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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Taxas moderadoras deverão baixar em
. inícios do próximo ano

O Ministério da Saúde não se quer comprometer com datas, mas a previsão é de que as taxas moderadoras baixem no início do próximo ano. Trata-se de uma descida no valor global, anunciada esta segunda-feira por Adalberto Campos Fernandes.
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O novo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, anunciou esta segunda-feira, 7 de Dezembro, que está em curso "uma revisão do modelo de taxas moderadoras em vigor" que prevê a redução do valor das mesmas para todos os utentes e a sua isenção para os utentes que sejam referenciados pela Linha Saúde 24.
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Em declarações ao Negócios, fonte do Ministério da Saúde afirma que se está "a fazer de tudo para que a medida entre em vigor no início do ano", não se comprometendo, no entanto, com qualquer data específica.

O Ministério da Saúde clarifica ainda que haverá "uma redução com o valor global das taxas moderadoras", recordando que esta era uma medida prevista no programa socialista. Não obstante, acrescenta que a redução global das taxas "não quer dizer que todas baixem".

A mesma fonte adianta ainda que, para já, "a indicação [da isenção de taxas por utentes referenciados] é para os hospitais", recordado que esta isenção já funcionava quando os utentes eram indicados pelos cuidados de saúde primários, os centros de saúde.

Tratam-se por isso de duas medidas distintas: a redução do valor das taxas moderadoras para todos os utentes e a isenção de taxas moderadoras nos serviços de saúde para quem seja primeiro referenciado pela Linha Saúde 24.

Em declarações aos jornalistas, à margem da sua visita às instalações da Linha de Saúde 24, Adalberto Campos Fernandes justificava:"as taxas não são e nunca foram um mecanismo de receita". "É importante que elas sejam equilibradas, proporcionais às condições de rendimento dos cidadãos, mas não podem ser um elemento que frena - através de uma barreira económica inaceitável - o acesso aos cuidados de saúde", acrescentou.

Sobre uma possível reestruturação, designadamente de recursos humanos, da Linha Saúde 24, que o ministro da Saúde pretende que "passe a ser verdadeiramente o primeiro ponto de contacto entre os cidadãos que precisam de cuidados agudos de saúde e os serviços", o Ministério da Saúde não adianta qualquer informação. 

* É bom nenhum ministro comprometer-se com algum assunto sem ter as contas bem feitas. Existem pessoas que não têm cinco euros para ir ao médico de família, assim como há famílias que recebem subsídios para coçar a micose, conhecemos ambos os casos.

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 NENHUMA SOCIEDADE
QUER QUE SEJAS SÁBIO!
LIBERTA-TE


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15-THE CORPORATION

 DESCUBRA COMO É MANIPULADO



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HOJE NO
 
  "DESTAK"

Quase todo a população de Coimbra tem
. transporte público num raio de mil metros.

Quase 100% da população de Coimbra tem paragem de transportes públicos num raio de mil metros, de acordo com dados do Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável da Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra. 
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"Quando se considera uma distância de 500 metros", a percentagem de população do município de Coimbra com acesso a uma paragem de transportes públicos (rodoviários ou ferroviários) é de 90,1%, igualmente segundo o relatório da CIM sobre o PAMUS, hoje divulgado pela Câmara de Coimbra.

No estudo verifica-se também que "a relação entre viaturas e população residente, em Coimbra, é inferior a 60% (o resultado mais baixo neste caso regista-se [no concelho de] Pampilhosa da Serra, com 52%)", afirma a Câmara de Coimbra, em comunicado. 

* Excelente indicador

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Pedro Jóia

Buleria


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HOJE NO
"i"


Venezuela. 
Maduro reconhece derrota

As sondagens não erraram e a oposição venezuelana impôs ontem a primeira derrota eleitoral do socialismo bolivariano de Hugo Chávez em 17 anos. Com 99 deputados garantidos nos 167 que compõem a Assembleia Nacional, a Mesa de Unidade Democrática (MUD) ainda sonha com a maioria de dois terços que permitirá iniciar um processo de destituição do Presidente Nicólas Maduro. Os 22 deputados ainda por eleger serão decisivos para o futuro político do país.
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Num momento em que são conhecidos os resultados de 74,25% dos votos, está garantida a nova maioria venezuelana. Pela voz do Presidente Maduro, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) reconheceu os “resultados adversos”, embora tenha falado na vitória da “contrarrevolução” motivada por uma “guerra económica”. O herdeiro de Hugo Chávez responsabiliza os interesses económicos, personificando-os no “império norte-americano”, pela crise financeira que o eleitorado atribui à sua incompetência. .
Ainda assim um discurso mais ameno do que o repetido nos últimos dias de campanha, quando Maduro se mostrava disponível a manter o poder a qualquer preço. A preparação “espiritual, política e militar” que dizia ter antes da ida às urnas dá agora lugar a elogios à “vitória da democracia e da Constituição”, como referência à ausência de casos de violência ou acusações de fraude durante a jornada eleitoral.
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“Foi um dia histórico que merece uma reflexão”, disse o líder nacional da MUD, Jesús Torrealba. O dirigente não deixou de lembrar a “unidade” existentes entre uma oposição que junta fações da esquerda moderada à direita conservadora, dizendo que esse esforço levou a “vencer democraticamente um Governo que não é democrático”.
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Uma suavização presidencial que pode evitar o caos que o país viveu durante os protestos contra Maduro em 2014: 43 pessoas morreram devido à repressão policial que se seguiu. Leopoldo López, o homem que liderou os protestos do ano passado, poderá tornar-se agora um dos primeiros beneficiários da jornada democrática, pois a oposição prometera uma amnistia para todos os presos políticos – López está nessa condição desde Fevereiro de 2014 e condenado a cumprir 13 anos atrás das grades por “incitamento à violência”.

* O PSUV é um partido estalinista, talvez Maduro caia de pôdre.

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ENTREGA POR DRONES


O novo sistema de entregas da Amazon
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HOJE NO

"A BOLA"

Atletismo
Sara Moreira eleita melhor 
atleta europeia em novembro

Sara Moreira foi eleita atleta europeia no mês de novembro, uma distinção atribuída pela Associação Europeia de Atletismo.
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Depois de ter recebido o galardão em 2014, a fundista portuguesa foi premiada pelo brilhante quarto lugar na maratona de Nova Iorque.

Sara Moreira levou a melhor sobre a irlandesa Fionnuala McCormack (meio-fundo), a espanhola Diana Martín (especialista de obstáculos), a holandesa Sifan Hassan (1.500/5.000 metros) e a inglesa Gemma Steel (corta-mato). 
 
* Valente.

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 O QUE NÓS


  "FESTEJAMOS"!!!




O primeiro número da ONDA POP explica quase tudo, os primórdios, os conceitos, a paginação e artigos publicados demonstram o trabalho destes rapazolas nos idos de 60.

Ontem foi  publicado o nº60 da edição impressa destacando no início a artista madeirense  CECÍLIA CARDOSO que fez sucesso nos anos 60, se não a conhece pode ouvi-la, se dela se lembra ouça-a também. Por arraatamento GABRIEL CARDOSO, o mano.

Uma extensa notícia de outra banda da Madeira "CONJUNTO JOÃO PAULO" inesquecível.

No concurso "SCHWEPPS" são só facilidades, o cara é agora vinhateiro em Portugal, país por quem ficou apaixonado nos anos 60.

"BIA", BEATRIZ DA CONCEIÇÃO, língua afiada, feitio arrevezado, um talento maior que o mundo, partiu e deixa saudades.
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THE PRETTY THINGS calculamos que ainda andam na estrada, em 2013 comemoraram os 50 anos de carreira, é obra.

ESTHER OFARIM com 74 anos ainda canta e encanta.

GIRA DISCOS de capas bonitas e bem feitas de acordo com a tecnologia da época, quase todas desconhecidas.

Cantem com a "ONDA POP"  com o ENGELBERT HUMPERDINK, sacana de nome, THE PEDDLERS e MAMMA CASS.

A "ONDA POP" continua cheia de informação verdadeira, bem elaborada e metódica, sem folclores, mantém a corência da sua génese.Na net e em português tem o condão de informar e trazer ao presente um passado glorioso de música como ninguém faz. Temos o orgulho de dizer que os autores são nossos amigos mas não é por isso que estão na "PEIDA", é pelo valor e inteligência que demonstram.
 
Neste blogue, na coluna da direita tem um link directo.
OBRIGATÓRIO IR VER!!!
ABJEIAÇOS

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HOJE NO

"AÇORIANO ORIENTAL"
Nulidade do casamento católico torna-se
. mais fácil a partir de terça-feira

O processo para nulidade do casamento católico torna-se mais fácil, e tendencialmente gratuito, a partir de terça-feira, segundo uma informação do Patriarcado, hoje divulgada, em conformidade com os documentos do papa sobre esta questão, publicados em setembro.
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“A Igreja não reconhece o divórcio ou anulação do casamento, considerando que um casamento válido é indissolúvel, até à morte de um dos esposos”, ressalva uma nota à imprensa do Patriarcado de Lisboa, segundo a qual “o processo para obter a declaração de nulidade do matrimónio consiste em provar que, por determinados motivos, o sacramento que foi celebrado é considerado nulo”.

O diário católico do Vaticano L’Osservatore Romano referiu-se as estas novas regras como “uma verdadeira refundação do processo canónico relativo às causas de nulidade matrimonial”, uma vontade expressa do papa Francisco através dos 'motu próprio' ('documentos por sua iniciativa') “Mitis iudex Dominus Iesus” ("Senhor Jesus, manso juiz") e “Mitis et misericors Iesus” ("Jesus, manso e misericordioso").

Segundo estes documentos, Francisco quer um processo mais acessível, célere e simples, tendo-se abolido a necessidade de serem apresentadas duas sentenças de duas instâncias eclesiásticas, como exigido anteriormente, para decretar a nulidade do casamento católico.

Quanto à gratuidade, a diocese lisboeta afirma que “o papa Francisco aponta a gratuidade dos processos, salvaguardando o pagamento do salário dos funcionários judiciais” e cita o pontífice: “Ressalvada a justa e digna remuneração dos operadores dos tribunais, garanta-se a gratuidade do procedimento, porque a Igreja, mostrando-se aos fiéis como mãe generosa em um assunto tão estreitamente ligado à salvação das almas, manifesta o amor gratuito de Cristo, pelo qual fomos salvos”.

No Patriarcado de Lisboa, durante o ano passado, “um terço dos processos foi gratuito e outro terço sofreu redução de custas judiciais”, disse à Lusa fonte diocesana.

Esta reforma segue as recomendações de uma comissão criada no ano passado, por Francisco.
O papa atuou "com gravidade e grande serenidade, e colocou os pobres no centro" da questão, sublinhou o presidente da comissão, monsenhor Pio Vito Pinto, decano do Tribunal da Rota Romana.
Esta reforma exprime uma orientação fundamental do Concílio Vaticano II (1962-65), que atribui um papel central aos bispos, sublinhou.

Na carta, o papa lembra "o enorme número de fiéis" que não pode atualmente pedir a anulação do casamento "devido à distância física e moral" das "estruturas jurídicas" da Igreja.

O Patriarcado de Lisboa realça que as novas normas entram em vigor e no dia da solenidade da Imaculada Conceição, data celebradas quer a Ocidente quer a Oriente, no cinquentenário da conclusão do Concílio Vaticano II e no início do Jubileu extraordinário da Misericórdia.

* A igreja católica está tão boazinha...

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HOJE NO
"DIÁRIO  ECONÓMICO"
Pequim decreta pela primeira vez 
alerta vermelho devido à poluição

As autoridades de Pequim decretaram esta segunda-feira, pela primeira vez na história da cidade, um alerta vermelho devido à poluição, que está a enevoar toda a região e obrigou ao encerramento de vários serviços públicos e de escolas.
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Desde a manhã de hoje que metade das viaturas privadas está proibida de circular na capital da China, enquanto 30% da frota de carros oficiais permanece nas garagens, tendo sido proibido também o lançamento de fogo de artifício e a realização de churrascos.

Segundo o Gabinete de Proteção do Ambiente de Pequim, que publicou o decreto no seu próprio site na internet, a partir de agora, as construções públicas vão parar, enquanto poucas serão as fábricas industriais que terão de implementar medidas para limitar o parar a produção.

* Uma decisão com 30 anos de atraso.

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VIVAM OS RICOS


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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Nuno Gonçalves (1974-2015)

Morreu esta segunda-feira Nuno Gonçalves, teclista dos Expensive Soul. 
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A banda confirmou a notícia através de uma mensagem publicada no Facebook. "Amigo, companheiro de uma vida, dos palcos, das viagens, dos convívios, das loucuras, das farras, dos bons e maus momentos, que tanto nos fizeste rir com teu humor refinado, dedicado ao amor que tínhamos em comum", pode ler-se no comunicado publicado na rede social. "Deixaste-nos tão cedo sem sequer te podermos dizer um adeus e o quanto gostamos de ti. Estamos todos em choque.
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Mas a vida é isto, tão justa quanto injusta, tão lenta quanto rápida, tão boa quanto má", acrescenta a banda. O funeral de Nuno Gonçalves realiza-se esta terça-feira, às 10 horas, na Igreja de Vermoim, na Maia, revelou ainda a banda. 

* Uma perda brutal.

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HOJE NO
"OBSERVADOR"

Portugueses saem de Angola:
 a salvação já não é aqui

No colégio de Sofia metade dos alunos portugueses saiu. As empresas não têm como pagar os ordenados e até no Facebook se tentam trocar kwanzas por dólares ou euros. Quem não pode mais, volta.

Sofia Ferreira está em Angola há quase cinco anos. Vive em Viana, a cerca de 20 quilómetros de Luanda, onde é educadora num colégio que a própria criou. “Quando abri o colégio a maioria dos alunos eram portugueses. Hoje, a maioria são angolanos. O nosso ano letivo reabre, tal como em Portugal, em setembro. Mantivemos muitos dos alunos portugueses inscritos até aí, mas de setembro até agora muitos deles foram embora.”
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Muitos dos pais destes alunos trabalhavam na construção civil, a maioria deles em construtoras portuguesas, como a Somage, Mota-Engil, Teixeira Duarte ou Soares da Costa, garante Sofia. “Mas como as obras públicas do Estado angolano pararam, as empresas tiveram que dispensar trabalhadores, outros têm salários em atraso. E vão regressando.” Mesmo os que continuam empregados também partem. “A maior parte dos trabalhadores portugueses em Angola e que trabalharam, por exemplo, em empresas portuguesas e de construção civil, tinham o ordenado depositado diretamente em Portugal, em euros, e as ajudas de custo, na alimentação, no alojamento, eram pagas em kwanzas em Angola. Agora é tudo pago em kwanzas. E por norma a transferências demora uns dois meses a ser feita. Às vezes mais, dependendo dos bancos. E essa espera não é compensadora.
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Houve mais mudanças. Muitos dos portugueses que passaram a receber em kwanzas trocavam-nos por dólares no banco. E viajavam com eles de cada vez que vinham (ou que tivessem quem viesse) a Portugal. “Sim, era possível viajar com dólares. Até 10 mil por pessoa. Era necessário ir ao banco, apresentar o bilhete de viagem, e dizer que se queria comprar dólares para viajar. Antes, por lei, tínhamos direito a 10 mil dólares por adulto e mais 2 mil e 500 por criança. Mas há mais de um ano que não viajamos com dólares. Não há nos bancos”, explica Sofia.


Comprar dólares na rua… 
Mas havia. Nos bancos e nas ruas. “Em Angola, quando cá cheguei há mais de quatro anos, havia tantos dólares quanto kwanzas a circular. Por exemplo, se eu pagasse em kwanzas uma despesa, podia receber o troco em dólares.” Agora, só nos kinguilas.

O que são os kinguilas? “Os kinguilas são mulheres. Sobretudo mulheres. Parece que estão na rua a passear mas estão a vender dólares. São quase como os traficantes de droga. Quem quer, sabe sempre em que rua encontrá-los. E se pararmos os carros, vão logo a correr perguntar se queremos dólares. Por norma, o câmbio é mais do dobro do que seria nos bancos. E há portugueses que precisam mesmo do dinheiro e pagam. Mais vale pouco que nada.”
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No fundo, 0s kinguilas representam o mercado paralelo de câmbio, mas é uma atividade aceite no país. “Aquelas pessoas estão na rua, não se escondem da polícia. É um mercado que é tolerado. Com a escassez de dólares, as pessoas recorreram ao mercado informal. É como o arroz. Se há escassez de arroz, as pessoas vão comprá-lo ao mercado informal e vão pagar o que os vendedores pedirem por ele.” Carlos Rosado de Carvalho é jornalista económico em Luanda. E recorda que o negócio dos kinguilas esteve quase a desaparecer, mas regressou com a saída do dólar de circulação no país. “Quando a taxa de câmbio era boa não havia kinguilas”, salienta.

O problema é que agora, mesmo na rua, os dólares escasseiam e são muito caros. Se nos bancos 150 kwanzas compravam um dólar, na rua são precisos 270 kwanzas para o mesmo valor. O segundo problema é que o kwanza é “dinheiro de monopólio”, como classificou ao Observador um português que trabalha em Luanda. Os kwanzas só servem para usar em Angola, não se podem tirar de lá e não valem em mais lado nenhum do mundo. “O que acontece é que as pessoas que têm toda a sua vida aqui têm poucos problemas, pagam tudo em kwanzas. Pior é para quem tem despesas para pagar em Portugal, porque não recebe nem dólares, nem euros“, sublinha. E para quem está nesta situação, há duas hipóteses: ou espera que os bancos façam o câmbio, e isso está a demorar entre 90 a 120 dias — enquanto há dólares para isso — ou troca os kwanzas na rua e basicamente duplica o valor das suas despesas, uma vez que precisa de duas vezes quase mais kwanzas para comprar o mesmo valor de dólares, tal como fazia nos bancos.
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E não são apenas os trabalhadores que tentam arranjar dólares a alto preço. Os próprios empresários já recorrem ao mercado paralelo para conseguirem fazer face às despesas que têm. Porque também eles se vêem entre a espada e a parede, uma vez que muitos trabalhadores portugueses têm contratos que prevêem que a maior parte do salário seja transferida diretamente para Portugal. Então, novamente, das duas uma: ou os donos das empresas esperam pelo tempo que os bancos demoram a efetuar as transferências (os que ainda as fazem) — provocando atrasos nos salários que vão dos 90 aos 120 dias — ou tentam trocar os kwanzas no mercado paralelo, e basicamente um trabalhador passa a custar-lhes o dobro.


… ou no facebook 
Mas os kinguilas, com a crise do petróleo e a falta de divisas, não ressurgiram só nas ruas. Surgiram onde não tinham surgido antes: nas redes sociais. Mais concretamente no Facebook. Há dólares, euros – e tudo se troca, em Lisboa ou Luanda, por kwanzas. Estão ali, em grupos privados e à distância de uma mensagem, os negociantes e os que procuram, desesperadamente, quem negoceie consigo. E negoceiam-se desde centenas a milhares de euros e dólares. Às claras.

80 mil com ordenados em atraso?
Angola foi, por anos a fio e durante a última década, um paraíso para as empresas portuguesas investirem e para muitos portugueses emigrarem em troca de salários que nunca iriam conseguir obter em Portugal. Foi uma tempestade perfeita: a crise em Portugal convidava a sair; o dinheiro que por cá escasseava,  na petroeconomia angolana havia a rodos, e o Estado angolano, com a economia em expansão, queria gastá-lo, queria crescer. E crescer envolvia construir tudo o que anos e anos de Guerra Civil destruíram ou impediram que se construísse.
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As construtoras civis disseram presente, tinham a mão-de-obra qualificada, tinham os meios e o saber, e avançaram para Angola, rapidamente e em força. Mas como qualquer petroeconomia, quando a cotação do petróleo nos mercados cai, tudo se desmorona em seu redor. Foi o que aconteceu nos últimos longos meses. As obras que deviam ter arrancado, não arrancaram. As que se deviam ter concluído, não se concluíram e arrastam-se ad aeternum, a conta-gotas. Mas o pior são os ordenados que não aparecem nas contas bancárias em Portugal.

O Sindicato da Construção Civil em Portugal fala em mais de 80 mil trabalhadores portugueses, só neste setor, com ordenados em atraso. O número representa quase 40% de todos os trabalhadores nacionais da construção civil em Angola. O sindicato culpa a crise petrolífera. Recorde-se que o barril de crude vale hoje 47 dólares (44 euros) quando no ano passado, por altura da elaboração do orçamento do Estado de Angola para 2015, estava a valer 81 dólares.

Albano Ribeiro, o presidente do Sindicato, garante que “há situações muito, muito complicadas” nesta altura e fala de “dois a seis meses” de salários em atraso. Em muitos dos casos, os trabalhadores, afirma o sindicalista, “nem têm dinheiro para regressar a Portugal de avião”. E outros há que “se vierem a casa pelo Natal, como vêm quase sempre, não voltam a Angola de certeza”. Albano Ribeiro terá sido contactado, segundo diz, por muitos destes trabalhadores, que pediram ajuda ao Sindicato, mas ainda não se reuniu com as empresas, com quem já terá solicitado o agendamento de reuniões.
 
Governo português acha 80 mil demais 
Fonte governamental contactada pelo Observador garante que nem a Embaixada Portuguesa em Angola nem o Ministério dos Negócios Estrangeiros ou a Secretaria de Estado das Comunidades receberam qualquer pedido de ajuda. “Mas o Governo tem procurado saber, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, se são ou não 80 mil os portugueses em dificuldades e como é que se chegou a esse número. Esse número não nos parece ter fundamento”, refere a mesma fonte.
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A primeira responsabilidade, garante, é de quem emprega. “A primeira responsabilidade, se há ordenados em atraso, é das empresas. Os trabalhadores se têm um contrato de trabalho, têm que valer-se dele. É uma questão jurídica. Se tiverem dupla nacionalidade, como há muitos que têm, é a lei angolana que prevalece. Se são portugueses e as empresas são portuguesas, é a lei portuguesa. Mas não é uma competência do Governo. O que podemos é fazer diligências consulares e diplomáticas. Não temos poderes nas entidades empregadores. Nem nos trabalhadores.”

O presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, Reis Campos, não desmente os números avançados pelo Sindicato, mas garante que a crise no setor da Construção Civil não é nova e que terá começado no primeiro trimestre do último ano. “Com a descida do petróleo as autoridades angolanas disseram logo que isso ia ter consequências. O que ninguém esperaria é que fossem consequências tão duradouras.”

Reis Campos fala em “reajustamento”, no caso das maiores construtoras, e de “regresso” no caso das “milhares” de pequenas empresas que trabalham no setor. “As empresas que foram para lá e sofreram logo o impacto da crise do petróleo, voltaram. Essas decidiram logo voltar. Mas as outras, as que tinham obras em curso que duram dois ou três anos, não voltaram. O que não há é nenhuma empresa que tenha o mesmo número de pessoas que tinha antes.”
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E os ordenados? Esse é outro problema. É que as empresas deixaram de pagar em dólares e passaram a pagar ordenados somente em kwanzas. “Tudo se complicou quando os trabalhadores não tiveram mais como converter os kwanzas em dólares, quando este foi retirado de circulação nos bancos. Muitos trabalhadores saem de Angola porque não lhes compensa fazer as conversões nos mercados informais. Perdem muito, muito dinheiro. E as empresas também não conseguem converter kwanzas em dólares para si mesmas. Não há como pagar aos fornecedores fora de Angola em kwanzas.”

A fonte do governo garante que “há outro problema” e que, esse sim está mais que confirmado. “O de haver empresas portuguesas a operar em Angola que efetivamente não têm sido pagas pelo Estado angolano. E, havendo essa dívida, elas não têm como pagar aos trabalhadores. Há empresas nacionais com salários em atraso, como há empresas angolanas com salários em atraso. E os empregados não conseguem receber nem retirar de lá o dinheiro. Não conseguem.”

Apesar de tudo, Reis Campos não acredita num regresso em massa das empresas e dos trabalhadores a Portugal. Até porque a razão de estes terem ido para Angola foi precisamente a crise portuguesa. “Não haverá uma debandada das empresas. As empresas foram para lá com uma visão de futuro, uma ótica de longo prazo e a maioria tem aguentado. Esperam que isto dê uma volta. Nós não nos podemos esquecer que as empresas foram para lá porque tinham problemas cá. O setor decresceu 43,8% nos últimos cinco anos. E perdeu 36 mil empresas e 262 mil trabalhadores. O que as empresas me dizem é que têm uma perspetiva positiva. As empresas manifestam uma vontade de continuar. Têm confiança neste mercado. Acham que é uma situação anómala, mas que é transitória. São empresas que estão há muitos anos em Angola.” Mas deixa um aviso: “Se estivermos numa situação destas muito tempo, que é desgastante todos os dias, podemos chegar a uma conclusão diferente.”

Por que deixou de haver dólares em Angola?
“Angola não comprava dinheiro diretamente à Reserva Federal norte-americana. Os bancos angolanos não têm acesso ao Bank of America. O que acontecia é que os americanos vendiam notas ao First Rand, um banco sul-africano, que por ser vez as vendia aos bancos angolanos. E o Bank of America informou o First Rand que não podia vender mais notas a Angola. Angola importava cinco mil milhões de dólares anualmente desde 2011. Em 2014 foram quatro mil milhões. Havia mais dólares do que kwanzas em ciruculação. E havia quem se aproveitasse de tantos dólares em circulação para os comprar. Foi por isso que o Bank of America, com receio de ser multado pela Reserva Federal, fechou a torneira. Diz-se que muito do dinheiro que chegava a Angola era intercetado no Médio Oriente. E podia estar a financiar o terrorismo”, explica Carlos Rosado de Carvalho, jornalista de economia em Luanda.
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Esta interrupção no fornecimento de dólares é consequência de uma decisão da Reserva Federal dos Estados Unidos, que suspendeu a venda de dólares a bancos sediados em Angola por considerar que havia uma sistemática violação das regras de regulação do sector. Terão sido também detetadas práticas de branqueamento de capitais, envolvendo somas anuais de milhões de dólares.

Carlos Rosado de Carvalho prefere ser optimista e vê aqui uma chance para “desdolarizar” a economia. “Não havia razão para importar tantos dólares.” Mas mais do que de dólares, a economia angolana está dependente de petróleo como de pão para a boca. “O petróleo, quando estava a 100 dólares o barril, representava entre 70 a 80% das receitas do Estado. Se cai para metade isso tem que ter consequências gravíssimas, porque 95 por cento das exportações de Angola advêm do petróleo. Há uma petrodependência. Mas isso não é uma doença. Se nós temos febre, tem que haver uma causa para a febre. E a causa da febre é a falta de concorrência na economia angolana. Não há diversificação.”
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O ECONOMISTA DO REGIME
O jornalista aponta soluções. Mas são soluções que demoram décadas, não meses. “A economia de Angola depende no curto prazo da evolução do preço do petróleo. Se o petróleo não aumentar a economia não avança. No médio-longo prazo é preciso diversificar a economia para outros setores. As políticas de diversificação que têm sido propostas não têm resultado. Angola tem tudo: agricultura, agro-indústria, indústria, minerais como o ferro e não só diamantes, e é tempo de os empresários escolherem. O desafio de Angola é transformar o potencial em realidade. Mas enquanto o preço do petróleo não aumentar as coisas não vão melhorar.”

Carlos vê no regresso dos portugueses, não só da construção civil mas de todas as áreas, não só um problema do petróleo, mas também da falta de divisas. “Há pessoas que não têm que regressar. Pessoas que até têm emprego. Mas estão a ganhar em kwanzas e não têm como transferir o dinheiro para os países de origem. Os canais bancários não se fazem ou são muito demorados. Mas têm a sua vida normal cá e podem ir ao mercado informal comprar dólares. Mas indo ao mercado não lhes compensa estar em Angola. No mercado informal estão a pagar o dobro do que pagariam no banco. O kwanza não é uma moeda transferível. Nem para Portugal, nem para Espanha, nem para país nenhum.”

* A notícia explica muito bem como o cacique zé du explora bem os portugueses a par dos angolanos. Nem um ceguinho, exceptuando os empresários portugueses conluiados com o ditador, podia acreditar que daquele país pudesse vir alguma coisa de bom para os trabalhadores portugueses que para lá foram dar o litro, há seis anos que dizemos que Angola não é o "el dorado". Ai aguentam, aguentam!

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