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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
25/12/2013
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O QUE NÓS
Taxar os ricos: Um conto de fadas animado, é narrado por Ed Asner, com animação de Mike Konopacki. Escrito e dirigido por Fred Glass para a Federação de Professores da Califórnia. Um vídeo de 8 minutos sobre como chegámos a este momento de serviços públicos mal financiados e ampliando a desigualdade econômica. As coisas vão para baixo numa terra feliz e próspera após os ricos decidirem que não querem pagar mais impostos. Dizem às pessoas que não há alternativa, mas as pessoas não têm assim tanta certeza. Esta terra tem uma semelhança surpreendente com a nossa terra.
Obrigado ZÉ COUTO
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O QUE NÓS
APRENDEMOS!
TAXAR OS RICOS
Taxar os ricos: Um conto de fadas animado, é narrado por Ed Asner, com animação de Mike Konopacki. Escrito e dirigido por Fred Glass para a Federação de Professores da Califórnia. Um vídeo de 8 minutos sobre como chegámos a este momento de serviços públicos mal financiados e ampliando a desigualdade econômica. As coisas vão para baixo numa terra feliz e próspera após os ricos decidirem que não querem pagar mais impostos. Dizem às pessoas que não há alternativa, mas as pessoas não têm assim tanta certeza. Esta terra tem uma semelhança surpreendente com a nossa terra.
Obrigado ZÉ COUTO
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UM CONTO DE ANTÓNIO RIBEIRO FERREIRA
IN "i"
25/12/13
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Conto de Natal
Joãozinho, o espião feio
e estúpido do regime
Conseguiu tudo na vida por cunhas partidárias. Feio, seboso, barrigudo, acabou por ser condenado a 25 anos de cadeia por três homicídios. Impotente, apanhava mulheres sozinhas, matava-as e deitava-lhes fogo. "É um miserável", disse a juíza
Joãozinho
de nome próprio, Carvalho de apelido. Joãozinho ficou Joãozinho por
vontade da mãe que ficou horrorizada quando a enfermeira da Alfredo da
Costa lhe atirou aquela coisa para cima da barriga. Feio, raquítico,
parecia uma ratazana dos esgotos. A mulher olhou e imaginou logo ali o
que seria a vida daquele desgraçado. Intuição de mãe. Pediu ao marido,
chefe de uma repartição de finanças, que metesse uma cunha no registo
para a coisa chamar-se Joãozinho. Seria uma forma de as pessoas terem
pena e não lhe fazerem muito mal. Na creche, na escola, na vida. O pai,
Carlos Carvalho, meteu a cunha ao seu amigo do registo e a coisa foi
oficializada. Joãozinho ficou mesmo Joãozinho Carvalho. A desgraça ia
começar. A burrice do menino revelou-se logo na creche da junta de
freguesia. Os outros meninos e meninas faziam troça da coisa, as
educadoras e funcionárias percebiam. Joãozinho berrava como um cabrito
dia sim, dia sim. Feio como uma ratazana, raquítico e estúpido, fez a
escola primária à conta do eduquês do regime que proíbe chumbos, perdão,
retenções de estúpidos e imbecis. Seguiu para o preparatório e
secundário e o filme repetiu-se.
O pai arranjou-lhe explicadores à borla para tudo e mais alguma
coisa. Ser chefe de finanças é ser chefe de finanças e com o fisco não
se brinca. O respeitinho acima de tudo. E foi assim que o Joãozinho, à
conta do eduquês, das estatísticas e do fisco acabou o liceu. A média
não dava para entrar em nenhum politécnico. Na emergência, o pai
aconselhou-se com o presidente da junta em funções. "Meta-o numa privada
a fazer ciência política ou estudos internacionais e depois já sabe
como é. Mexe-se uns cordelinhos e o rapaz fica encaminhado". Assim foi.
Sem saber ler nem escrever, raquítico, burro, feio como uma ratazana de
esgoto, Joãozinho entrou na faculdade. A mãe Clarisse, com o aborto na
faculdade, pediu ao marido um emprego. Estava farta de estar em casa a
aturar o Joãozinho, queria sair e ajudar o orçamento familiar já
apertado com os cortes nos ordenados dos funcionários públicos e a
despesa com os estudos do menino. Carvalho pensou, pensou e só viu uma
saída. A mulher mal sabia escrever, não percebia nada de computadores,
nunca tinha pegado num livro ou num jornal, mas era justo arranjar-lhe
um emprego. Num domingo frio de Fevereiro foi ter ao café com o
presidente da junta, que aproveitava o dia do Senhor para discutir
política com os fregueses. Carlos entrou e fez-se um longo silêncio.
Sentou-se ao pé do presidente e disse-lhe que ao que vinha.
O outro coçou a cabeça, uma, duas vezes, e atirou-lhe: "Amigo Carlos,
alguma coisinha se há-de arranjar". Um mês depois Clarisse entrava na
junta para ocupar o lugar de secretária do presidente. Joãozinho lá
andava à volta das ciências políticas. Com a idade deixou crescer um
passa piolhos, pêra e bigode pretos. Nojentos. Tinha miopia e os óculos
davam-lhe um ar ainda mais imbecil. Cabelo seboso curto penteado para o
lado, caspa em cima dos ombros, barriga saliente, pernas curtas e
tortas, Joãozinho era agora conhecido na faculdade como o Cevado do
Caralho. Como o pai pagava as propinas a horas e apresentou-se ao reitor
como chefe de finanças, o Cevado acabou o curso às costas de Bolonha.
Não houve festa em casa. Clarisse, diligente secretária da junta, temia o
pior. Joãozinho em casa, sem emprego e com um canudo no bolso. Um
pesadelo. Falou com o marido. Carlos pôs os óculos, coçou a cabeça,
baixou o som da televisão. "Pois é, Clarisse. É um bom sarilho. E isto
está cada vez pior". Na manhã seguinte chegou à repartição e ligou ao
presidente da junta:
- Bom dia. Preciso falar consigo com urgência.
- Ó Diabo. É a loja da minha mulher? Não me diga que é o IVA outra vez!
- Não. Fique descansado. Tenho o assunto controlado.
- Uff. Que alívio. Então o que é?
- É melhor não falarmos ao telefone. Isto anda cheio de escutas.
- É verdade. A quem o diz. Quer passar aqui na junta?
- Se não se importasse era melhor dar um salto aqui à repartição. Dá menos nas vistas. Não quero mexericos.
- Como quiser. Amanhã passo aí.
- Muito bem. Bom dia e até amanhã.
Carlos expôs o assunto ao presidente da junta. Precisava de um
emprego para o Joãozinho. Isso vai ser mesmo o Diabo. O presidente da
junta olhou para Carlos e pensou que tinha ali uma excelente
oportunidade de se livrar de umas dívidas gordas de IVA da estúpida da
mulher. - Olhe, deixe-me ver o que posso fazer. Alguma coisa se há-de
arranjar para o rapaz.
O presidente da junta falou com o presidente da secção do partido, o
presidente da secção do partido falou com o vice-presidente da concelhia
do partido, o vice-presidente da concelhia do partido falou com o vogal
da distrital do partido, o vogal da distrital do partido falou com um
adjunto de um secretário de Estado do partido, o adjunto do secretário
de Estado do partido deu um toque ao chefe de gabinete do secretário de
Estado do partido, o chefe de gabinete do secretário de Estado do
partido abordou vagamente o assunto com o próprio do secretário de
Estado do partido e uma semana depois o secretário de Estado do partido
teve uma ideia que transmitiu de imediato ao seu chefe de gabinete: "Vai
abrir um concurso para o SIS. Diga lá ao adjunto que esse rapaz de que
me falou pode concorrer para ver se tem jeitinho para a espionagem". A
mensagem passou rapidamente até chegar a Carlos Carvalho. Três meses
depois Joãozinho era espião. Lia jornais, espionava os inimigos do
partido do secretário de Estado do partido e o ministro do secretário de
Estado do partido. A família Carvalho comia um bacalhau dia 24 de
Dezembro e estava feito o Natal. Na noite de 25 o espião Joãozinho foi
até um bar da baixa. Espiar. Pouca gente. A um canto uma mulher na casa
dos 50 anos, loira, com umas belas mamas. Bebia cerveja atrás de
cerveja. Olhou para o Joãozinho.
- Bom Natal.
- Bom Natal.
- Quer beber uma comigo?
Uma hora depois Joãozinho estava em casa da loira. A mulher atirou-se para o sofá.
- Vem cá. Faz coisas bonitas à menina. Joãozinho aproximou-se a medo.
A mulher agarrou-lhe a cabeça e com força esmagou-a contra a vagina.
Uma, duas, muitas vezes. Joãozinho não respirava. Quando se libertou
estava com a cara encarnada, molhada, um nojo.
- Tira as calças meu maricas.
Joãozinho, com os óculos sujos e a cabeça a latejar, baixou as calças.
- O que é isso, seu merdas? Isso é uma pila? Vai-te foder.
Joãozinho atirou-se para cima da mulher e estrangulou-a. Levantou-se,
puxou as calças, limpou a cara com a mão, olhou à volta. Agarrou numa
caixa de fósforos e pegou fogo ao sofá.
Dois dias depois a morte fazia manchete de um tablóide: "Loira morre
incendiada". Crime, dizia a PJ. Joãozinho leu e sentiu pela primeira vez
na vida que era um homem. Matou a mulher sem as cunhas do pai. Tinha
feito tudo sozinho. Aquela vaca já era. Joãozinho andava cada vez mais
cheio de si. Entrava no café do bairro e olhava os clientes do alto do
seu metro e cinquenta e nove centímetros de altura. Só pensava na vaca
loira a arder morta no dia 25 de Dezembro. Passou um ano a pensar nas
chamas e na loira a olhar para a sua pila. Ficava vermelho de ódio.
Putas, são todas putas, estas vacas. E no dia 25 de Dezembro do ano
seguinte Joãozinho pegou fogo a outra vaca loira. "Serial killer mata
outra vez no Natal", era a manchete do tablóide. Joãozinho só pensava no
Natal. E quando chegou dia 25 lá ardeu a terceira vaca loira. Azar. Uma
câmara de vigilância apanhou o Joãozinho. Foi condenado a 25 anos de
prisão. "Você é um miserável", concluiu a juíza. A mãe não assistiu.
Estava na junta. O pai também não. Estava na repartição.
UM CONTO DE ANTÓNIO RIBEIRO FERREIRA
IN "i"
25/12/13
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PATRÍCIA SUMARES
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IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
23/12/13
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Querido Pai Natal
Confesso sentir que o estado da cultura em Portugal é extremamente
preocupante e quase inexistente. Fico muito preocupada com tanta falta
de visão por parte dos nossos governantes quando dizem que vão reduzir
dez milhões de euros no novo orçamento de Estado para esta tão
importante área que não se resume única e exclusivamente ao
entretenimento. A cultura é mais do que isso, é a alma de um povo. Sem
cultura não há identidade nem sonhos e sem sonhos não há desenvolvimento
e progresso.
No final do mês de novembro foi notícia nos vários meios de comunicação
social da Madeira que a FNAC abriu as suas portas à meia noite e vendeu
dezenas de consolas cujo valor de mercado rondava os quatrocentos
euros. É claro que as pessoas são livres e têm o direito de gastar o
dinheiro como bem o entendem mas é um assunto que merece alguns reparos
quando se fala tanto da crise e do empobrecimento de muitas famílias na
região e em Portugal.
Sabemos que o empobrecimento de um país resulta sempre de uma má gestão
e valorização da sua cultura. A Madeira não é exceção à regra e há
cada vez mais famílias a consumirem menos bens culturais como um bom
livro, uma criação artística, ou simplesmente uma ida ao cinema, ao
teatro ou a uma exposição, etc.
O discurso político muito tem contribuído para o desinvestimento nesta
área, pois defendem que a prioridade nestes tempos de aflição é só matar
a fome, quando deveriam também defender e valorizar a cultura como
forma de investimento e de desenvolvimento da nossa sociedade.
Assim verifico a falta de hábitos culturais resultante desta
desorganização e má gestão dos vários espaços públicos, da falta de
visão a longo prazo, da falta de definição de prioridades e de
critérios, da falta de valorização dos cargos de chefia com pessoas com
formação especifica e competentes.
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Causa-me profunda perplexidade ao verificar que os criadores que residem
na ilha continuam isolados do mundo mesmo tendo ao seu alcance as novas
tecnologias de informação e comunicação porque continuamos sozinhos.
Somos um povo hospitaleiro e sabemos receber, mas em contrapartida não
sabemos valorizar aquilo que é nosso. Os lobbies culturais gostam de
importar, mas não sabem exportar o que de melhor temos pois regem - se
pelo compadrio.
Sabemos que é importante mudar mentalidades e sabemos que para as mudar é urgente contar com a nova geração responsável.
Por isso peço-te Pai Natal que tragas bons hábitos culturais por forma a
valorizarmos aquilo que realmente merece a nossa estima para as
gerações futuras.
Obrigada e Boas Festas!
Professora
Professora
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
23/12/13
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Celin Dion
The Christmas Song
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TRAPALHADAS
DE NATAL
DE NATAL
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