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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Teodora Cardoso acredita que
orçamento passa em Bruxelas
mas não por boas razões
A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, diz que Orçamento do Estado para 2017 vai ser aprovado pela Comissão Europeia, "mas não necessariamente pelas boas razões".
A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP), Teodora Cardoso,
afirmou que a proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) vai
ser aprovada pela Comissão Europeia, “mas não necessariamente pelas boas
razões”.
Se tivesse de apostar, diria que [o OE2017] passava [em Bruxelas], mas não necessariamente pelas boas razões. Chumbar um orçamento é extremamente difícil, é um bocado como as sanções. Toda a gente fala delas, mas é difícil implementar e, com o orçamento que temos, isso seria ainda mais difícil”, afirmou Teodora Cardoso numa conferência hoje em Lisboa, organizada pela Ordem dos Economistas, acrescentando que “o orçamento não justificaria o chumbo liminar de maneira nenhuma”.
No entanto, a economista considera que “há uma discussão
permanente sobre as décimas de ponto que o défice tem de se reduzir, se
vai ou não reduzir, e se é através das despesas ou das receitas”, o que,
segundo argumentou, “contribui para uma enorme instabilidade da
economia e da confiança dos investidores”.
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Para Teodora Cardoso,
uma parte do problema passa de facto pelo “próprio conceito de saldo
estrutural”, que exclui o ciclo económico e as medidas temporárias e que
é usado por Bruxelas para aferir a consolidação efetivamente realizada
pelos países.
“De facto, o saldo estrutural não é observável e eu
acho que o saldo estrutural não devia ser um indicador taxativo (…)
porque não inclui uma série de coisas que são importantes e que vão
determinar o crescimento potencial da economia”, reiterou.
Contudo,
a presidente do Conselho de Finanças Públicas recordou que “tudo isto
foi aprovado” por Portugal e que o país “tem de ter isso em conta”.
“Mas,
ao aprovarmos, não somos obrigados a andar neste jogo do gato e do rato
mensal com a Comissão Europeia. A necessidade de estabilização das
finanças públicas é um dado adquirido e isso não tem a ver com as regras
europeias. Há uma parte que é responsabilidade nossa”, concluiu.
Na
mesma conferência, o ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou que,
desde dezembro do ano passado que todos os meses o Governo português
tem tido informação e tem tido de prestar também informação,
referindo-se às previsões, às missões pós-programa, aos relatórios
pós-programa, às cartas e aos processos sobre sanções.
“Desde
dezembro, todos os meses tivemos algum entretenimento sobre esta
matéria. Os votos que eu faço é que em dezembro deste ano apenas
festejemos o Natal”, disse o governante.
* Respeitamos muito Teodora Cardoso, tanto quanto desejamos que o OE2017 resulte.
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