HOJE NO
"OBSERVADOR"
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BPP:
João Rendeiro absolvido
O antigo presidente do BPP, João Rendeiro, foi absolvido do crime de burla qualificada.
O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, e
outros dois ex-administradores da instituição, Salvador Fezas Vital e
Paulo Guichard, foram absolvidos do crime de burla qualificada.
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Apenas
Salvador Fezas Vital esteve presente na leitura do acórdão do processo
Privado Financeiras. João Rendeiro estava em Miami. O tribunal preferiu,
para não adiar mais uma vez o anúncio da sentença, dispensar o antigo
presidente do BPP de estar presente na audiência que foi agendada para 5
de junho, às 15h00, no Campus da Justiça, em Lisboa. A leitura do
acórdão já tinha sido duas vezes adiada.
Em declarações à RTP Informação, José Miguel Júdice, advogado
de João Rendeiro, afirmou que o cliente estava em Miami porque “já tinha
a viagem programada” e que “apenas se limitou a defender” Rendeiro.
Quando confrontado com um possível sentimento de impunidade por parte da
opinião pública, José Miguel Júdice respondeu: “Mal estará o dia em que
a opinião pública mandar nos tribunais”.
O Ministério Público
estava a acusar Rendeiro, Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital de burla
qualificada em co-autoria. De acordo com o Departamento de Investigação
e Ação Penal (DIAP), os três ex-administradores tentaram atrair
investidores para um aumento de capital do veículo do BPP, Privado
Financeiras, que já estava aparentemente falido. Os investidores alegam
ter saído prejudicados em 40 milhões de euros.
Perante o tribunal,
os investidores afirmaram, em geral, que estavam cientes do risco de
perda total do capital aplicado neste produto, mas garantiram que foram
enganados quanto à operação de aumento de capital da Privado
Financeiras, explicando que foram persuadidos a contrair empréstimos com
penhor das contas junto do BPP para participar na operação proposta
pelos seus gestores de conta.
A verba captada foi usada para abater
créditos do veículo falido do BPP, nomeadamente, do JP Morgan (200
milhões de euros) e do próprio BPP (50 milhões de euros).
Nuno
Salpico, juiz que leu o acórdão, afirmou que a Privado Financeiras não
estava falida. Para Salpico, os arguidos confiavam nas ações do BCP e
que o aumento de capital não constituía nenhuma fraude, visto que “os
objetivos eram alcançáveis”.
* De certeza que a justiça tem de ser feita nos tribunais e não na opinião pública, mas ainda há pouco tempo a opinião pública motivou que o advogado Sá Fernandes se empenhasse na libertação de um inocente.
Apenas gostaríamos de saber onde a acusação falhou para que um dos grandes advogados portugueses, normalmente defensor dos muito ricos, pudesse construir defesa para ilibar João Rendeiro.
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