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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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CDS recorre à cantora Ruth Marlene
para caraterizar o PS como um
partido "pisca pisca"
O PS considerou, esta sexta-feira, que o debate da dívida permitiu um "reencontro histórico" PSD/PCP contra os socialistas, num debate em que o CDS recorreu à cantora Ruth Marlene para caraterizar o PS como um partido "pisca pisca".
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Falando no encerramento do debate sobre
a sustentabilidade da dívida de Portugal, na Assembleia da República, o
ex-ministro socialista Vieira da Silva pronunciou-se em tom crítico
sobre um episódio registado momentos antes no hemiciclo, quando a
bancada do PSD aplaudiu a intervenção do deputado do PCP Paulo Sá, que
se referira ao "nim" do PS perante as soluções para o peso do
envidamento do país.
"Mais uma vez assistimos aqui, no
parlamento, a um reencontro histórico com o PSD a bater palmas ao PCP.
Tanto PSD, como o PCP, têm interesse em sustentar que só há duas
posições possíveis para a dívida, mas é mentira. Não há apenas a
denúncia unilateral que empurraria o país para fora da zona euro, nem
apenas a posição de subserviência da maioria PSD/CDS face aos poderes
fáticos da União Europeia e de recusa de resposta aos interesses
nacionais", declarou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Na
reação a estas palavras, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira,
afirmou que Vieira da Silva se "enganou no alvo", porque "o problema não
são os aplausos circunstanciais do PSD" a intervenções provenientes da
bancada comunista.
"O problema reside nos votos contra do PS face a
posições a favor da renegociação da dívida. Esses votos contra do PS
são contrários a uma efetiva política de esquerda em Portugal",
respondeu João Oliveira.
Além do PCP, o posicionamento do PS no
debate sobre a sustentabilidade da dívida foi ainda criticado pela
maioria PSD/CDS e pelo Bloco de Esquerda.
Pela parte do CDS, a
deputada Cecília Meireles recorreu a um êxito musical de Ruth Marlene e
acusou o PS de ser o partido "do pisca pisca", procurando agradar
simultaneamente aos "radicais de esquerda que defendem o não pagamento
da dívida e aos setores mais responsáveis do país".
"Mas os senhores julgam que enganam os portugueses?", perguntou Cecília Meireles dirigindo-se à bancada do PS.
No
mesmo sentido, o secretário-geral do PSD, Matos Rosa, disse que o
debate sobre a dívida permitiu recordar o "ano negro de 2011, quando um
Governo do PS chamou as instituições internacionais num momento em que o
país se encontrava à beira da bancarrota".
"O PS quer ou não que
Portugal pague o dinheiro que pediu emprestado? Não sabemos. O PS espera
agora um perdão internacional caído do céu? Também não sabemos",
concluiu José Matos Rosa.
Embora com argumentos diferentes da
maioria PSD/CDS, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua
considerou que a posição do PS sobre a dívida representa em última
análise "um pedido de esmola" à União Europeia.
Mas Mariana Mortágua também questionou o conceito de desorçamentação da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
"Diz
que a capitalização do Banfif não conta para o défice, mas já conta
para o défice os investimentos públicos fundamentais e os subsídios de
desemprego", apontou, sustentando depois a tese de que a dívida aumentou
em Portugal por via da "especulação financeira e dos desagravamentos de
impostos a favor do capital" e não por via do peso dos serviços
públicos.
A deputada do Partido Ecologista "Os Verdes" Heloísa
Apolónia defendeu a renegociação da dívida, frisando que este ano
Portugal pagará mais de sete mil milhões de euros em juros, verba que
sobe para 8,2 mil milhões em 2015.
* Apesar de nem simpatizantes do PS sermos não engeitamos uma ajudinha, há imensas canções do Quim Barreiros perfeitamente adaptáveis ao comportamento político do CDS, é só procurar.
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