.
.
HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Kamala Harris:
progressista, filha de imigrantes
e vista como a "Obama" de saias
A senadora da Califórnia anunciou a entrada na corrida à nomeação democrata para as presidenciais de 2020. Filha de um pai jamaicano e uma mãe indiana, é a esta, investigadora contra o cancro e ativista, que diz dever a carreira política.
Em sânscrito Kamala significa "flor de lótus". Foi este o nome
escolhido pela indiana Shyamala Gopalan e pelo jamaicano Donald Harris
para a filha. Ambos imigraram para os EUA para fazer os estudos
universitários - ela em endocrinologia e nutrição, ele em economia.
Conheceram-se, apaixonaram-se numa América em plena luta pelos direitos
cívicos e acabaram por ter duas filhas - Kamala e Maya, - antes de se
separarem.
.
Foi em Oakland, na Califórnia, que Kamalae a irmã
cresceram, com a mãe, uma conhecida especialista em cancro. Foi ela,
garante a senadora, a grande responsável pelo seu envolvimento político.
Depois de na segunda-feira anunciar a sua entrada na corrida à nomeação
democrata para as presidenciais de 2020, Harris partilhou no Facebook
uma foto dela criança com a mãe e com a mensagem: "A pensar na minha
mãe. Ela era inteligente, destemida e o primeiro membro da minha equipa
de campanha - e gostava que ela estivesse connosco neste momento. O seu
espírito ainda me guia para lutar pelos nossos valores".
Formada em Ciência Política e Economia em Harvard, Harris tirou
Direito no UC Hastings College of Lay de San Francisco, tendo sido
aceite na ordem em 1990. Como advogada, do que ela mais gostava era da
argumentação - uma característica que mantém como política.
Procuradora
em San Francisco, a luta contra o tráfico de droga tornou-se numa das
suas prioridades, tendo apostado num programa que dava aos traficantes
de primeiro delito a hipótese de terminarem os estudos e arranjarem
emprego. após dois mandatos, tornou-se na primeira mulher
procuradora-geral da Califórnia, empenhando-se em proteger a população
mais vulnerável do estado numa altura de crise financeira.
Progressista,
destacou-se ainda na defesa do ambiente, na luta pela aprovação do
casamento entre homossexuais no estado e na proteção do Obamacare (a
reforma da saúde do ex-presidente Barack Obama que deu seguro a mais 20
milhões de americanos).
Eleita senadora pela Califórnia em novembro de 2016, Harris não
escapou às comparações com Obama - um filho de um estudante queniano e
de uma americana branca do Kansas - sendo muitas vezes chamada pela
imprensa americana de "Barack Obama feminina". E está habituada a ser
pioneira. Foi a primeira mulher a primeira pessoa de raça negra a ser
eleita procuradora-geral da Califórnia.
Agora, aos 54 anos, quer ser a primeira mulher negra e a primeira de origem indiana a chegar à Casa Branca.
"Justiça.
Decência. Igualdade. Liberdade. Democracia. Não são apenas palavras.
São os valores que acarinhamos como americanos. E estamos todos em risco
agora", afirma Harris num vídeo divulgado pela sua campanha ao mesmo
tempo que anunciava a candidatura na ABC News.
"O futuro do nosso país depende de si e de milhões de outros
levantarem as vozes para lutar pelos valores americanos", afirma a
senadora do democrata, sublinhando "é por isso que estou a concorrer a
presidente dos EUA".
Harris é a primeira afro-americana a entrar
na corrida a 2020, mas é já a quarta mulher, juntando-se às senadoras
Elizabeth Warren e Kirsten Gillibrand e à congressista Tulsi Gabbard.
Harris tem sido crítica da retórica sexista e xenófoba de Trump, denunciando ainda as dificuldades que atravessa a classe média.
Mas
não se pense que está livre de polémicas. Uma delas prende-se com a sua
defesa da pena de morte enquanto foi procuradora. Uma posição que, diz,
tinha enquanto profissional mas que vai contra as suas convicções
pessoais.
Casada com o advogado Douglas Emhoff, a senadora tem dois enteados e vive com a família em Los Angeles.
* Se eu fosse americana tinha o meu voto.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário