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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Vieira da Silva:
permanência do Estado na REN
"teria sido vantajosa"
Na qualidade de ministro da Economia do Executivo que governou imediatamente antes da privatização da REN, Vieira da Silva não sabe "se teria sido possível" não privatizar esta energética, mas acredita que teria sido vantajoso manter a posição que o Estado detinha na altura.
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Na qualidade de ministro da
Economia do Executivo que governou imediatamente antes da privatização
da REN, Vieira da Silva não sabe "se teria sido possível" não privatizar
esta energética, mas acredita que teria sido vantajoso manter a posição
que o Estado detinha na altura.
Vieira da Silva, que ocupou o cargo do ministro da Economia no governo
de José Sócrates entre 2009 e 2011 - nos anos que antecederam a
privatização da REN -, diz "não ter dúvidas" de que "estrategicamente,
teria sido vantajoso permanência [do Estado] na REN".
O
antigo ministro da Economia sublinha que "várias das medidas que o
governo teve de tomar foram decididas num quadro de emergência, num
quadro de financiamento externo", pelo que a afirmação de que "as decisões eram tomadas exclusivamente pelos governos" é, do seu ponto de vista, "ligeiramente excessiva".
Estas declarações foram feitas na audição perante a Comissão Parlamentar
de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de
Eletricidade (CPIPREPE), esta terça-feira, 22 de janeiro, no Parlamento.
Apesar
da certeza quanto à vantagem de manter a participação do Estado na REN,
Vieira da Silva tem dúvidas se teria sido possível. O antigo ministro
explicou que as opções que se tomam sobre processos de privatização são
"ditadas por necessidades do momento", olhando para o caso em discussão.
"A decisão teve de ser tomada", concluiu.
A REN foi
privatizada em 2012. O Estado entregou 25% do capital da energética à
chinesa State Grid, por 287,15 milhões de euros, ou seja 2,90 euros por
título, garantindo um prémio de 40% face à cotação da véspera da
apresentação das propostas. Simultaneamente, os governantes entregaram
uma parcela de 15% à Oman Oil, totalizando ganhos de 592 milhões de
euros com a privatização de 40% da REN.
Olhando
para o papel do governo de que fez parte, nas decisões políticas que se
seguiram, e tendo em conta a assinatura do memorando de entendimento que
foi firmado pelos socialistas, Vieira da Silva assume a
responsabilidade. "Eram aquelas opções as que considerava mais
adequadas? Algumas não as subscreveria. Fiz parte do governo que as teve
de subscrever? É verdade", disse.
* Mas as alvíssaras para o governo PSD/CDS-PP foram substanciais.
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