HOJE NO
"OBSERVADOR"
Peixe em Lisboa
dá à costa com várias novidades
À 10ª edição, o evento gastronómico dedicado aos produtos do mar muda-se para o renovado Pavilhão Carlos Lopes, com novos restaurantes, mais lugares sentados e um novo concurso: o da melhor patanisca.
Se nas edições anteriores o Peixe em Lisboa
foi fiel à velha máxima que aconselha a não mexer numa tática
vencedora, desta vez a organização, liderada pelo diretor Duarte Calvão,
decidiu arriscar e introduzir algumas novidades de relevo para a 10ª edição, que acontece de 30 de março a 9 de abril. A começar pelo local, o recém renovado e reaberto Pavilhão Carlos Lopes
em cuja nave central — agora despida de bancadas — se concentrarão os
10 restaurantes convidados, cerca de 500 lugares sentados, mercado e
zonas de provas. Já as habituais apresentações dos chefes acontecerão
numa sala anexa, a mesma onde o evento foi, nesta segunda-feira,
apresentado aos jornalistas.
A mudança de local é relevante, não
só por este ser o primeiro evento a acontecer no antigo Pavilhão dos
Desportos, que passou para a alçada dos organizadores do festival, a Associação de Turismo de Lisboa, mas também porque permite aumentar a capacidade para o público em geral — passa-se dos 300 para os 500 lugares sentados. O número de restaurantes presentes mantém-se, são uma dezena, com alguns regressos e duas estreias absolutas: Boi-Cavalo, do chefe Hugo Brito, a quem Duarte Calvão gaba a criatividade e Alma,
de Henrique Sá Pessoa, que segundo o diretor do festival “vive um
momento muito interessante”, depois da estrela Michelin atribuída no
final do ano passado.
Entre os restantes convidados, destaque para o sesimbrense Ribamar,
de Hélder Chagas, que regressa na condição de único totalista. A dupla
Sergi Arola e Milton Anes, agora com uma estrela Michelin no currículo
(no LAB by Sergi Arola) também marcará novamente presença, sob a
designação Arola. Outros dois habitués são André Magalhães, com a sua Taberna da Rua das Flores, e Kiko Martins,
que se prepara para juntar mais um espaço, no Mercado da Ribeira, ao
seu portfólio. Três dos espaços repetem a estreia bem-sucedida em 2016: Ritz 4 Seasons, do chefe Pascal Meynard, Chapitô à Mesa, de Bertílio Gomes e Ibo, de João Pedro Pedrosa. Já Paulo Morais, que agora está no Rabo d’Pêxe,
regressa ao festival após alguns anos de ausência. “É claramente o
nosso grande cozinheiro das cozinhas orientais”, aponta Duarte Calvão.
Mas o Peixe em Lisboa não é só o que se come, também é o que se vê, ouve e aprende, nas já famosas sessões de showcooking que ocuparão uma das salas do pavilhão. Como já é hábito, alguns dos chefes convidados vêm de fora: casos do valenciano Ricard Camarena
(a 3 de abril), que o diretor do festival descreve como “um grande
cozinheiro, dos mais criativos a nível europeu, que está a desenvolver
uma técnica de fazer caldos sem água”, o britânico Alyn Williams (7 de abril), discípulo de longa data de Gordon Ramsay, e o brasileiro Filipe Schaedler (6 de abril) que virá, segundo Calvão, “mostrar o potencial dos peixes do rio Amazonas”.
Quem também virá falar de peixes de rio, mas do Tejo, é o ribatejano Rodrigo Castelo (01 de abril), que tem desenvolvido um trabalho incansável na sua descoberta e promoção. No mesmo dia, sobe também ao palco a dupla Sergi Arola e Milton Anes. Os chefes que levaram novas estrelas Michelin para o Porto, Rui Paula, Vítor Matos e Ricardo Costa
farão uma sessão em conjunto no dia 4 de abril. Outra atuação em
equipa, a 2 de abril, acontece por cortesia de dois veteranos da cozinha
portuguesa, Justa Nobre e Vítor Sobral, a quem se juntará o mestre do pão Mário Rolando,
sob o mote “Polvo, carapau e cavala: três espécies a consumir, três
receitas a aprender, três pratos a provar”. E sim, neste caso vai mesmo
haver direito a provar o resultado da apresentação, prometem os
responsáveis.
Igualmente originais e interessantes deverão ser as
sessões preparadas para sábado, dia 8 de abril, dedicadas a promover o
consumo sustentável de peixe: a primeira sobre conservas, algas e aquacultura, com a chefe Patrícia Borges, do Instituto Politécico de Leiria e a segunda sobre carapau seco — da conserva tradicional ao prato gourmet, com dois chefes com estrela Michelin em Lisboa, João Rodrigues (Feitoria) e Alexandre Silva (Loco).
Finalmente, falta mencionar Kiko Martins, que falará sobre cozinha ibero-americana em Lisboa, a 7 de abril, José Avillez,
que regressa às apresentações no Peixe em Lisboa para fazer a sessão de
encerramento, no dia 9 e dois chefes que oficiam ambos no Alto
Alentejo, Miguel Laffan, do L’And (5 de abril) e o jovem Pedro Pena Bastos, da Herdade do Esporão(2 de abril).
As provas e concursos também fazem parte da tradição do festival. E se umas se mantêm, como que elege “O Melhor Pastel de Nata” da cidade (a 5 de abril), ou a “ADN Pasteleiro”
(31 de março), que reúne alguns dos mais talentosos jovens chefes
pasteleiros do país, há uma outra que é novidade absoluta, a “Prova de Pataniscas”.
“Decidimos que queríamos destacar todos aqueles que fazem bem esta
receita tão lisboeta”, justifica Duarte Calvão, que explica que para
esta edição inaugural o júri (liderado pelo gastrónomo Virgílio Gomes)
selecionou previamente alguns restaurantes conhecidos pelo bom
tratamento que dão à receita, casos de O Poleiro, O Nobre, Casa do
Bacalhau, Varanda do Hotel Mundial, Taberna da Rua das Flores, ou Flores
do Bairro. A esperança é que nos anos seguintes o concurso funcione por
inscrição, à imagem do que acontece com o dos pastéis de nata. O
vencedor será eleito no dia 3 de abril.
Mas há mais novidades a revelar: primeira, uma aplicação para telemóveis
que estará disponível durante o festival com todas as informações
necessárias sobre os convidados, menus e apresentações, a possibilidade
de receber alertas sobre os eventos que interessem ou, através do
Facebook, identificar e localizar os amigos que estejam presentes no
evento. Segunda, a criação de uma área dedicada em exclusivo às crianças,
também na nave central, com direito a experiências culinárias com peixe
e marisco e à aprendizagem de receitas saudáveis, dadas por
nutricionistas e confecionadas com ingredientes frescos. Já o chamado Mercado Gourmet
e os seus 40 expositores de diversas áreas da gastronomia não são
novidade mas trazem novidades. Nomeadamente a localização: este ano
estarão integrados no food court, o que permitirá, segundo a organização “um maior dinamismo entre os restaurantes e o mercado”.
E se uma das maiores dores de cabeça no Peixe em Lisboa era fazer uma
boa gestão das senhas de consumo de valor fixo, ela acaba este ano com a
introdução de um sistema de cartões de consumo pré-carregados. A
entrada no festival custa 15€ com direito a 6€ de consumo, exceto aos
dias de semana entre as 12h e as 15h, altura em que esse consumo sobe
para 12€, o mesmo valor que é atribuído durante todo o “dia económico”,
segunda-feira 3 de abril.
O quê? Peixe em Lisboa
Quando? De 30 de março a 9 de abril
A que horas? 30 de março, das 16h às 00h. De 31 de março a 8 de abril das 12h às 00h. 9 de abril, das 12h às 18h
Onde? No Pavilhão Carlos Lopes, Avenida Sidónio Pais, 16 (São Sebastião), Lisboa
Quanto? A entrada custa 15€ com direito a 6€ de
consumo. Ao almoço, durante a semana, os mesmos 15€ dão direito a 12€ de
consumo. Na segunda-feira dia 3 de abril esses 12€ serão atribuídos
durante todo o dia. A entrada de grupo (5 pessoas) custa 60€. Crianças
até aos 12 anos não pagam.
* Eis o cardápio duma das maiores manifestações gastronómicas da cidade de Lisboa, imperdível esta festa dos sentidos..
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