HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Há suecos a gravar conversas
com jornalistas para os intimidar
Plataforma publica na internet gravações onde as palavras dos jornalistas são distorcidas
Na
Suécia, um site criado recentemente incentiva os cidadãos a ligar para
jornalistas confrontando-os com os artigos que escreveram e a gravarem
as chamadas sem conhecimento do interlocutor. As gravações são depois
editadas de maneira tendenciosa e publicadas na internet e nas redes
sociais.
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O site Granskning Sverige
(Validar a Suécia, numa tradução literal para português) apresenta-se
como uma iniciativa de cidadãos que querem questionar os meios de
comunicação tradicionais. Os críticos dizem que a plataforma é
alimentada por apoiantes de extrema-direita que querem assediar e
intimidar jornalistas.
Segundo a BBC,
os jornalistas não sabem que estão a ser gravados e a conversa é depois
editada ao gosto de cada um. A jornalista Eva Burman, por exemplo,
recebeu uma chamada de alguém que se identificou como Janne, após ter
noticiado uma agressão a um segurança na Suécia.
Janne
acusava Burman de estar a esconder a verdade, porque acreditava que a
agressão tinha sido da autoria de "crianças de rua marroquinas". A
polícia declarara que a agressão tinha sido obra de um gangue de
adolescentes e foi esta versão que a jornalista reportou no artigo.
"Isso
é racismo", disse Eva Burman, a certa altura durante a chamada de mais
de 20 minutos. No site e no Youtube, foi publicada uma versão editada da
chamada de apenas três minutos e com o titulo "Editora chefe chama
racista a cidadã".
"Eu diria que o tema principal é a xenofobia", explicou o jornalista Mathias Stahle à BBC.
"Eles não gostam de imigrantes. Queriam ler mais coisas positivas sobre
o Donald Trump, histórias positivas sobre a Rússia moderna e querem ter
visões mais positivas sobre os neonazis".
Mathias
Stahle quis investigar como funciona este site e por isso criou um
perfil falso e voluntariou-se para fazer estas chamadas. A indicação que
recebeu foi de que deveria esconder a identidade e editar todas as
chamadas de modo a parecerem dramáticas antes de as publicar.
Além disso, ganharia cerca de 100 dólares, 94 euros, por cada vídeo publicado que tivesse mais de três mil visualizações.
O
administrador do site apresenta-se como Erik Johansson e os vídeos são
publicados numa conta no Youtube com o nome dele. Contudo, um jornal
sueco revelou recentemente que o nome verdadeiro do administrador é
Fabian Fjallin e que ele tem 48 anos.
Ao
jornal britânico, Erik Johansson afirmou que o site atuava exatamente
da mesma forma que os jornalistas e que não estava a fazer nada de
errado, apenas a mostrar outra imagem dos meios de comunicação.
* Na Suécia já não há só democracia e nível intelectual, o cyberassédio está patente.
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