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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Ex-administrador do Autódromo do Estoril
.usou cartão da empresa por "distração"
Domingos
Piedade, antigo presidente do conselho de administração da Circuito
Estoril, empresa estatal que explora o Autódromo do Estoril, admitiu
esta quarta-feira em tribunal ter usado o cartão de crédito da empresa
em despesas pessoais, mas por "distração".
O
antigo presidente do conselho de administração da Circuito Estoril está
a ser julgado pelo Tribunal de Cascais, juntamente com uma antiga
administradora, Isabel Brazão, pelos crimes de abuso de poder,
falsificação de documentos e peculato.
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O DISTRAÍDO |
Os
arguidos, além de um salário entre 3.528 e 3.885 euros, tinham um
cartão de crédito com plafond até 7.500 euros para despesas ao serviço
da CE. O MP acusa os ex-gestores de utilizarem o cartão de crédito "para
pagamento de despesas pessoais" e "levantamentos".
A
acusação refere que Domingos Piedade terá usado indevidamente 37.900
euros, dos quais o ex-gestor ainda terá em dívida 14.600 euros (8.600
relativos ao adiantamento de vencimentos e 5.900 de despesas
consideradas pessoais).
Na primeira
sessão do julgamento, Domingos Piedade admitiu ao coletivo de juízes ter
utilizado o cartão de crédito da empresa para a realização de algumas
despesas pessoais, nomeadamente de cabeleireiro e propinas da faculdade
do filho, mas ressalvou que o fez por "distração".
"O
meu cartão pessoal era do mesmo banco e da mesma cor. Houve situações
em que usei o da empresa por mero engano. Não tinha mesmo consciência do
que o estava a usar", alegou.
Por
outro lado, Domingos Piedade alegou que algumas despesas que tinham sido
consideradas pessoais, como o pagamento de hotéis, medicamento e
cartões de telemóveis, tinham sido feitas em representação da Circuito
Estoril.
"Eu estive muitos anos na Alemanha e há muitas coisas que faço que podem não ser consideradas aqui normais", afirmou.
No
despacho de acusação, o MP frisa que Domingos Piedade e Isabel Brazão
continuaram a usar o cartão de crédito mesmo depois de o Governo, em
março de 2012, proibir essa prática aos gestores públicos.
Questionado
sobre esse facto pela juíza presidente, o antigo responsável da
Circuito Estoril ressalvou que se assim não fosse "muitas despesas
essenciais não poderiam ser feitas", como "reservar um hotel ou alugar
um carro".
Durante a sessão da manhã
foi ouvida Isabel Brasão, que negou os crimes que lhe são imputados e
que, à semelhança de Domingos Piedade, alegou que a utilização do cartão
de crédito da empresa para despesas pessoais foi feita "por lapso".
A
próxima sessão do julgamento, durante a qual continuará a ser ouvido
Domingos Piedade, está marcada para o dia 03 de abril, pelas 14.00
horas, no Tribunal de Cascais.
* Portugal é um país sui generis em figuras públicas, ele há DDT's, ele há amnésicos, ele há distraídos, ele há chernes e robalos tudo com o apoio dum submarino, extra-ordinário.
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