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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Sampaio, Barroso e Portas
vão dar explicações sobre
guerra do Iraque no parlamento
Audição resultante das conclusões do relatório Chilcot foi aprovada pelo PS, PCP e Bloco de Esquerda
O
parlamento aprovou esta terça-feira a audição do antigo Presidente da
República Jorge Sampaio, do ex-primeiro-ministro Durão Barroso e dos
antigos ministros da Defesa Paulo Portas e dos Negócios Estrangeiros
Martins da Cruz sobre a guerra do Iraque. Votos do PS, PCP e Bloco de
Esquerda garantiram a aprovação, que foi contestada pelo PSD e CDS-PP.
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A
comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas
discutiu hoje um requerimento do PCP, que propunha a audição de Durão
Barroso e Paulo Portas sobre as conclusões do relatório Chilcot,
relativo ao envolvimento do Reino Unido na guerra do Iraque.
O
documento divulgado na última quarta-feira, dia 6 de julho, declara que
a invasão o Iraque em 2003 não era, nessa ocasião, o último recurso,
isto é, que "não estavam esgotadas todas as opções pacíficas."
Encomendado em 2009 pelo então primeiro-ministro Gordon Brown, o
relatório Chilcot analisa a participação britânica na operação militar
liderada pelos Estados Unidos, então sob o comando de George W. Bush.
Conclui ainda que Saddam Hussein não era uma "ameaça iminente" e que a
"estratégia de contenção poder-se-ia ter mantido".
Mais de 150 mil iraquianos morreram entre
2003 e 2009 numa guerra que partiu de "informações e estimativas
deficientes" (nomeadamente no que diz respeito à existência de armas de
destruição maciça nesse território), foi subestimada e "mal preparada",
diz ainda o relatório.
A invasão do
Iraque aconteceu quatro dias depois de Bush, Tony Blair,
ex-primeiro-ministro britânico, José Maria Aznar, então
primeiro-ministro espanhol, e Durão Barroso, antigo primeiro-ministro
português, se reunirem numa cimeira, na Base das Lajes (conhecida como
Cimeira das Lajes e considerada o momento da decisão oficial de
empreender a ofensiva.)
Já depois do
encontro, Durão sublinhou que a cimeira tinha sido uma última tentativa
de solucionar diplomática e politicamente a crise que se adivinhava. O
conflito era já dado, contudo, como inevitável.
Os deputados alargaram também as audições ao então chefe da diplomacia
portuguesa Martins da Cruz e também ao ex-Presidente Jorge Sampaio.
* A memória não é curta:
- W. Bush queria o petróleo iraquiano morresse quem morresse, além disso os EUA precisavam de criar uma moeda paralela, o dólar iraquiano.
- Tony Blair queria um cargo nas organizações internacionais e por isso fez o favor ao Bush, não temos a certeza se recebeu alvíssaras.
- Aznar ao dar o sim pensou poder negociar o seu apoio.
- Durão Barroso sempre foi um "yes man" e estar numa cimeira ao lado de Bush era importante, foi nessa altura que as suas enormes capacidades de subserviência mais se revelaram pelo que pouco mais tarde foi convidado para ser mordomo de Merkel.
- Paulo Portas ria-se muito para Donald Rumsfeld e dizia que sim a tudo.
- Jorge Sampaio nunca pertenceu a esta caldeirada mas teve de aceitar a decisão do executivo.
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