12/07/2016

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HOJE NO 
 "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Sampaio, Barroso e Portas 
vão dar explicações sobre 
guerra do Iraque no parlamento

Audição resultante das conclusões do relatório Chilcot foi aprovada pelo PS, PCP e Bloco de Esquerda

O parlamento aprovou esta terça-feira a audição do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, do ex-primeiro-ministro Durão Barroso e dos antigos ministros da Defesa Paulo Portas e dos Negócios Estrangeiros Martins da Cruz sobre a guerra do Iraque. Votos do PS, PCP e Bloco de Esquerda garantiram a aprovação, que foi contestada pelo PSD e CDS-PP.
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PIORES QUE OS DALTON
A comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas discutiu hoje um requerimento do PCP, que propunha a audição de Durão Barroso e Paulo Portas sobre as conclusões do relatório Chilcot, relativo ao envolvimento do Reino Unido na guerra do Iraque.

O documento divulgado na última quarta-feira, dia 6 de julho, declara que a invasão o Iraque em 2003 não era, nessa ocasião, o último recurso, isto é, que "não estavam esgotadas todas as opções pacíficas." Encomendado em 2009 pelo então primeiro-ministro Gordon Brown, o relatório Chilcot analisa a participação britânica na operação militar liderada pelos Estados Unidos, então sob o comando de George W. Bush. Conclui ainda que Saddam Hussein não era uma "ameaça iminente" e que a "estratégia de contenção poder-se-ia ter mantido".

Mais de 150 mil iraquianos morreram entre 2003 e 2009 numa guerra que partiu de "informações e estimativas deficientes" (nomeadamente no que diz respeito à existência de armas de destruição maciça nesse território), foi subestimada e "mal preparada", diz ainda o relatório.

A invasão do Iraque aconteceu quatro dias depois de Bush, Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, José Maria Aznar, então primeiro-ministro espanhol, e Durão Barroso, antigo primeiro-ministro português, se reunirem numa cimeira, na Base das Lajes (conhecida como Cimeira das Lajes e considerada o momento da decisão oficial de empreender a ofensiva.)

Já depois do encontro, Durão sublinhou que a cimeira tinha sido uma última tentativa de solucionar diplomática e politicamente a crise que se adivinhava. O conflito era já dado, contudo, como inevitável.

Os deputados alargaram também as audições ao então chefe da diplomacia portuguesa Martins da Cruz e também ao ex-Presidente Jorge Sampaio.

* A memória não é curta:
- W. Bush queria o petróleo iraquiano morresse quem morresse, além disso os EUA precisavam de criar uma moeda paralela, o dólar iraquiano.
- Tony Blair queria um  cargo nas organizações internacionais e por isso fez o favor ao  Bush, não temos a certeza se recebeu alvíssaras.
- Aznar ao dar o sim pensou poder negociar o seu apoio.
- Durão Barroso sempre foi um "yes man" e estar numa cimeira ao lado  de Bush era importante, foi nessa altura que as suas enormes capacidades de subserviência mais se revelaram pelo que pouco mais tarde foi convidado para ser mordomo de Merkel.
- Paulo Portas ria-se muito para Donald Rumsfeld e dizia que sim a tudo.
- Jorge Sampaio nunca pertenceu a esta caldeirada mas teve de aceitar a decisão do executivo.


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