HOJE NO
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Governo em tournée pelo país:
Costa presta contas amanhã
A oposição acusa o governo de andar em campanha
eleitoral, mas António Costa não parece disposto a deixar a fórmula que
inaugurou como autarca, com sessões públicas para explicar as suas
políticas
António Costa
inaugurou na Câmara de Lisboa as reuniões descentralizadas. O conceito
era o de levar o autarca e vereadores a correr as freguesias na cidade
para prestar contas aos munícipes. No governo, Costa já usou esta mesma
fórmula para explicar aos portugueses o Orçamento do Estado de 2016.
Cerca de cinco meses depois, o primeiro-ministro volta às sessões
públicas para explicar as suas políticas.
.
Ontem, António Costa pôs os ministros numa volta a Portugal para
debates abertos a quem quis participar neles. Houve sessões em todos os
distritos do Continente, numa iniciativa que foi anunciada pelo PS como
uma forma de “prestar contas aos portugueses”.
MINISTROS DE NORTE A SUL
Em
Braga, coube ao ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, responder às
questões do público; em Cascais, o palco ficou para o ministro dos
Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Capoulas Santos, ministro
da Agricultura, foi à Lourinhã, e Adalberto Campos Fernandes, ministro
da Saúde, esteve em Leiria, enquanto o ministro Adjunto, Eduardo
Cabrita, esteve em Alpiarça (Santarém).
Pastas como as Finanças, a Justiça, a Educação e a Administração
Interna foram representadas por secretários de Estado, e não por
ministros. No caso das Finanças, por exemplo, foi o secretário de Estado
dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, quem deu as explicações
em Évora no dia em que Mário Centeno esteve em Bruxelas, na reunião do
Eurogrupo que antecedeu o encontro do Ecofin que hoje decidirá se
Portugal sofrerá ou não sanções por ter ultrapassado o limite dos 3% de
défice em 2015.
Manual da geringonça
Além das sessões mais marcadas
pelas políticas setoriais que cada representante do governo explicou
ontem pelo país, houve ainda uma sessão especial sobre o funcionamento
da geringonça.
Pedro Nuno Santos esteve ontem no Porto para uma conferência com o
título “O que é que a geringonça tem”. Com a função de articular as
relações com os parceiros da esquerda que apoiam o governo na Assembleia
da República, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares foi
responder às dúvidas sobre como se consegue manter a estabilidade em
constantes negociações com BE, PCP e PEV.
Em março, Pedro Nuno Santos ainda dizia em entrevista à TSF que o
termo inventado por Vasco Pulido Valente e popularizado por Paulo Portas
para descrever a solução de governação à esquerda não lhe agradava.
“Isto não é uma geringonça!”, reclamava na altura. Seis meses passados
sobre a tomada de posse de António Costa, a maioria parlamentar está tão
à vontade com a expressão que a usou no título e nos cartazes que
anunciaram a sessão de ontem no Porto.
COSTA EXPLICA-SE
Depois destas sessões, a bola passa para António Costa, que estará
amanhã na Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal para responder às
perguntas dos presentes.
A sessão tem início marcado para as 21h e deve durar até à
meia-noite. Acontece um dia depois da reunião do Ecofin que pode decidir
a aplicação de sanções a Portugal, pelo que o momento pode ser
particularmente complicado de gerir para o primeiro-ministro. Apesar
disso, Costa continua convencido de que este modo próximo de comunicar é
o mais eficaz e deve continuar a apostar neste tipo de contacto com o
eleitorado.
* O Governo PSD/CDs andou 4 anos em campanha eleitoral, mentiu, omitiu, encobriu e até teve um ministro comissionista, a geringonça está a sepultá-lo devagarinho, fizeram buracos no caixão para os vermes virem vomitar cá fora.
Levar o governo às populações é boa ideia, oxalá sejam melhores os resultados.
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