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"OJE"
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“Quociente familiar é
proposta inquinada de injustiça”,
diz bastonário dos Técnicos de Contas
O bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC),
Domingues Azevedo, considera que a aprovação, pela maioria parlamentar,
do quociente familiar é uma proposta “inquinada de injustiça” e apelou à
sua alteração.
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“Não é uma proposta digna de se chamar reforma do IRS”, sustentou
Domingues Azevedo, em declarações à Lusa, criticando o facto de o
quociente familiar tratar de forma diferenciada as famílias
monoparentais ou famílias regularmente constituídas.
“Eu penso que esta proposta está inquinada de injustiça”, argumenta
Domingues Azevedo, também presidente da Comissão de Fiscalização
Económica e Financeira do Partido Socialista (PS), proposto no passado
dia 30 de novembro por António Costa.
O Governo aprovou na quinta-feira, na especialidade, as propostas da
reforma do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), com
os votos contra de toda a oposição, entre as quais a instituição de um
quociente familiar.
Com os votos contra do PS e a abstenção do BE e do PCP, os deputados
do PSD e do CDS-PP aprovaram o artigo do IRS que introduz uma ponderação
de 0,3 por cada dependente ou ascendente a cargo do agregado familiar
(o quociente familiar), substituindo o quociente conjugal, o regime
atualmente em vigor, que considera apenas os sujeitos passivos para
efeitos de contabilização do rendimento coletável em sede de IRS.
O bastonário da OTOC considera que o Governo continua a demonstrar que não tem sensibilidade e dificuldades em gerir.
“Não há inteligência e capacidade para ver que o sistema do quociente
familiar que, pela introdução do mecanismo percentual, vai prejudicar
as famílias de baixos rendimentos e beneficiar as famílias de altos
rendimentos, tendo por base a mesma realidade”, diz.
Domingues Azevedo considerou que este quociente tem de ser alterado por este ou por outro Governo.
“Quanto aos efeitos dos objetivos das propostas apresentadas, penso
que estamos perante uma alteração positiva (…) porque altera de forma
significativa a proposta inicial, essa sim com um pendor financeiro
demasiado acentuado”, sustenta.
A maioria parlamentar aprovou na quinta-feira a manutenção das
deduções à coleta dos encargos com imóveis, PPR, seguros de saúde e
lares em sede de IRS e a eliminação da cláusula de salvaguarda, que
acaba por não sair do papel.
Além destas deduções, foi também aprovada a introdução de um limite
global às deduções à coleta em sede de IRS, variável em função do
rendimento coletável das famílias. Ou seja, as deduções à coleta vão
continuar a ter um limite global, tal como previsto na lei ainda em
vigor e contrariando a proposta do Governo.
Segundo essa proposta de alteração, para o limite global às deduções à
coleta concorrem as despesas de saúde e seguros de saúde, educação e
formação, imóveis, pensões de alimentos, as que resultam da exigência de
fatura, lares e benefícios fiscais.
Hoje, a reforma do IRS deverá ser aprovada, em votação final global,
com os votos favoráveis do PSD e CDS-PP e votos contra de todos os
partidos da oposição.
* Então não é que este homem não tem mesmo medo de ninguém! Oh senhor faça um partido que nós votamos em si!
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