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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Região alarga prevenção da violência
.doméstica aos mais novos
.doméstica aos mais novos
O Governo Regional dos Açores vai reforçar a
prevenção da violência doméstica e de género nos próximos três anos,
promovendo ações de sensibilização junto das camadas etárias mais
jovens, anunciou a secretária regional da Solidariedade Social.
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“A
questão da violência do namoro é uma questão premente e bastante atual,
o que quer dizer que, existindo essa realidade, temos de olhar para uma
prevenção mais precoce associada a este tema”, adiantou a titular da
pasta da Solidariedade Social nos Açores, Andreia Cardoso.
A
governante falava aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à margem da
apresentação do terceiro Plano Regional de Prevenção e Combate à
Violência Doméstica e de Género, relativo ao período entre 2019 e 2022,
que dá continuidade a dois outros planos implementados desde 2010.
Segundo
Andreia Cardoso, uma das conclusões da avaliação feita ao segundo plano
foi a necessidade de iniciar as campanhas de prevenção “nas camadas
ainda mais jovens”, por isso, o documento hoje apresentado integra
“ações específicas para os primeiros ciclos de escolaridade das
crianças”.
“Vamos tentar uma abordagem diferente, pela positiva, de promoção de relações e relacionamentos saudáveis”, frisou.
Os
Açores continuam a ser a região do país com maior incidência de
denúncias de violência doméstica, com 3,88 participações por cada 1.000
habitantes, quando a média nacional é de 2,57, de acordo com dados do
Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), relativos a 2018.
No
entanto, o número de denúncias registou uma ligeira descida na região,
tendo-se verificado 1.052 participações em 2017 e 950 participações no
ano seguinte.
“Pese embora ainda sejamos a
região do país com mais casos percentualmente, a verdade é que já se
denota uma tendência decrescente”, salientou a secretária regional da
Solidariedade Social, acrescentando que “é natural que os números, até
determinada altura, tenham uma tendência ascendente”, quando se começam a
desenvolver ações de prevenção e sensibilização das vítimas “para
denunciarem as situações de violência”.
A
governante frisou que durante muitas décadas a violência doméstica “foi
um assunto da esfera privada”, mas hoje “está definitivamente na esfera
pública” e por isso “convoca não só o Governo Regional e as autarquias
locais, como naturalmente também todos os parceiros da sociedade civil e
as IPSS [instituições particulares de solidariedade social] e
Misericórdias que implementam as políticas sociais”.
O
plano hoje apresentado integra 40 ações, divididas em quatro áreas:
prevenção, intervenção junto de vítimas e agressores, formação de
profissionais e monitorização dos dados.
Entre
as medidas previstas estão a realização de uma campanha regional de
promoção de relações afetivas saudáveis e a promoção de ciclos de aulas
abertas sobre formas de violência doméstica e de ações de informação
sobre a igualdade de género.
O plano
contempla ainda o reforço do número de unidades habitacionais para
vítimas, a realização de ações de formação para profissionais das áreas
da ação social, saúde, educação, justiça e forças de segurança e a
criação de uma plataforma ‘online’ para monitorização de dados.
Andreia
Cardoso destacou o alargamento do programa "Contigo", iniciado nas
ilhas de São Miguel e Terceira, às restantes ilhas do arquipélago, onde
já foi dada formação a técnicos para trabalharem com vítimas e
agressores.
“São importantes no domínio das
vítimas, com certeza que sim, é um eixo prioritário, mas também no
domínio dos agressores, precisamente para evitar as reincidências. É
este o trabalho que temos vindo a desenvolver com resultados
proveitosos”, frisou, alegando que este programa foi desenhado,
concebido e implementado nos Açores.
Segundo
a secretária regional da Solidariedade Social, os resultados do estudo
sobre este fenómeno, que está a ser desenvolvido pela Universidade de
Lisboa e que deverá estar concluído “durante o próximo ano”, “vão ser
fundamentais” para se fazer “um balanço de 10 anos de implementação de
políticas nesta área”.
“Como falamos de
questões culturais é importante dar tempo para que se registem
efetivamente as mudanças e, por isso, entendemos que era útil realizá-lo
agora ao fim de 10 anos”, sustentou.
* Os açorianos que dão porrada nas mulheres e nos filhos são falsos machões, cobardia não lhes falta.
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