HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Boris Johnson no parlamento
após remodelação considerada
como “carnificina"
O novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai hoje fazer uma
declaração ao parlamento, depois da reunião que decorre esta manhã com o
novo governo, resultado de uma remodelação, considerada hoje pela
imprensa como uma carnificina.
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O jornal The Times descreve o despedimento de
11 ministros de Theresa May como uma "tarde de carnificina" e "o mais
brutal purgatório do governo na história política moderna".
O Daily Telegraph qualificou a remodelação governamental de "massacre político" e uma "transição de perder o fôlego".
Por
sua vez, o Daily Mail fala de um "massacre" e um "banho de sangue de
Boris", enquanto que o Daily Express afirma que o primeiro-ministro fez
uma "limpeza histórica" e iniciou uma "nova era" no Reino Unido.
"Johnson
implacável vinga-se" é a manchete do The Guardian, que descreve a saída
de alguns dos ministros como uma "limpeza impiedosa" dos detratores, do
novo primeiro-ministro, no gabinete da Sra. May.
O
Financial Times considera que Boris Johnson "rasgou" o executivo
anterior e colocou no seu lugar uma formação "hardcore" de ‘brexiteers',
o nome dado aos defensores da saída do Reino Unido da União Europeia
(UE).
O novo primeiro-ministro rodeou-se
sobretudo de eurocéticos convictos, a quem distribuiu as pastas mais
importantes, dando um sinal de que a prioridade é sair UE a 31 de
outubro, com ou sem acordo.
Entre os
ministros nomeados, o ex-banqueiro Sajid Javid é ministro das Finanças,
uma posição estratégica no contexto do ‘Brexit', especialmente no caso
de uma saída sem acordo que pode gerar turbulência económica
significativa contra a qual terão de ser lançadas medidas de estímulo.
Sajid
Javid foi até agora ministro do Interior, pasta atribuída a Priti
Patel, 47 anos, ultra-eurocética e antiga ministra para o
Desenvolvimento Internacional que foi despedida por Theresa May em 2017
por ter encontros sem autorização com dirigentes políticos durante umas
férias em Israel.
Para ministro dos
Negócios Estrangeiros, Boris Johnson escolheu outro eurocético, Dominic
Raab, advogado de 45 anos que tem defendido a suspensão do parlamento
para conseguir implementar o ‘Brexit' sem ser bloqueado pelos deputados.
Outros
membros eurocéticos incluem o ministro para o ‘Brexit', Stephen
Barclay, a ministra da Economia, Andrea Leadsom, a ministra do Ambiente,
Theresa Villiers, e o ministro para a Escócia, Alister Jack.
Já
o deputado Jacob Rees-Mogg, um eurocético que conspirou uma moção de
censura interna a Theresa May e se opôs energicamente ao acordo de saída
da UE negociado pelo anterior governo, vai ser Ministro dos Assuntos
Parlamentares.
De fora do governo algumas
das figuras mais experientes do partido, como o anterior ministro da
Economia Greg Clark e o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Jeremy
Hunt, o qual terá recusado ficar com a pasta da Defesa, removida a
Penny Mordaunt.
Mordaunt e o antigo
ministro do Comércio Liam Fox foram dois eurocéticos afastados por terem
sido leais a Theresa May e apoiantes de Hunt na eleição para a
liderança do partido Conservador, que Boris Johnson ganhou.
Ainda
assim, Boris Johnson manteve no executivo alguns conservadores
pró-europeus, mas em pastas consideradas menos críticas para o processo
do ‘Brexit', como a ministra do Trabalho, Amber Rudd, e o ministro da
Saúde, Matt Hancock.
A imprensa britânica
refere ainda que para assessores, Boris Johnson recrutou muitos dos
operacionais da campanha "Vote Leave" [Vota Sair], que promoveu o
‘Brexit' no referendo de 2016 que ditou a saída britânica da UE,
incluindo o diretor Dominic Cummings para chefe de gabinete.
* Parece que Boris Johnson quer ser o 'trump' da Europa isto é, o maior imbecil do velho continente.
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