.
IN "O JORNAL ECONÓMICO"
13/09/18
.
Sporting Clube de Portugal:
e depois do adeus…
O que fica é a instituição e os seus funcionários e o demais é transitório, é o primeiro passo para tudo correr bem. Frederico Varandas disse-o e só isso já me fez ficar pacificada. O olhar é, agora, posto no futuro.
Acordei no dia 8 de Setembro a pensar no poema de Sophia Andresen,
escrito a propósito de outra madrugada, mais importante, é certo, mas
igualmente emotiva. Durante três meses, desempenhei as funções que nunca
acreditei serem necessárias no Sporting Clube de Portugal.
Fi-lo,
à semelhança do que sei que sucedeu com a maior parte dos elementos que
integraram as Comissões nomeadas por Jaime Marta Soares, o melhor que
pude e soube, visando salvaguardar a única coisa que interessava, ou
seja, os interesses do Sporting Clube de Portugal. Não obstante os
insultos iniciais de perfis falsos, pagos, como se veio a saber, na sua
esmagadora maioria, pelo próprio clube.
Neste percurso, que não se
fez sem incidentes, tive a enorme sorte de ser acompanhada de pessoas
que me acarinharam e que sinto agora como meus amigos. A esses, que
sabem quem são…, e aos que já tinha, o meu gigantesco obrigada. Aos que
mantiveram o clube e o fizeram renascer, fica aqui também a vénia.
O
meu clube viveu um tempo de trevas, quase se assemelhando a uma nave de
loucos, num espectáculo grotesco a que fomos assistindo, entre o pânico
e a tristeza. Durante estes três meses, vi muitas vezes serem usados
todos os meios para fins mais do que duvidosos, com um sentimento de
quase impotência, perante o mal que vi fazer. Contudo, a lição que se
tira, quer de dia 23 de Junho, data da assembleia onde se votou a
destituição de Bruno de Carvalho e demais Conselho Directivo, quer de
dia 8 de Setembro, correspondendo às eleições, é a de que este Clube tem
uma capacidade de regeneração incrível.
Contrariamente ao que
sucedeu na primeira, desta feita o ambiente que se viveu foi limpo e
transparente. A ideia original, isto é, a de devolver o Clube aos seus
sócios, não apenas foi concretizada como o foi numas eleições
tranquilas, serenas e felizes. Independentemente da lista que cada um
apoiava, foi bom ter assistido a sócios a conversarem uns com os outros,
sem outro interesse que não contribuir para um acto democrático que se
impunha.
Tive, portanto, a sorte de sair num dos momentos mais
bonitos. A vantagem deste adeus é que, cumprida a missão e devolvida a
palavra aos sócios, volto ao sítio de onde nunca deveria ter saído, a
bancada, desta feita ainda com mais amigos.
Quem ama um clube,
seja ele qual for, não coloca os seus interesses pessoais à frente
daquele. Que a nova direcção nunca se esqueça disso, ou seja, que o que
fica é a instituição e os seus funcionários e o demais é transitório, é o
primeiro passo para tudo correr bem. Frederico Varandas disse-o e só
isso já me fez ficar pacificada. O olhar é, agora, posto no futuro, sem
se esquecer um passado que nunca mais se pode repetir. Sporting? Sempre e
para sempre.
IN "O JORNAL ECONÓMICO"
13/09/18
.
Sem comentários:
Enviar um comentário