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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
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Paleontólogos sugerem que
‘árvore genealógica’ de dinossauros
deve ser revista
Paleontólogos
no Reino Unido sugerem, num estudo hoje publicado na revista Nature,
que a ‘árvore genealógica’ dos dinossauros deve ser revista e
reclassificada, o que pode implicar a reescrita de livros sobre a
evolução dos vertebrados.
.
Após a análise de dezenas de fósseis de
esqueletos de dinossauros e de dezenas de milhares de caraterísticas
anatómicas, investigadores da Universidade de Cambridge e do Museu de
História Natural de Londres concluíram que os grupos familiares dos
dinossauros tal como são hoje aceites podem estar errados e que os seus
nomes devem ser alterados.
O estudo, divulgado pela Universidade
de Cambridge, sugere ainda que as origens dos dinossauros localizam-se
no hemisfério norte e não ao hemisfério sul.
Ao longo de 130
anos, os paleontólogos (que estudam fósseis) têm trabalhado com um
sistema de classificação que agrupa as espécies de dinossauros em duas
categorias: ornitísquios (com quadril de pássaro) e saurísquios (com
quadril de lagarto).
À medida que mais espécies foram descritas,
tornou-se claro, para os especialistas, que os dinossauros pertenciam a
três linhagens distintas: ornitísquios, sauropodomorfos (grupo de
dinossauros herbívoros com pescoço longo) e terópodes (subgrupo dos
saurísquios e carnívoros).
Em 1887, o paleontólogo britânico
Harry Govier Seeley, que tinha separado os dinossauros nos grupos dos
saurísquios e ornitísquios, a partir do estudo de fósseis de ossos
pélvicos, juntou os sauropodomorfos (que incluem os dinossauros
‘gigantes’ diplodocos e brontossauros) aos terópodes (que englobam a
espécie emblemática Tyranossaurus Rex) na categoria dos saurísquios.
Inicialmente,
os cientistas pensavam que os dinossauros ornitísquios e saurísquios
não estavam relacionados, uma vez que tinham antepassados diferentes,
mas estudos posteriores revelaram que ambos evoluíram de um antepassado
comum.
A nova análise feita pelos paleontólogos da Universidade
de Cambridge e do Museu de História Natural de Londres concluiu que os
dinossauros ornitísquios têm de ser reagrupados com os terópodes, mas
excluindo os sauropodomorfos.
A comunidade científica dava como
certo que os pássaros evoluíram dos dinossauros terópodes, mas o
reagrupamento dos dinossauros proposto no estudo hoje divulgado aponta
para que os ornitísquios e os terópodes tenham potencialmente evoluído
para um padrão de quadril semelhante a um pássaro, mas em diferentes
momentos da história.
O agrupamento dos dinossauros ornitísquios
(herbívoros) e terópodes (carnívoros) foi designado como
‘Ornithoscelida’, que recupera um nome avançado pelo biólogo
evolucionista britânico Thomas Henry Huxley, em 1870.
Segundo um
dos coautores do estudo, David Norman, citado num comunicado da
Universidade de Cambridge, se a tese de revisão dos agrupamentos
familiares dos dinossauros vingar nos meios académicos, os livros
didáticos que abordam o tema da evolução dos vertebrados (peixes,
anfíbios, répteis, aves e mamíferos) têm de ser novamente escritos.
O
autor principal da investigação, Matthew Baron, assinalou que, uma vez
que os terópodes estão “mais estreitamente relacionados” com os
ornitísquios, alguns dinossauros como os diplodocos poderão deixar de
ser considerados como tal.
Caso contrário, isso “significa que
teríamos de mudar a definição de ‘dinossauro’ para ter a certeza que, no
futuro, os diplodocos e os seus parentes mais próximos poderiam
continuar a ser classificados como dinossauros”, sublinhou.
A
equipa de paleontólogos da Universidade de Cambridge e do Museu de
História Natural de Londres defende também, após uma nova análise de
dados-chave, que os dinossauros poderão ter ‘nascido’ no supercontinente
do norte Laurasia (que englobava os continentes que formam hoje o
hemisfério norte, nomeadamente América do Norte, Europa e Ásia do
Norte).
Os fósseis mais antigos de dinossauros foram descobertos
na América do Sul, indiciando que os primeiros exemplares destes répteis
eram originários deste subcontinente.
A tese original, no
entanto, é que os dinossauros apareceram no hemisfério sul, no antigo
supercontinente Gondwana (que incluía as atuais Antártida, América do
Sul, África, Ásia do Sul e Oceânia).
Os dinossauros, que chegaram a ser a espécie animal dominante na Terra, extinguiram-se há 65 milhões de anos.
* A bem da verdade científica.
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