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Trabalhadores obrigados a usar
fraldas para não fazerem pausas
O relatório da organização Oxfam relata as denúncias dos trabalhadores de aviários que não podem abandonar a linha de produção
Os trabalhadores dos aviários nos Estados Unidos são
rotineiramente privados de pausas para ir à casa de banho ao ponto de
serem forçados a usar fraldas na linha de produção, denuncia um estudo
da organização britânica Oxfam.
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Segundo o estudo, que foi
publicado na terça-feira, "a grande maioria" dos 250 mil trabalhadores
do setor aviário norte-americano é ridicularizada, ignorada ou ameaçada
com despedimento quando pede para ir à casa de banho, "não beneficiando
de pausas adequadas" para o efeito, no que constitui uma "clara violação
das leis norte-americanas de segurança no trabalho".
"Os
trabalhadores lutam para se adaptar a essa negação de uma necessidade
humana básica. Urinam e defecam enquanto se encontram na linha de
produção, usando fraldas para trabalhar", refere o relatório divulgado
pela filial da organização não-governamental (ONG) Oxfam nos Estados
Unidos.
A organização cita um inquérito realizado junto de 266
trabalhadores em Alabama, por uma associação que luta contra a
discriminação, em que "quase 80% afirma que não lhes é permitido fazer
pausas para ir à casa de banho quando precisam"; e outro no Minnesota,
que revelou que "86% dos trabalhadores disse ter menos de duas pausas
para ir à casa de banho numa semana", sublinha a Oxfam.
Segundo a organização, os poucos funcionários que indicaram poder ir à
casa de banho sempre que precisam trabalham em unidades sindicalizadas,
perfazendo aproximadamente um terço do total.
Os supervisores dos
aviários recusam que os trabalhadores deixem a linha de produção para
ir à casa de banho porque se encontram sob elevada pressão para manter a
produção ou cumprir quotas diárias, refere o estudo divulgado pela
Oxfam.
"Enquanto a indústria aviária goza hoje de lucros recordes
(...), a realidade da vida no interior das fábricas de processamento
permanece penosa e perigosa", sustenta a Oxfam, falando dos "baixos
salários", de "elevadas taxas de lesões e doenças" e das "difíceis
condições de trabalho" dos funcionários, que "têm pouca voz".
A
Tyson, um das maiores empresas do setor das aves no mundo, afirmou, em
comunicado, que "não irá tolerar a recusa de pedidos para deslocações à
casa de banho" nas suas fábricas.
"Estamos preocupados com estas
queixas anónimas e embora não tenhamos atualmente provas de que são
verdadeiras, estamos a verificar [a situação] para ter a certeza de que a
nossa posição se encontra a ser seguida", indicou.
* Os trabalhadores de aviários nos EUA trabalham em campos de concentração legalmente autorizados.
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