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Portugueses mais ricos ganham dez
vezes mais que os mais pobres
Portugal tornou-se nos últimos anos um país mais desigual em
termos de distribuição de rendimentos e isso danifica seriamente o
crescimento da economia, assinala a OCDE, num conjunto de estudos hoje
divulgado. Por exemplo, o rendimento dos 10% mais ricos é hoje dez
vezes superior ao dos 10% mais pobres.
O problema é grave, mas não é exclusivo de Portugal. Ele alastra-se à maioria dos países desenvolvidos.
Há
um "aumento de longo prazo na desigualdade de rendimentos na área da
OCDE [os 34 países mais ricos]" e assiste-se a um "crescimento nas
disparidades" seja antes ou depois da Grande Recessão de (2008 a 2009),
refere a organização no estudo "Tendências na desigualdade de
rendimentos e o seu impacto no crescimento económico".
Apesar da
notável subida dos rendimentos das pessoas e na riqueza das nações nas
décadas que precederam a Grande Recessão, a verdade é que os indicadores
da desigualdade eram mais favoráveis nos anos 80.
No caso de
Portugal, Espanha e Polónia, o início dos anos 2000 até culminou numa
melhoria nesses índices, "mas essa tendência parou em todos esses países
desde o final da década de 2000".
Problema: quanto maior a
desigualdade, mais difícil é crescer. "Os novos estudos da OCDE mostram
que quando a desigualdade aumenta, o crescimento cai. Uma das razões é
que os elementos mais pobres da sociedade ficam menos capazes de
investir na sua educação", "reduzindo a sua mobilidade social e o
desenvolvimento de competências". Resultado: quem menos tem fica
condenado a ter menos ainda.
A OCDE avisa ainda que o fosso que
separa os 10% mais ricos dos 10% mais pobres é importante, mas que as
políticas devem ser desenhadas tendo em conta os 40% mais pobres, onde
está a esmagadora maioria da população. É a classe média baixa.
* E os membros do governo ainda têm a lata de dizer que o país está melhor.
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