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INE:
capacidade das famílias
enfrentarem encargos financeiros
baixou entre 2004/2011
Os índices associados aos indicadores de pobreza monetária apresentam um crescimento ao longo deste período
A capacidade de as famílias fazerem frente aos seus encargos
financeiros diminuiu entre 2004 e 2011, sendo que neste último ano o
índice relativo à intensidade da pobreza sofreu um agravamento
significativo, segundo o Índice de Bem-Estar para Portugal.
O estudo, realizado pela primeira vez pelo Instituto Nacional de
Estatística, foi desenvolvido nos últimos três anos e visa
disponibilizar, anualmente, resultados que permitam acompanhar a
evolução do bem-estar e progresso social em duas vertentes: condições
materiais de vida das famílias e qualidade de vida.
Segundo o estudo, os índices dos indicadores relacionados com a
capacidade de as famílias fazerem frente aos seus encargos financeiros e
com a sobretaxa das despesas com a habitação apresentam um decréscimo.
Esta situação ”evidencia uma deterioração da capacidade dos
rendimentos familiares suportarem os compromissos financeiros assumidos,
ou de suportarem despesas básicas como a habitação”, explica.
Os índices associados aos indicadores de pobreza monetária apresentam
um crescimento ao longo deste período, expressando a redução da taxa de
risco de pobreza de 19,4% para 17,8% e da intensidade da pobreza de
26,7% para 24,7%.
O Índice do Bem-Estar (IBE) ressalva que o indicador da taxa de risco
de pobreza após 2010 merece “uma leitura atenta”, uma vez que “a
manutenção da taxa de pobreza após 2009 reflete, mais do que uma
manutenção ou melhoria das condições de vida dos indivíduos mais pobres,
a acentuada descida do rendimento mediano e a subsequente redução do
limiar de pobreza”.
“Particularmente significativo” é o agravamento do índice relativo à
intensidade da pobreza em 2011, superior a cinco pontos percentuais,
refere o estudo, que também apresenta resultados preliminares para 2012.
A leitura da evolução da taxa de privação material “é menos clara”,
dadas as oscilações sofridas por este índice ao longo do período.
Em termos globais, a taxa de privação material em 2012 é praticamente
idêntica à do valor inicial de 2004, traduzindo-se num índice de 99,5
no final do período em análise.
A variação do índice no domínio Balanço vida-trabalho aumentou 11,3 pontos percentuais entre 2004/2012.
“A capacidade de conciliação entre o tempo dedicado ao trabalho e a
outras vertentes da vida pessoal, como a família, os amigos ou o lazer
em geral, é um importante fator de caracterização do bem-estar”,
observa.
O índice de conciliação do trabalho com as responsabilidades
familiares, que retrata o grau de dificuldade em cumprir tarefas
domésticas ou outras responsabilidades devido ao trabalho, ou de
concentração no trabalho devido a responsabilidades familiares, teve uma
evolução percentual positiva (48 pp) até 2007, “decrescendo lentamente a
partir de então”.
Na Educação, a variação do índice foi de 53,9 pp, constituindo a
componente do bem-estar com “melhor desempenho”, sendo que os dados
preliminares relativos a 2012 projetam essa variação para 59,5 pp.
Nesta área, o estudo salienta que o abandono precoce se reduziu para cerca de metade, mas ainda é superior à média da UE27.
No domínio da Saúde, a variação foi de 24,8 pp: “Todos os indicadores
selecionados registam uma taxa de variação média anual positiva no
período 2004/2008, à exceção do indicador baseado na taxa de mortalidade
padronizada por tumores malignos, que estagnou”.
* Mas o governo afirma que Portugal está a melhorar, quem mente INE ou o governo????
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