HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Provedor de Justiça quer "esclarecimentos urgentes" sobre cortes nas pensões
O provedor de Justiça pediu "esclarecimentos urgentes" ao secretário
de Estado da Segurança Social, depois de ter recebido um "volume
inusitado de queixas" por o Centro Nacional de Pensões não esclarecer os
reformados sobre os cortes nas pensões.
Na nota hoje publicada no site da Provedoria de Justiça, o provedor
Alfredo José de Sousa dá conta que "solicitou esclarecimentos urgentes
ao secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social".
Os esclarecimentos são sobre "problemas relativos à actuação do
Centro Nacional de Pensões (CNP), designadamente sobre a manifesta falta
de informações aos pensionistas no que concerne às variações no
montante mensal das respectivas pensões verificadas nos últimos meses
alegadamente resultantes da aplicação da lei do OE/2013".
O pedido de "esclarecimentos urgentes" seguiu tanto para o secretário
de Estado da Segurança Social, Marco António Costa, como para a
presidente do Instituto da Segurança Social (ISS), Mariana Ribeiro
Faria, a 12 de Março, mas já a 4 de Fevereiro o provedor tinha feito um
primeiro pedido sobre esta mesma matéria ao conselho directivo do ISS.
"Sendo certo que não foi entretanto recebida qualquer resposta, apesar da insistência feita em 22 de Fevereiro", diz o provedor.
Alfredo José de Sousa diz ter recebido um "volume inusitado de
queixas", o que parece mostrar que o direito à informação dos
pensionistas "não está a ser devidamente acautelado, contribuindo para o
avolumar de dívidas, receios, e, também, de reclamações".
De acordo com o provedor, as queixas que lhe chegam são de
pensionistas que se insurgem quanto ao facto do CNP "não prestar
esclarecimentos sobre as reduções efectuadas e as variações mensais nas
pensões".
Nos ofícios agora dirigidos ao secretário de Estado e à presidente do
ISS, Alfredo José de Sousa censura a ausência "de qualquer
esclarecimento sobre esta matéria" e considera "preocupantes (...) os
atrasos verificados na apreciação dos requerimentos para atribuição das
pensões".
Por outro lado, critica a "ausência de informação sobre as reduções
efectuadas nas pensões ao abrigo da Lei do OE para 2013 e a omissão de
pronúncia sobre os pedidos de esclarecimentos entretanto apresentados
pelos pensionistas".
"O Provedor dá igualmente conta dos atrasos verificados no CNP quanto
à apreciação dos requerimentos para atribuição das pensões - em alguns
casos, mais de um ano - e alerta para a falta de articulação entre
alguns centros distritais do ISS, IP e o CNP, com "impactos muito
negativos na vida dos interessados, sobretudo
daqueles que vivem em
situações dramáticas de insuficiência económica e se vêm privados,
durante longos períodos de tempo, da sua pensão", lê-se na nota da
Provedoria.
Alfredo José de Sousa remata com um reparo feito ao CNP, lembrando
que a declaração anual dos rendimentos pagos e retenções efectuadas em
2012 para efeitos de IRS deveria ter sido enviada a todos os
pensionistas até 20 de Janeiro, apontando, por isso, que o CNP está em
"clara violação do disposto no artigo 119º, nº 1, alínea b), do Código
do IRS".
* Alfredo de Sousa sempre atento às nuances malabaristas do governo.
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