HOJE NO
"PÚBLICO"
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Magistrados vão continuar a ter transporte
. gratuito e sindicato pede segredo
A direcção do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP)
anunciou ontem num email enviado aos seus associados o recuo do Governo
na intenção de retirar aos juízes e aos procuradores a utilização
gratuita de transportes dentro da área em que exercem funções, uma
medida prevista na última versão do Orçamento de Estado para 2013.
Aconselham ainda os magistrados a não discutirem “na comunicação social
este episódio”, justificando que isso “poderia dificultar o recuo por
parte do Governo”.
“A direcção [do SMMP] teve esta tarde a
garantia da senhora Ministra da Justiça que tal norma, que não constava
do projecto de proposta de lei que foi aprovado em Conselho de Ministros
na manhã do dia 15 de Outubro, será retirada na Assembleia da
República”, lê-se no email a que o PÚBLICO teve acesso, após uma notícia
avançada pelo Jornal de Notícias. E acrescenta-se: “A senhora Ministra
da Justiça reafirmou o compromisso de não existir qualquer alteração ao
Estatuto do Ministério Público ou ao Estatuto dos Magistrados Judiciais
na lei do Orçamento”.
A proposta do orçamento prevê a revogação
de várias normas que atribuem o transporte gratuitos a várias
categorias: juízes, procuradores, membros dos gabinetes do Governo,
pessoal de apoio aos presidentes da câmara e vereadores, entre outros.
Não se sabe se o recuo do Governo que o SMMP fala seria apenas na parte
relativa aos magistrados.
O email termina pedindo aos
procuradores para não falarem deste assunto na comunicação social. “Sem
prejuízo de continuarmos a acompanhar atentamente os trabalhos
parlamentares, será conveniente que não se discuta na comunicação social
este episódio, o que poderia dificultar o recuo por parte do Governo”,
aconselham.
Hoje o presidente do SMMP, Rui Cardoso, explicou que a
utilização gratuita dos transportes públicos “integra o estatuto
socioprofissional dos magistrados e deveria ter sido objecto de
negociação colectiva imposta pela Constituição”. “Isso não houve”,
assegurou na Assembleia da República, depois de ter sido ouvido na
Comissão parlamentar de Direitos, Garantias e Liberdades.
Rui
Cardoso insistiu que “a matéria não é qualquer privilégio”, sendo
“apenas uma solução que o Estado, desde sempre, encontrou para permitir
aos magistrados o cabal exercício das suas funções de forma mais barata
para o Estado”. Contactado pelo PÚBLICO, nem o SMMP, nem o Ministério da
Justiça fizeram qualquer comentário sobre o assunto.
* Desta conversa de alcova se infere da "in"dependência dos agentes de justiça do poder político. Segredo para manter as mordomias, que são muitas.
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