.
IMPERDÍVEL
MⱭRIⱭ DⱭ CONCEIÇⱭ̃O TⱭVⱭRES
(1930-2024)
ል ጠል̃ዐ ጎክሆጎនÍሆቿረ
O liberalismo quebra na vida real
* O trecho destaca a crítica de Maria da Conceição Tavares ao mito da “mão invisível” e ao Estado mínimo. Ela argumenta que, diante dos impactos reais dos mercados desregulados sobre as sociedades nacionais do século XIX, até os liberais foram obrigados a aceitar direitos sociais básicos — legislação trabalhista, serviços públicos, contratos coletivos, associações comerciais e sindicatos. Para Tavares, a reação institucional não decorre de princípios morais, mas da força material das relações econômicas que pressionam todos os modelos políticos. A economista contrapõe tradição liberal, tradição marxista e a ideia de ciclos históricos para mostrar que, independentemente do enquadramento teórico, o capitalismo só se estabiliza quando o Estado intervém. O comentário avança para o presente e ironiza o ressurgimento de discursos de “Estado mínimo” e “novo contrato social”, que retomam argumentos do século XVII para lidar com crises atuais. O corte funciona como síntese contundente da visão tavareana: mercados não se autorregulam; sociedades reagem; e o Estado, cedo ou tarde, é chamado a garantir direitos — inclusive por aqueles que proclamam o contrário.

Sem comentários:
Enviar um comentário