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O ano não foi mau para todos
Bom ano, Alexandra, investe em casas para alugar aos turistas (é o que toda a gente diz por aí que é bom negócio)
Volto a escrever sobre a TAP, eu que já nem sou cliente desta companhia, mas na verdade como investidor, eu e todos os portugueses que pagam impostos, sinto-me no dever de ir acompanhado o negócio, gosto de fazer isso com os meus investimentos, mesmo com os ruinosos.
Quase como quando emprestamos dinheiro àquele amigo que
ligou desesperado porque tinha a casa para pagar, e meses depois não nos
pagou, mas continuamos a ver no Instagram os restaurantes e hotéis que
frequenta.
Nunca percebi porque é que a TAP é uma infraestrutra
e, neste governo, é tutelada pelo ministério responsável pela construção
de barragens ou auto-estradas. A companhia aérea portuguesa é um agente
económico, e como tal, a pertencer à esfera do estado, estaria sempre
na responsabilidade do Ministério da Economia. Mas isso sou eu a pensar
que entendo de gestão, e quem manda é António Costa.
Com os
acontecimentos da última semana, ficamos a perceber que a TAP até já
tinha começado uma tarefa bem difícil e que nunca acreditei possível.
Depois de receber mais de 3 mil milhões de euros do acionista (nós) e
depois do ex-ministro Pedro Nuno Santos ter admitido que esse dinheiro
nunca seria devolvido ao Estado, eis que os reembolsos começaram.
Alexandra
Reis, ex-administradora da TAP, ex-presidente da NAV e agora
ex-secretaria de estado do Tesouro, já recebeu a sua parte, e com uma
rentabilidade interessante.
A minha grande questão é: qual o
critério de devolução do dinheiro? Alexandra Reis foi convidada a sair e
teve direito a este reembolso. Eu já fui mal tratado pela companhia, e
nada. Provavelmente, tenho que ser eu mostrar que sou um problema para a
empresa, e assim, aceleram o meu processo e recebo o dinheiro antes.
Vou
então fazer a minha parte. O governo socialista decidiu voltar a ser
dono da TAP, nos últimos anos tornou uma empresa de referência no setor,
numa vergonha sem estratégia, não sabemos se é uma low cost ou uma
marca que acrescenta valor ao serviço, não tem rumo, as operações
falham, os colaboradores não estão satisfeitos e as greves
multiplicam-se, deixou de se focar no mais importante que uma empresa
pode ter, as pessoas, as que trabalham nela, e as que serve.
A
TAP transformou-se numa infraestrutra sim, que serve os interesses
políticos de alguns, e que serve para manter ativo um polvo que adora
espalhar tentáculos por todo o lado.
A antiga administradora
Alexandra Reis era responsável pela área financeira, recursos humanos,
tecnologias de informação e digital, carga, catering e o procurememt, ou
seja, compras.
Desculpem, ainda estou a respirar fundo e a
sentir-me inútil por não ter competências para administrar áreas tão
díspares como esta super gestora, talvez por isso eu nunca tenha
trabalhado nas empresas onde esta geradora já esteve. Conta no CV com
passagens pela Portugal Telecon (2002 ainda com golden share) , REN, TAP
e NAV. Curiosamente todas na espera do estado.
* CEO & Idea maker do grupo GCI, consultor de comunicação e opinador nos tempos livres
IN "VISÃO" - 31/12/22.
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