HOJE NO
"OBSERVADOR"
Cerca de uma dezena de detidos em Lisboa e Setúbal por violência doméstica
Entre os dias 8 e 14 de junho, foram detidas quase uma dezena de pessoas nos distritos de Lisboa e Setúbal por suspeitas de crimes de violência doméstica. Pandemia agudizou casos pré-existentes.
Quase uma dezena de pessoas foram detidas nos distritos de Lisboa e
Setúbal por suspeitas de crimes de violência doméstica entre os dias 8 e
14 de junho, segundo a Procuradoria-Geral Regional de Lisboa (PGDL).
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Numa nota publicada na página da Internet, a PGDL informa que as nove
detenções, no âmbito da intervenção do Ministério Público, ocorreram na
área da violência doméstica em cenário de agressões, injúrias e ameaças
entre cônjuges, companheiros, namorados ou ascendentes.
De acordo com a nota, foram detidas pessoas em Cascais, Sintra, Lisboa e Seixal.
Em
alguns casos, os arguidos ficaram proibidos de contactos com as vítimas
e de se deslocarem junto à residência ou local de trabalho das vítimas e
sujeitos a fiscalização por meios técnicos de controlo à distância.
Dois
arguidos de casos de violência doméstica registados em Sintra (Lisboa)
ficaram sujeitos às medidas de coação de prisão preventiva.
A pandemia de Covid-19 agudizou casos de violência doméstica
pré-existentes e à Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência
Doméstica chegaram nas últimas semanas o dobro dos pedidos de ajuda em
comparação com o período de confinamento.
Em declarações à Lusa, a
secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, disse
que o que recolheu das reuniões que manteve com as estruturas da rede
nacional no período de emergência aponta para uma “agudização dos casos
de violência que já pré-existiam” em 70% dos casos.
No
período que abrange a pandemia de Covid-19 a rede nacional registou
15.919 atendimentos, fazendo agora, e desde a última quinzena de maio,
uma média de 4.500 atendimentos, cada vez mais presenciais à medida que o
desconfinamento avança, e que são quase o dobro dos 2.500 atendimentos
em média nas quinzenas e abril, que já eram “um número muito
significativo”, defendeu Rosa Monteiro
Os pedidos de ajuda cresceram sobretudo nas vias telefónicas e digitais.
A linha de apoio da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género
(CIG), o email e o número de SMS criado especificamente para o contexto
da pandemia e que o Governo pretende manter receberam 727 contactos
entre 19 de março e 15 de junho, um aumento de 180% face ao primeiro
trimestre de 2019.
* Violência doméstica bem mais perigosa que o Covid19 pelas sequelas permanentes que deixa em quem é violentado.
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