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264-ACIDEZ
FEMININA


ACONTECEU!
CLARINHA FALOU
O PRIMEIRO PALAVRÃO


A IMPRESCÍNDIVEL TATY FERREIRA

* Uma produção "ACIDEZ FEMININA" - BRASIL

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𝓒𝓐𝓡𝓣𝓐  𝓜𝓐𝓡𝓒𝓐𝓓𝓐/2


CONCLUI  PRÓXIMA QUINTA-FEIRA


FONTE:  Marcelo Lucas

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HOJE NO 
"RECORD"
Putin defende que Rússia deve
 competir em provas internacionais
 sob a sua bandeira

Presidente sublinha que "qualquer punição deve ser individual" e prometeu "fazer tudo para manter o desporto russo limpo" 
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O presidente russo, Vladimir Putin, considerou esta quinta-feira que qualquer punição por doping deve ser individual e não coletiva, defendendo que o país deve poder participar nas competições desportivas sob a sua bandeira nacional.

"O nosso país não precisa de competir sob bandeira neutra se não existir nenhuma repreensão concreta ao nosso comité olímpico. É isso que está escrito na Carta Olímpica", disse Putin, em conferência de imprensa.

O presidente russo defendeu que "qualquer punição deve ser individual" e prometeu "fazer tudo para manter o desporto russo limpo".

Putin considerou que a decisão da Agência Mundial Antidopagem (AMA) de excluir a Rússia das grandes competições desportivas mundiais durante os próximos quatro anos tem "motivação política".

A Agência Antidopagem Russa (RUSADA) deve decidir hoje se contesta junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) a decisão anunciada em 09 de dezembro pela AMA de excluir o país das competições mundiais durante quatro anos, devido a um sistema de dopagem com conhecimento e apoio estatal, tornado público há cerca de seis anos.

* Putinices...

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Astronomia
Uma visão Geral I

Estrelas
da adolescência à velhice/1


* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Políticos e polícias entre mais de 300 detidos numa 
.das maiores operações anti-máfia

A polícia italiana prendeu 334 pessoas, entre as quais alguns políticos e agentes policiais, numa das maiores operações anti-mafia da história, anunciaram os promotores italianos nesta quinta-feira.

A ação policial visou o grupo mafioso conhecido por 'Ndrangheta', localizado na região sul da Calábria, o "dedo do pé da bota da Itália", que ultrapassou a "Cosa Nostra", da Sicília, como o grupo mafioso mais poderoso do país - e um dos maiores gangues do mundo.

A polícia disse que deteve centenas de suspeitos em buscas matinais por todo o país, com algumas detenções também realizadas na Alemanha, Suíça e Bulgária.
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Os detidos são acusados de conspiração mafiosa, assassinato, extorsão, agiotagem, fraude corporativa e lavagem de dinheiro. "Políticos estavam envolvidos, assim como advogados, contabilistas, funcionários públicos e funcionários judiciais. Tudo pessoas que tinham empregos e não precisavam de colocar-se ao serviço da 'Ndrangheta", disse o promotor Nicola Gratteri, que liderou a investigação.

"Os mafiosos não estão em posição de realizar sofisticada lavagem de dinheiro. Para fazer isso, precisam de profissionais", acrescentou.

Gratteri disse que esta foi a maior operação de detenção de suspeitos de ligação à máfia em Itália desde uma massiva investida anti-máfia na Sicília, em 1984, que levou ao chamado julgamento máximo de Palermo, quando mais de 450 membros da Cosa Nostra foram julgados.

O julgamento de Palermo marcou um ponto de viragem na batalha contra a máfia siciliana e a sua influência diminuiu dramaticamente nas últimas três décadas, permitindo que a 'Ndrangheta tenha ganho destaque.

Os investigadores italianos dizem que o este grupo, formado por dezenas de clãs menores que respondem aos líderes seniores da Calábria, é agora o principal distribuidor de cocaína da Europa.

Entre os presos nesta quinta-feira, está um ex-deputado do partido Forza Italia, de Silvio Berlusconi, o presidente de câmara de centro-esquerda de uma cidade costeira da Calábria e um alto funcionário dos Carabinieri (polícia italiana).

"Isto causou um duro golpe na Ndrangheta", afirmou a ministra do Interior Luciana Lamorgese. Os investigadores dizem que, embora a 'Ndrangheta ainda esteja centrada na Calábria, uma das regiões mais pobres da Europa, conseguiu já infiltrar-se no norte rico de Itália.

Antonio Fosson, o presidente do Conselho regional do Vale de Aosta, região que faz fronteira com a França e a Suíça, renunciou mesmo na semana passada depois de ser investigado por suposta manipulação de votos com ligações à 'Ndrangheta' nas eleições locais de 2018. Apesar da demissão, Fosson negou a acusação.

* Ninguém com a carapuça cardinalícia para abrilhantar a sessão, uma pena?

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LXXV-Cidades e soluções

Cálculo do impacto
da pegada ecológica/2




FONTE: Raul Sinedino      

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/ 
/DA MADEIRA"
Pedro Ramos anuncia rastreio visual infantil a partir de 2020

O secretário regional de Saúde e Protecção de Civil anunciou, hoje, que a partir do ano de 2020 será implementado na Região Autónoma da Madeira, o rastreio visual infantil e o aumento do valor do cartão Kit Bebé, medidas com impacto positivo na saúde e bem estar da população infantil e suas famílias.
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O anúncio foi feito por Pedro Ramos no 2.º seminário ‘Nascer, Crescer ...e Ser Feliz’, uma iniciativa da Escola Superior de Saúde da Universidade da Madeira cujo o objectivo é contribuir para o aumento da literacia em saúde junto dos jovens estudantes de enfermagem.

Na sua intervenção, o governante destacou o papel dos serviços de saúde nas diferentes fases da vida humana, desde o nascimento até ao envelhecimento, assente na humanização, rigor, qualidade e segurança.

Pedro Ramos recordou algumas das medidas já implementadas pelo Governo Regional, no último mandato, nomeadamente a Estratégia Regional para a Promoção de Saúde Oral; Estratégia Regional para as Doenças Respiratórias Crónicas; Estratégia Regional para a promoção de Saúde Mental e Estratégia Regional para a promoção da Alimentação Saudável e Segura.

O governante salientou que todas estas estratégias regionais “estão implementadas, são transversais aos diferentes escalões etários da sociedade e estão a ser monitorizadas”.

No âmbito da saúde mental, mais concretamente na área da psiquiatria infantil e juvenil, o Serviço de Saúde da RAM dispõe actualmente de três médicas especialistas nesta área, perspectivando-se um reforço no próximo ano, com o regresso de uma outra pedopsiquiatra do estrangeiro.

Pedro Ramos referiu ainda que vai continuar esta política de “investimento na área da Saúde”, sendo necessário uma preparação “para os grandes desafios que se irão colocar à nossa sociedade, a médio prazo, nomeadamente a questão do envelhecimento populacional e as alterações climáticas”.

* Promessa ou realidade?

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ANTÓNIO ARAÚJO

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Sir Elton John e o
 problema da mobilidade social

A música é mesmo capaz de vencer todas as barreiras, até as do orgulho e do preconceito.

Que foi alcoólico e viciado em coca são coisas que já sabíamos, e há muito. Não significa isto que a autobiografia de Elton John não traga novidades, e grandes, até nesses domínios de trevas. Mas o que mais me impressionou em Eu, Elton John foi algo que também já se sabia, as origens modestas do músico de génio.

Reginald Kenneth Dwigth, que mais tarde adoptaria o nome artístico de Elton Hercules John, nasceu em Londres, em 25 de Março de 1947, mas, como o próprio afirma, terá sido um "bebé de guerra", concebido muito provavelmente quando o seu pai estava de licença da RAF, na qual se alistara em 1942, no auge da Segunda Guerra Mundial. Foi nesse ano, aliás, que os pais de Reginald se conheceram, ele um rapaz de 17 anos que tinha labutado em Rickmansworth, num estaleiro naval especializado na construção de barcos estreitos para os canais, ela uma rapariga de 16 anos, que trabalhava na United Dairies, a entregar leite numa carroça puxada a cavalo. Como diz Elton John, "o tipo de trabalho que uma mulher nunca teria, antes da guerra", e basta isso para percebermos o impulso que o conflito de 1939-45 deu à entrada das mulheres no mercado de trabalho, de onde nunca mais saíram, graças a Deus.

As estatísticas oficiais mostram que, no Reino Unido, o número de mulheres a trabalhar fora de casa passou de cinco milhões em 1939 para 7,25 milhões em 1943. Em Setembro deste ano, encontravam-se no mercado de trabalho 46% de todas as mulheres de idades compreendidas entre os 14 e os 59 anos. Os números são ainda mais expressivos para aquelas, como a mãe de Elton John, que eram solteiras e que tinham entre 18 e 40 anos: 90% dessas mulheres estavam a trabalhar, segundo os dados oficiais que, note-se, não incluíam as empregadas domésticas, o que levaria naturalmente a um aumento vertiginoso daquelas percentagens.

O pai de Elton era um trompetista amador que actuava com uma banda no hotel North Arrow e terá sido aí que conheceu a futura mulher. Muito provavelmente, estaria de licença da Força Aérea e o namoro foi curto, pois durante a guerra, com a morte sempre à espreita, todos tinham pressa em casar-se e em aproveitar a vida ao máximo. O casamento foi infeliz, as discussões infindáveis, só interrompidas quando o pai tinha de se ausentar em trabalho, o que acontecia com frequência, com destacamentos prolongados no estrangeiro, no Iraque ou em Áden. Elton John, como o próprio confessa, cresceu numa casa de mulheres, a residência da sua avó materna, no n.º 55 de Pinner Hill Road. Casa típica dos bairros sociais que floresceram no Reino Unido nas décadas de 1920 e 1930: uma moradia geminada com três quartos, de tijolo vermelho no rés-do-chão e pintada de branco no andar de cima.

Filho único, com um pai distante e uma mãe com um temperamento terrível, que lhe dava valentes sovas em público e lhe destruiu a infância, o jovem Reginald cresceu a idolatrar a avó materna, Ivy, uma mulher que tivera uma vida agreste: o seu pai abandonara a mãe quando esta engravidou e ela nasceu numa working house para indigentes. Ainda assim, Ivy era uma mulher estóica, que o neto recorda como "uma daquelas incríveis matriarcas da classe trabalhadora: sensata, trabalhadora, carinhosa, engraçada". Era, além disso, uma cozinheira maravilhosa, uma jardineira de mão cheia, uma mulher que adorava beber o seu copo e se deliciava com uma partida de cartas. A casa de Pinner Hill Road cheirava a assados e a carvão e tinha sempre gente a entrar e a sair: a tia Win, irmã da mãe de Elton, o tio Reg, os seus primos, o homem que cobrava a renda, o senhor da lavandaria, o homem que vinha entregar o carvão.

Em casa, a rádio estava sempre ligada e a música por toda a parte. Quando não ouviam rádio, os Dwights, a família materna, punham discos a tocar na radiola - normalmente jazz, mas também música clássica - e na casa havia um piano, que segundo parece Elton John começara a tocar muito novo, com apenas três anos. Não demorou muito a que os pais pusessem o menino-prodígio a tocar em casamentos ou serões de família.

Todas as sextas-feiras, ao regressar a casa com o dinheiro da féria semanal, a mãe passava numa loja que vendia discos e comprava um 78 rotações. Um dia, trouxe um disco de Elvis Presley. Por um acaso do destino, ao folhear umas revistas no barbeiro, poucos dias antes, Elton dera de caras com uma fotografia da estrela do rock and roll, e logo então ficara deslumbrado por aquela figura que lhe parecia vinda de outra galáxia. Ao escutar a música, teve uma epifania.

Ao contrário do que se poderia supor, Elton John não sofreu de bullying dos colegas nem era um solitário introvertido, atormentando por dúvidas quanto à sua orientação sexual. Era, segundo diz, um rapaz equilibrado que, se não fossem as desavenças conjugais dos pais, teria tido uma infância normal, provavelmente enfadonha, saudavelmente enfadonha, típica de uma criança crescida num bairro camarário da grande Londres da década de 1950: matinés no cinema infantil Embassy, em North Harrow, o programa The Gown Show na rádio, pão com banha aos jantares de domingo. À época, Elton ainda não tinha sequer consciência da sua orientação sexual e a sua vivência desses assuntos era de uma aridez desconcertante. Conta até que ficava boquiaberto quando alguns colegas se gabavam de ter apalpado umas moças no escurinho do cinema - pura e simplesmente, Elton John não sabia o que isso queria dizer.

O ponto mais saliente da sua primeira adolescência terá sido um passeio escolar a Annecy, em França, onde ficou fascinado ao olhar para um Citroën 2CV, diferente de todos os carros que tinha visto até então ("os assentos pareciam cadeiras de praia"). No mais, coleccionava discos com a mesma pulsão acumuladora que, mais tarde, já rico e famoso, quase o levou à falência, e a pequena jorna que recebia por empilhar grades de cerveja aos sábados de manhã, no armazém da mercearia Victoria Wine, era imediatamente gasto na porta ao lado, a loja de discos Siever's.

O pai, severo e austero, levava-o a ver as partidas do Watford, e a paixão pelo futebol é uma das constantes da sua vida (Elton John, aliás, chegou à presidência do Watford em 1976, e nele investiu uma fortuna para conseguir levá-lo, numa ascensão meteórica, da quarta à primeira divisão do campeonato inglês). Mas, se o pai apreciava que o filho vibrasse nas bancadas do estádio do Watford, não admitia a mínima concessão a tudo o que cheirasse a rock and roll, desde a música que se dançava aos pulos à forma arrojada de estar e trajar. E, assim, recorda o músico, enquanto alguns colegas de escola davam nas vistas com sapatos cor-de-rosa pontiagudos com biqueiras longuíssimas, "eu continuava a vestir-me como uma versão do meu pai em miniatura".

O seu acto mais rebelde consistiu em comprar uns grandes óculos de massa, que o faziam parecer Buddy Holly, mas que lhe arruinaram a visão e o obrigaram a ter mesmo de usar óculos para todo o sempre. Talvez esta frugalidade no trajar, imposta pelo odiado pai, ajude a explicar a exuberância do seu visual, só ombreada (e, porventura, ultrapassada) pelo estilo bombástico do inesquecível Liberace.

Os pais separaram-se ao fim de anos de brigas e discussões, Elton foi viver com a mãe e o novo marido dela para um apartamento arrendado em Croxley Street, cheio de humidade e com o papel de parede a descolar. Mais tarde, mudaram-se para uma casa nova, a poucos quilómetros de distância, em Northwood Hills. É mais ou menos por essa altura que começou a ir a concertos e a assumir que o seu futuro seria a música, sem dúvidas nem hesitações.

A sexualidade, essa, permanecia indefinida, talvez mesmo ignorada, e, no dia do seu 21.º aniversário, Elton chega a ficar noivo de uma rapariga, uma loura alta três anos mais velha do que ele, sem profissão conhecida, mas financeiramente independente. O noivado durou pouco, e não necessariamente por ele se ter apercebido de que era homossexual. Mais importante do que isso, por um acaso fortuito - muito provavelmente, o momento mais decisivo da sua carreira musical e, logo, de toda a sua vida - lera algumas letras de um poeta desconhecido, Bernie Taupin, um homem de origens tão ou mais humildes do que as suas, que vivia em Owmby-by-Spital, um vilarejo do Lincolnshire, e trabalhava num aviário a transportar galinhas mortas num carrinho de mão.

Elton e Bernie acabariam por se conhecer e, desde então, nunca mais se separaram, formando um dos duos mais duradouros e prolíficos da história do rock and roll (ao contrário do que muitos pensam, os dois nunca foram amantes, apenas os melhores amigos, e Bernie sempre foi um heterossexual de várias conquistas femininas, com quatro casamentos e três divórcios).

O resto da história é conhecido, ou pode ser conhecido em Eu, Elton John, que nos mostra até que ponto a sua carreira explodiu a partir do momento em que o produtor Dick James o convenceu, muito a custo, a iniciar uma digressão de enorme sucesso pela Costa Oeste dos Estados Unidos. Depois disso, foi sempre a subir, até ao cume do estrelato máximo e à adaptação de Candle in the Wind tocada na Abadia de Westminster, nas exéquias de Lady Di.

Nas suas memórias, Elton John, como todo o britânico de sucesso, orgulha-se da sua intimidade com a família real, conta episódios em que surpreendeu - e irritou - a avó com uma visita inesperada da Rainha-Mãe a sua casa, fala da noite em que dançou com Isabel II ou dos avanços e recuos da sua amizade com a princesa Diana e da ligação aos seus filhos.

Mas, em vários momentos, evoca as suas origens de Pinner Road, orgulha-se de ser de lá e de isso ainda estar incorporado no mais fundo da sua personalidade, incluindo nas suas gaffes ou falhas de etiqueta. O lado mais sombrio de tudo isso, além dos excessos e das adições, será, provavelmente, o frenesim consumista e os gastos sumptuários, muitas vezes em objectos de gosto mais do que duvidoso, típico de alguém cuja formação cultural, como o próprio reconhece, se fez à base dos livros condensados da Reader"s Digest.

Se a jactância das raízes é muito comum em vários self-made men de fortuna ou sucesso, e se muita gente, incluindo entre nós, aprecia cultivar aquilo a que poderíamos chamar o lumpen chic, há outro ponto que merece destaque, a importância que o desporto ou as artes - ou certas artes, bem entendido - tiveram para a democratização das nossas sociedades e para o incremento da mobilidade social.

Em The Son also Rises, um grande livro de 2014, o economista Gregory Clark mostrou-nos, com base numa monumental investigação empírica, que em muitas profissões de muitos países, incluindo a Suécia igualitária e social-democrata, os apelidos se perpetuam nos lugares cimeiros: na banca e nas empresas, na advocacia, na medicina. No desporto, não, quase nunca, pois é raro que o talento em campo ou as aptidões físicas se transmitam de pais para filhos de uma forma tão directa.

Nas artes e na cultura, há muitos casos de gerações de pintores, escultores ou actores e também há domínios mais elitistas e snobes, como a dança clássica, em que a marca da mobilidade social parece ser menos intensa. Na música dita "ligeira", porém, essa marca é evidente.

Posso estar enganado, mas, do que me lembre, na esmagadora maioria dos casos as grandes estrelas da pop não herdaram dos paizinhos o lugar que ocupam, conquistaram-no com um talento inato, intransmissível, vindos de baixo, de muito baixo, com enorme esforço e, claro, a sempre necessária pontinha de sorte, como sucedeu nos momentos-chave do trajecto meteórico de Elton Hercules John, que por um acaso conheceu outro homem do povo, Bernie Taupin, e que por outro acaso aceitou o desafio de Dick James para fazer uma tournée retumbante pela Califórnia.

Talvez o facto de o pedigree familiar ser pouco ou nada relevante em certos meios artísticos, orgulhosamente "de vanguarda" e mais tolerantes à "diferença", acabe por dar saliência a outros factores, também pouco ou nada meritocráticos, a começar pela patronnage de semideuses de referência numa dada área (um crítico influente, um pintor famoso, um maestro aclamado).

E talvez seja por isso que os casos Epstein ou Weinstein sejam, tristemente, tão frequentes e comuns no mundo da moda e das artes, da cultura popular em geral e até da academia. Não sei se pode ser formulada como lei sociológica, mas talvez seja possível dizer-se que é nos domínios mais abertos à mobilidade social que, à falta de pais e avós com apelidos sonantes, os padrinhos protectores, e tantas vezes assediadores, ocupam lugar de (imerecido) destaque.

É possível, não sei. O que sei é que a música pop (ou o futebol ou o boxe, não o hipismo nem a esgrima, obviamente) rompeu e rompe com o establishment e com hierarquias sedimentadas ao longo de décadas, de séculos, e que até a rainha de Inglaterra teve de se vergar à popularidade dos The Beatles ou à exuberância flamejante de Elton John, e tantos outros. Num golpe de marketing de belo efeito, Diana Spencer, quando morreu, foi venerada como "princesa do povo", mas antes dela já Isabel II tinha aberto as portas do Palácio de Buckingham a Paul McCartney e aos seus comparsas, num sinal maravilhoso de que a música é mesmo capaz de vencer todas as barreiras, até as do orgulho e do preconceito.

* Historiador.

IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
14/12/19

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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Maior governo de sempre 
custa mais 8,8 milhões

Gastos contabilizados incluem remunerações, subsídios de Natal e férias de toda a equipa ministerial. Economia tem maior verba para despesas.

Os ministros e os respetivos gabinetes vão gastar mais dinheiro aos contribuintes em 2020. Os orçamentos dos 70 membros do Governo deverão chegar aos 73,2 milhões de euros no próximo ano, representando um acréscimo de 8,8 milhões de euros, ou 13,7% face a 2019, de acordo com a análise do Dinheiro Vivo aos valores que constam dos mapas informativos que acompanham a proposta do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).
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O atual elenco governativo é o maior em termos de número de ministros e secretários de Estado da era democrática. António Costa optou por acrescentar ao anterior Executivo mais dois ministérios que não existiam e que não permitem comparar diretamente os dados, sendo que os novos gabinetes quase que explicam por si só este acréscimo de despesa. Há também mais secretarias de Estado e umas que transitaram de uns gabinetes para outros.

Os gastos dos gabinetes incluem as despesas correntes e de gestão do dia-a-dia dos ministérios. Dentro deste bolo cabem as despesas com pessoal – que incluem as remunerações dos ministros e respetivos secretários de Estado e de todos os colaboradores (chefe de gabinete, assessores, adjuntos, secretárias, técnicos, motoristas, consultores), as despesas de representação, as ajudas de custo, prémios, abonos, subsídios de refeição, de férias e de Natal e ainda contribuições para a Segurança Social ou para a Caixa Geral de Aposentações – e os restantes gastos. Cabem nesta fatia as despesas com material de escritório, telemóveis e comunicações, combustíveis, viagens e alojamento, pareceres ou limpezas, por exemplo.
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Gastos dos gabinetes ministeriais
 Em milhões de euros
 

201820192020
Conselho de Ministros10.669.3779.935.4368.973.980
Economia e Transição Digital6.056.6685.835.7895.980.454
Negócios Estrangeiros4.578.9824.775.2754.824.830
Finanças5.523.3155.738.7244.757.831
Defesa2.912.4342.912.4343.861.716
Administração Interna2.664.0003.578.0302.813.249
Justiça3.600.0003.645.5143.684.910
Modernização do Estado 

3.158.878
Planeamento3.196.0003.196.0001.608.750
Cultura2.404.3282.507.3303.507.330
Ciência e Ensino Superior2.886.1942.886.1942.886.195
Educação4.200.0004.577.1905.038.230
Trabalho e Segurança Social3.173.4213.211.0893.889.149
Saúde2.496.7142.496.7142.496.714
Ambiente e Ação Climática4.280.0004.310.0005.040.000
Infraestruturas e Habitação

4.066.610
Coesão Territorial

2.667.635
Agricultura2.863.0002.850.0002.004.500
Mar1.959.0001.950.0001.950.000
TOTAL63.463.43364.405.71973.210.961

Quem ganha e perde 
O facto de alguns ministérios perderem secretarias de Estado significa que passam a custar menos só por este efeito. É o caso do Planeamento que antes tinha as Infraestruturas e que foi autonomizado ainda na anterior legislatura, perdendo cerca de metade da verba. É um dos casos em que a comparabilidade se torna mais difícil se não impossível de fazer. 
Ainda há o exemplo do Ministério da Agricultura que perdeu as florestas para o Ambiente ou ainda as Finanças que perderam a Secretaria de Estado da Administração Pública para o novo Ministério da Modernização do Estado. Também há casos em que os orçamentos engordaram com novos gabinetes. É o caso da Defesa, que ganhou uma nova competência, com a secretaria de Estado dos Antigos Combatentes. 

Por outro lado, uma análise desagregada por governante permite, por exemplo, perceber que o gabinete do primeiro-ministro teve um ligeiro aumento de 3% e o Ministério da Economia um acréscimo de 2,5% entre 2019 e 2020. 
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Os dois novos ministérios custam 6,7 milhões 
Os novos gabinetes ministeriais criados por António Costa explicam, quase na totalidade, “a nova” despesa orçamentada para 2020. Além dos ministérios “aditivados”, foram ainda criados os da Modernização do Estado e da Administração Pública, que tem um gasto previsto de 3,2 milhões, e o da Coesão Territorial, com 2,7 milhões de euros de despesa.
Os dois juntos têm um gasto orçamentado de 6,7 milhões de euros, representando 9% do total do montante reservado aos gabinetes governativos em 2020. Mais uma vez, estes dados têm de ser lidos à luz de transições que foram feitas de secretarias de Estado entre novos e velhos ministérios e que não permitem uma comparação individual da despesa.
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* Este é um gabinete despesista. Aliás no tempo de Passos Coelho, temos de lhe fazer justiça, havia austeridade e os portugueses sentiram-na, no tempo de António Costa existe o conceito "contas certas" que em nada difere da austeridade de Passos Coelho, vive-se tão mal como antes mas o tuga gosta.

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V-OH MAR SALGADO

3-Répteis marinhos
pré-históricos



FONTE: <div   Doc Tube
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·ï¡÷¡ï·𝓡𝓞𝓣𝓔𝓘𝓡𝓞 𝓓𝓞 𝓢𝓐𝓑𝓔𝓡 ·ï¡÷¡ï·
2-𝓞𝓡𝓘𝓖𝓔𝓝𝓢
𝟐.𝟒-𝓒𝓞𝓜𝓞 𝓒𝓞𝓜𝓔𝓒̧𝓞𝓤 𝓐 𝓥𝓘𝓓𝓐




𝓣𝓮𝓻𝓪́ 𝓸 𝓾𝓷𝓲𝓿𝓮𝓻𝓼𝓸 𝓮𝔁𝓲𝓼𝓽𝓲𝓭𝓸 𝓼𝓮𝓶𝓹𝓻𝓮 ? 
𝓒𝓸𝓶𝓸 𝓮́ 𝓺𝓾𝓮 𝓼𝓮 𝓽𝓸𝓻𝓷𝓸𝓾 𝓷𝓾𝓶 𝓵𝓾𝓰𝓪𝓻 𝓺𝓾𝓮 𝓪𝓫𝓻𝓲𝓰𝓪 𝓿𝓲𝓭𝓪? 
𝓒𝓸𝓶𝓸 𝓽𝓮𝓻𝓪́ 𝓼𝓲𝓭𝓸 𝓸 𝓷𝓪𝓼𝓬𝓲𝓶𝓮𝓷𝓽𝓸 𝓭𝓸 𝓷𝓸𝓼𝓼𝓸 𝓹𝓵𝓪𝓷𝓮𝓽𝓪? 𝓔𝓼𝓽𝓪𝓶𝓸𝓼 𝓼𝓸𝔃𝓲𝓷𝓱𝓸𝓼, 𝓸𝓾 𝓮𝔁𝓲𝓼𝓽𝓮𝓶 𝓶𝓾𝓷𝓭𝓸𝓼 𝓮𝔁𝓽𝓻𝓪𝓽𝓮𝓻𝓻𝓮𝓼𝓽𝓻𝓮𝓼 𝓪̀ 𝓮𝓼𝓹𝓮𝓻𝓪 𝓭𝓮 𝓼𝓮𝓻𝓮𝓶 𝓭𝓮𝓼𝓬𝓸𝓫𝓮𝓻𝓽𝓸𝓼? 𝓥𝓮𝓳𝓪 𝓪𝓵𝓰𝓾𝓶𝓪𝓼 𝓻𝓮𝓼𝓹𝓸𝓼𝓽𝓪𝓼 𝓺𝓾𝓮 𝓵𝓮𝓿𝓪𝓻𝓪̃𝓸 𝓸𝓼 𝓮𝓼𝓹𝓮𝓬𝓽𝓪𝓭𝓸𝓻𝓮𝓼 𝓷𝓾𝓶𝓪 𝓿𝓲𝓪𝓰𝓮𝓶 𝓹𝓮𝓵𝓸 𝓬𝓸𝓼𝓶𝓸𝓼 𝓭𝓮𝓼𝓭𝓮 𝓸 𝓹𝓻𝓲𝓷𝓬𝓲́𝓹𝓲𝓸 𝓭𝓸 𝓽𝓮𝓶𝓹𝓸 𝓪𝓽𝓮́ 𝓪𝓸𝓼 𝓬𝓸𝓷𝓯𝓲𝓷𝓼 𝓭𝓸 𝓤𝓷𝓲𝓿𝓮𝓻𝓼𝓸, 𝓹𝓻𝓸𝓬𝓾𝓻𝓪𝓷𝓭𝓸 𝓹𝓮𝓵𝓪𝓼 𝓹𝓻𝓲𝓶𝓮𝓲𝓻𝓪𝓼 𝓹𝓲𝓼𝓽𝓪𝓼 𝓭𝓮 𝓿𝓲𝓭𝓪 𝓮 𝓸𝓼 𝓼𝓮𝓾𝓼 𝓿𝓮𝓼𝓽𝓲́𝓰𝓲𝓸𝓼 𝓷𝓸𝓾𝓽𝓻𝓸𝓼 𝓶𝓾𝓷𝓭𝓸𝓼.



FONTE: Universo do Documentário 2.0 . 
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HOJE NO 
"CORREIO DA MANHÃ"
Relatório avança que número de fumadores continua a descer

Informação é avançada pela Organização Mundial de Saúde.

O número de fumadores tem descido e assim deverá continuar, afirmou esta quarta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS), que estima que em 2018 havia mais de mil milhões de fumadores, na maioria homens. 
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No seu relatório sobre tendências do tabagismo 2000-2025, a OMS assinala um "progresso evidente nas taxas de uso do tabaco", evidenciado no número de homens que fuma, que começou a descer em 2018 pela primeira vez.

No ano 2000, havia 1.397 milhões de pessoas a consumir tabaco e 1.351 milhões em 2015, prevendo-se que o número desça para 1.299 milhões em 2025.

O número de homens utilizadores de tabaco a nível mundial aumentou anualmente entre 2000 e 2018, ano em que atingiu 1.093 milhões, estimando-se que desça para 1.091 milhões em 2020 e 1.087 milhões em 2025, "desde que os países mantenham os esforços atuais para controlar o tabaco".

Quanto às mulheres, cerca de 100 milhões terão deixado o tabaco entre 2000 e 2018, descendo anualmente até atingir 244 milhões em 2018, número que deverá cair ainda mais para 212 milhões em 2025.

Entre os tabagistas, a nível global, 1.071 milhões fumam cigarros, contando-se 915 milhões de homens e 156 milhões de mulheres.

A OMS recomenda a todos os países que façam "esforços adicionais" para agir com base nas evidências científicas, "incluindo monitorização mais eficaz para "reverter a epidemia do tabaco".
"Cada dia que passa resulta para milhões de pessoas no risco de morte prematura e incapacidade devido ao tabaco", assinala a organização.

A OMS nota a "persistência da indústria do tabaco" em tentar afrontar os esforços para controlar o tabaco e recomenda aos estados que mantenham a vigilância para ver se as políticas que definem estão a ser aplicadas.

"Senão, os progressos podem facilmente voltar para trás", nota a OMS, que defende que é preciso estudar as tendências do tabagismo a cada cinco anos para "perceber os padrões" e dar-lhes resposta adequada.

Cerca de oito milhões de pessoas morrem todos os anos por causa de uma doença relacionada com o tabagismo em 2017, um número que "se espera que venha a aumentar mesmo com a descida das taxas de uso porque as doenças provocadas pelo tabaco demoram a aparecer".

Em relação a Portugal, a OMS regista que em 2018 havia uma prevalência de uso de 27,9 por cento (33.3% entre os homens, 32,4% entre as mulheres).

Dois milhões de portugueses consumiam tabaco nesse ano, contando-se 1,2 milhões de homens e 779.000 mulheres.

"Todos os produtos devem ser monitorizados, incluindo produtos não-tabágicos que contenham nicotina, tais como cigarros sem fumo e vaporizadores", defende a OMS, assinalando que as despesas de saúde associadas ao consumo de tabaco atingem "1,4 biliões de dólares anualmente".

Suportar os custos dos tratamentos das doenças associadas ao tabaco é um fator que aumenta os números da pobreza, assinala a OMS.

Como os homens são o principal problema, a organização recomenda ainda que a "dimensão de género" tem que estar na mira de quem define as políticas.

* Já fomos fumadores e não  nos cansamos de afirmar quão estúpidos fomos, o nosso corpo pagou uma factura  bem cara mas estamos vivos.

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