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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Caso de Rodrigo mostrou "falência do controlo no sistema de saúde"
O
bastonário dos Médicos considerou hoje que o caso do bebé com
malformações graves que nasceu em Setúbal mostrou "uma falência do
controlo do que é feito no sistema de saúde", não sendo "apenas um caso
de más práticas".
"Infelizmente
este caso, que nunca deveria ter acontecido, não é apenas um caso de
más práticas. É um caso em que há uma falência do que é o controlo
daquilo que é feito no sistema de saúde e exige de todos nós, as
entidades dependentes do Ministério da Saúde, o regulador e as ordens
profissionais, termos um momento zero em que muita coisa deve ser
avaliada", afirmou Miguel Guimarães.
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O bastonário falava aos jornalistas hoje
na sede da Ordem, em Lisboa, após uma reunião na Administração Regional
de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo onde esteve a debater o caso da
clínica Ecosado, na qual foram feitas as ecografias à mãe do bebé que
nasceu com malformações graves em Setúbal. A gravidez era seguida no
centro de saúde, que passava uma credencial para a realização das
ecografias, que acabaram por ser feitas ao abrigo do SNS na clínica
Ecosado, unidade que afinal não tem convenção com o Estado, o que aponta
para irregularidades neste processo.
Internamente
na Ordem, Miguel Guimarães garante que já está a fazer "um caminho"
para que os processos pendentes no conselho disciplinar do Sul possam
ser agilizados. É neste conselho, autónomo do bastonário, que estão pelo
menos sete processos contra o obstetra Artur Carvalho, que seguiu o
bebé que nasceu com malformações graves.
"Mas
[este caso] tem também uma importância muito grande nos mecanismos que
temos na área da fiscalização e auditorias", indicou.
O
representante dos médicos afirma que várias entidades disseram à Ordem
que "não têm os meios adequados para responder às funções que têm
atribuídas, como é o caso da Entidade Reguladora da Saúde.
A
este propósito, Miguel Guimarães sublinhou que a clínica Ecosado nunca
foi fiscalizada pelo regulador da Saúde e que o licenciamento à clínica
"foi feito online em 2016".
"Que este
caso sirva de lição para todas as estruturas ligadas à saúde. Temos de
garantir o máximo de segurança clínica, prevenindo os eventos adversos
graves, os erros em saúde", frisou.
Miguel
Guimarães pediu entretanto a intervenção do Ministério Pública no caso
da clínica Ecosado, apesar de a Administração Regional de Saúde de
Lisboa e Vale do Tejo ter em curso um inquérito, que para já aponta pelo
menos para indícios de irregularidades.
* Uma oratória grávida de lirismo corporativo, o sr. bastonário não dedicou um minuto ao proteccionismo que a Ordem providenciou a este médico que já vai com 7 processos em banho maria há mais de cinco anos. Se há falência do controlo no sistema de saúde, existe exuberância corporativa da parte da Ordem dos Médicos.
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