HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Nove mil doentes com VIH estão
.desaparecidos do sistema
Nove mil doentes
diagnosticados com VIH não estão a ser seguidos nos hospitais e
desconhece-se o seu paradeiro, o que pode pôr em causa o controlo da
epidemia, denunciou esta quinta-feira o presidente do GAT.
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“O
secretário de Estado Adjunto e da Saúde fez um despacho para perceber
porque é que estão no registo nacional de pessoas diagnosticadas mais de
42 mil pessoas vivas e os hospitais reportam que só têm em seguimento
33 mil pessoas”, disse Luís Mendão à Lusa a propósito Dia Mundial da
Luta Contra a Sida, que se assinala no sábado.
No despacho, publicado no Diário da República no passado dia 25
setembro, Fernando Araújo determina a implementação, até 31 de dezembro,
do sistema informático do VIH em todos os estabelecimentos hospitalares
do Serviço Nacional de Saúde que seguem pessoas infetadas com o vírus
da imunodeficiência humana.
“Existe
um conjunto de doentes que, estando diagnosticados e tendo os casos
sido notificados, não há evidência de se encontraram em seguimento nas
diferentes instituições hospitalares”, sendo necessário “um esforço na
melhoria da qualidade da informação que assegura a fiabilidade e
rastreabilidade dos dados”, lê-se no despacho.
Segundo
o presidente do GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos, são 9.000 mil
pessoas. “É um número brutal que compromete qualquer tentativa de
controlo da epidemia se não se encontrar os que estiverem vivos e em
Portugal e os trouxermos ao tratamento”.
É
preciso saber “para onde foram, onde estão, se morreram, se emigraram,
se estão simplesmente perdidos para seguimento, se abandonaram o
tratamento e o seguimento hospitalar”, defendeu.
Para
Luís Mendão, é preciso fazer “um investimento sério” nos sistemas de
informação e na monitorização da qualidade e na capacidade dos vários
sistemas informáticos e bases de dados poderem comunicar uns com os
outros, “garantindo o anonimato e a confidencialidade dos dados
individuais de saúde”.
“Portugal
é o país que mais gasta em medicamentos por milhão de habitantes em
VIH, portanto, é urgente que tenha informação absolutamente credível e
correta de modo a poder definir políticas” de saúde, vincou.
Por
melhores que sejam as intenções, “não é possível responder a uma
epidemia sem a conhecer”, mas também é necessário perceber onde se está a
falhar e como se pode melhorar para pôr fim à epidemia do VIH e à
epidemia da sida.
Segundo o relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das
Doenças e da Organização Mundial da Saúde para a Europa, Portugal
registou até hoje 56.001 diagnósticos de infeção VIH, 1.030 dos quais em
2016.
* Todos os governantes falam em investimentos sérios, em acções acertivas por dá cá aquela palha, o sério está a tornar-se anedótico.
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