HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Combate ao desperdício alimentar
terá plataforma e regime de
doação mais simples
A criação de uma
plataforma eletrónica e a simplificação do regime de doação de alimentos
estão entre as medidas apontadas na Estratégia Nacional de Combate ao
Desperdício Alimentar, apresentada em Lisboa pelo ministro da
Agricultura.
.
“Estima-se
que um milhão de toneladas de alimentos sãos sejam anualmente
desperdiçados e esse desperdício verifica-se em todas as cadeias do
processo, desde a exploração agrícola até ao consumidor final, digamos
do prado ao prato”, afirmou Capoulas Santos.
O
governante, que falava à agência Lusa após a apresentação da estratégia
nacional e do Plano de Ação do Combate ao Desperdício Alimentar,
acrescentou que “as maiores perdas verificam-se na origem e no
consumidor final”.
A
estratégia nacional, que envolveu 10 áreas governativas, aponta para
nove objetivos operacionais e 14 medidas que visam colocar a sociedade
portuguesa no caminho do “desperdício zero”.
“Estas
14 medidas vão desde a educação, a formação, à criação de plataformas, à
criação de mecanismos que facilitem a doação, à criação de ‘sites’ que
permitam pôr em contacto aqueles que têm o excesso de produção com
aqueles que dela necessitam, à articulação com a sociedade civil,
designadamente com os bancos alimentares”, frisou.
O
ministro revelou que a comissão nacional criada para elaborar a
estratégia nacional, constituída por representantes da administração
pública, da federação dos bancos alimentares e associações de
autarquias, vai continuar em funções, para “monitorizar” o plano de
ação.
Segundo
Eduardo Diniz, coordenador da comissão nacional, a estratégia tem como
principais objetivos “prevenir, reduzir e monitorizar” o desperdício de
alimentos.
Nesse
sentido, o país pretende contribuir para a redução do desperdício
alimentar, apontada pelas Nações Unidas em 50% até 2030, e pela União
Europeia em 30% até 2025.
O
debate público relacionado com a proposta de estratégia nacional, que
decorreu até setembro, contou com mais de três centenas de
participantes, incluindo empresas e instituições.
“A
questão da sensibilização e da formação foi das questões mais
adiantadas [no debate], quer para a população em idade escolar, quer
também dos próprios intervenientes ao longo da cadeia, desde os
produtores da indústria agroalimentar”, vincou Eduardo Diniz.
A
criação de uma plataforma eletrónica colaborativa, para identificar a
disponibilidade de géneros alimentícios e quem deles necessita,
facilitando a doação, é uma das medidas previstas, para estar em
funcionamento em 2019, com um projeto-piloto até outubro de 2018.
A
facilitação do regime de doação de alimentos deverá ser concretizada a
partir de 2018, enquanto a promoção de locais específicos em lojas, para
venda de produtos alimentares próximos da data limite de validade,
deverá ser adotada em 2019.
A criação de um selo distintivo para as organizações que adiram a um código de conduta também está contemplada na estratégia.
Outra
medida respeita à instituição de um prémio de excelência anual, para
incentivar os operadores da cadeia agroalimentar, no sentido de
desenvolver iniciativas pioneiras e criativas no combate ao desperdício.
A
sensibilização dos consumidores para os prazos de validade dos géneros
alimentícios, ou do modo de conservação, e o envolvimento dos jovens,
criando projetos-piloto nas escolas, estão igualmente entre as medidas
apontadas.
Na
apresentação da estratégia nacional, que contou com a presença do
secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luis Medeiros Vieira,
foram destacados os projetos Fruta Feia, de venda de cabazes
alimentares, e Restolho, de recolha de produtos deixados nos campos,
como exemplos de combate ao desperdício alimentar que já estão no
terreno.
* O sr. ministro ao contrário do que faz, fala muito.
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