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Os quase Nobéis de Portugal:
conheça os dez portugueses que estiveram nomeados para os prémios
Todos os anos há quem acredite que é desta que António Lobo Antunes
vence o Nobel da Literatura.
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A Academia Sueca só revela os nomeados
depois de passarem 50 anos, por isso talvez ainda demore para saber quão
perto o escritor português esteve de ganhar. Egas Moniz e Saramago
fizeram história com os seus nomes inscritos no rol de laureados, mas
até hoje são conhecidas dez figuras da vida portuguesa que também
estiveram na corrida. Alguns são nomes esquecidos, outros vingaram na
memória coletiva.
Aldo Castellani
O médico do rei italiano Humberto II, exilado em Portugal em 1946, fez
carreira no Instituto de Medicina Tropical. Recebeu quatro nomeações
para o Nobel da Medicina em 1953.
António de Sousa Pereira
Cirurgião e 11.º reitor da Universidade do Porto, António de Sousa
Pereira foi endossado para Nobel da Medicina pelo pediatra António de
Almeida Garrett, também em 1953.
João da Câmara
Escritor e jornalista, foi nomeado para o
Nobel da Literatura em 1901, na primeira edição deste prémio,
arrebatado pelo francês Sully Prudhomme. Indicou-o o presidente da
Academia Portuguesa das Ciências Joachim Coelho de Carvalho, pela obra
Meia Noite, de 1900.
João Bonança
Foi o segundo português nomeado para o Nobel da Literatura, em 1907. A
recomendação veio de Teófilo Braga, pela obra História Da Luzitânia E Da
Ibéria Desde Os Tempos Primitivos Ao Estabelecimento Definitivo Do
Domínio Romano.
António Correia de Oliveira
A sua obra mais famosa é Ladainha (1897). Teve 14 nomeações para o Nobel
da Literatura desde 1933 mas nunca ganhou. Foi indicado por António de
Almeida Garrett, mas também por estrangeiros bem posicionados, como Knut
Hammarskjöld, membro da Academia Sueca.
Maria Madalena Martel Patrício
É a única portuguesa na lista. Entre 1934 e 1944, somou 14 nomeações
para o Nobel da Literatura, indicada por Bento Carqueja e António
Pereira Forjaz. Em Pombal há uma rua com o seu nome.
Teixeira de Pascoaes
O poeta do saudosismo foi nomeado para o Nobel da Literatura em 1942,
1943, 1944, 1947 e 1948, sempre por João António de Mascarenhas Júdice,
visconde de Lagoa e membro da Academia Portuguesa na secção de
Humanidades. O arquivo do comité Nobel não revela as obras em causa.
Júlio Dantas
Foi nomeado em 1950 para o Nobel da Literatura, endossado pela Academia
de Ciências de Lisboa. Nesta altura, já tinha feito diversas missões
diplomáticas. Escritor e médico, assinou várias peças de teatro, mas
ficou na memória pela sátira que lhe dedicou Almada Negreiros, o
Manifesto Anti-Dantas, contra uma geração de académicos parados no
tempo.
Miguel Torga
Foi um dos últimos nomes tornados públicos pela organização dos Prémios
Nobel. Entre 1959 e 1966, granjeou sete nomeações. Apenas uma partiu de
um português: Hernâni Cidade, crítico literário e então professor de
Literatura Comparada na Universidade de Lisboa. Lá fora, foi
referenciado por Jean-Baptiste Aquarone, professor de Língua Portuguesa
na Universidade de Montpellier, e Geram Hammarström, professor de
fonética na Universidade de Uppsala.
Sebastião Magalhães Lima
Entre os nomes até aqui conhecidos, é único português nomeado ao Nobel
da Paz. Republicano e fundador do jornal O Século, foi endossado em 1909
pelo jornalista, e na altura deputado Feio Terenas. Pacifista e
histórico maçom, fundara em 1899 a Liga Portuguesa da Paz. A nona edição
do Nobel da Paz viria a distinguir Auguste Beernaert, ex-primeiro
ministro belga. M.F.R.
* Portugueses honrados e heróis.
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