HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Portugal terá em 2051 menos
população do que em 1950
Portugal
é o sexto país mais envelhecido do mundo, e em 2051 terá menos
população do que em 1950, envelhecida, mas mais instruída e saudável,
conclui um estudo da Plataforma para o Crescimento Sustentável.
O
estudo, da autoria das investigadoras Teresa Ferreira Rodrigues e
Filipa Castro Henriques, faz o diagnóstico das características
demográficas nacionais, estima a situação futura com base em projeções e
recomenda medidas para corrigir ou atenuar os problemas identificados,
ao nível das políticas migratórias e de acolhimento de imigrantes, de
natalidade e família e de emprego e educação.
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Segundo
o sumário executivo de "(re)birth: desafios demográficos colocados à
sociedade portuguesa", estima-se que, em 2051, a população portuguesa
seja de 8,4 milhões, menos do que a de 1950, em resultado do
envelhecimento.
"Até nos cenários mais
otimistas de recuperação da taxa de fecundidade e/ou de saldo migratório
positivo será difícil evitar o declínio da população", defende o
estudo, assinalando que, em 2051, "existirão três vezes mais idosos do
que jovens", com os adultos a terem "uma média de idade mais avançada" e
o grupo dos muito idosos, com 85 ou mais anos, a ser três vezes maior
que o atual.
O trabalho destaca, como consequência do
envelhecimento da população, a redução da população ativa e disponível
para trabalhar, estimando uma queda de 2,4 milhões de trabalhadores em
2051, ano em que o número de portugueses ativos será idêntico ao
recenseado em 1940, "caso não se registem alterações na estrutura do
mercado de trabalho, na idade da reforma e no acolhimento de
imigrantes".
As autoras alertam, neste
contexto, para os efeitos negativos na Segurança Social: a redução da
população ativa leva à diminuição das contribuições e o aumento da
esperança média de vida conduz ao aumento da despesa com pensões de
velhice e sobrevivência.
As
investigadoras Teresa Ferreira Rodrigues (Departamento de Estudos
Políticos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade
Nova de Lisboa) e Filipa Castro Henriques (Observatório de Estudos
Políticos) salientam ainda que o mercado de trabalho "sofrerá
transformações significativas, com impactos profundos para a organização
das sociedades", com a crescente robotização e digitalização.
O
estudo adverte, por isso, que "a combinação e o cruzamento destas
tendências demográficas e tecnológicas (...) colocam em risco o futuro e
a sustentabilidade do Estado Social e de um modelo de sociedade (...)
fortemente dependente das estruturas populacionais ativas".
Entre
as medidas propostas, as autoras do trabalho referem a flexibilização
da idade da reforma, a conciliação entre a vida profissional e familiar,
a remoção de obstáculos para quem deseja constituir uma família
numerosa, políticas de migração que garantam a total integração dos
estrangeiros residentes e incentivos à empregabilidade jovem e à
retenção dos trabalhadores mais velhos.
Como
positivo, o "(re)birth: desafios demográficos colocados à sociedade
portuguesa" enumera o "bom acolhimento dos imigrantes", os "elevados
progressos na saúde pública", com Portugal a ser um dos países com
melhores indicadores de mortalidade infantil e juvenil e esperança média
de vida, e a "evolução notável de escolarização", com o aumento de
estudantes universitários, a redução do abandono escolar e a quase
extinção do analfabetismo.
Constituída
em 2011, a Plataforma para o Crescimento Sustentável apresenta-se como
uma associação independente que visa "dar um contributo para a afirmação
de um novo modelo de desenvolvimento sustentável". A entidade é
presidida pelo ex-ministro do Ambiente Jorge Moreira da Silva.
* Mais duas razões possíveis: 1) A maior existência de espermatozóides coxos; 2) Espermatozóides sem GPS que se enganam no caminho.
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