HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Mirós
Estado chega a acordo com Christie's
Anunciado pelas Finanças, solução evita pagamento de qualquer indemnização
O
Ministério das Finanças anunciou ontem à tarde ter chegado a acordo com
a leiloeira Christie"s para revogar o contrato de venda em leilão da
coleção de 85 obras do pintor Joan Miró, inicialmente previsto para
fevereiro de 2014.
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"A Parvalorem, S.A.,
e a Parups, S.A., chegaram a acordo com a Christie, Manson & Woods
Ltd. para a revogação do contrato de prestação de serviços de colocação
em leilão de 85 obras do pintor Joan Miró", lê-se no comunicado ontem
enviado pelo Ministério das Finanças, dando conta da solução encontrada
entre as empresas de capitais públicos criadas pelo Estado para gerir os
ativos e recuperar os créditos do ex-Banco Português de Negócios (BPN) e
a casa leiloeira britânica. Ainda segundo a mesma nota, "o acordo agora
celebrado não dá lugar ao pagamento de quaisquer indemnizações". "É
assim dado mais um passo relevante no sentido do cumprimento da
orientação do XXI Governo Constitucional quanto à não alienação destas
obras", avança a mesma fonte.
Foi no
final de setembro do ano passado que Rui Moreira, presidente da Câmara
do Porto, aproveitou a inauguração da exposição Joan Miró: Materialidade
e Metamorfose, na Fundação de Serralves, para revelar que o conjunto
dos quadros, então mostrados ao público pela primeira vez, iria ficar
permanentemente na Fundação.
A coleção
das obras do pintor catalão, adquiridas como investimento por Oliveira e
Costa enquanto presidente do Banco Português de Negócios, esteve para
ser leiloada no início de fevereiro de 2014 após três anos de polémicas
quanto ao seu futuro. Na altura, a Christie"s acabou por cancelar a ida à
praça deste conjunto, avaliado entre 35,5 e 54,3 milhões de euros, por
causa das dúvidas levantadas quanto à legalidade da sua alienação. A
revogação do contrato estava a ser negociada há meses, desde que o atual
governo decidiu manter o conjunto de obras de Joan Miró e ontem a
leiloeira mostrou-se satisfeita com o acordo a que chegou com as
autoridades portuguesas. "A Christie"s está satisfeita por o assunto ter
sido resolvido e encerrado", disse uma porta-voz à agência Lusa,
escusando-se a fazer outros comentários.
Comissariada
por Robert Lubar Messeri, com projeto de Álvaro Siza Vieira, a
exposição, que reúne a quase totalidade das obras da coleção de Miró
provenientes do BPN, percorre o rés-do-chão e o primeiro andar da Casa
de Serralves até 4 de junho e, até ao final de janeiro, data em que
inicialmente iria encerrar, foi vista por mais de cem mil pessoas. Após
essa data, Siza Vieira irá trabalhar o espaço da Casa de Serralves para
que esta passe a exibir em permanência todas as obras.
* Mais uma obscura negociata a que este governo pôs cobro!
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