HOJE NO
Passos desafia Costa a aprovar revisão constitucional para antecipar eleições
A oposição derrubou o governo sem ter construído
nenhum consenso alternativo e na única altura em que o Presidente não
pode dissolver o Parlamento. “Se não querem governar como golpistas ou
fraudulentos deveriam aceitar essa revisão constitucional".
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Pedro Passos Coelho
desafiou esta tarde António Costa a viabilizar uma revisão
constitucional extraordinária para permitir a antecipação de eleições
legislativas. A oposição, disse, derrubou o governo sem ter construído
nenhum consenso alternativo e na única altura em que o Presidente da
República, em fim de mandato, não pode dissolver o Parlamento nos seus
primeiros seis meses.
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"Se aqueles que querem governar na nossa vez não
querem governar como golpistas ou como fraudulentos deveriam aceitar a
revisão constitucional extraordinária e permitir a realização de
eleições". "Se não aceitarem, se preferirem governar como quem assalta o
poder e defrauda os eleitores, então não têm nenhuma legitimidade para
exigirem o que quer que seja a PSD e CDS, e têm de se bastar a si
próprios".
O ainda primeiro-ministro criticou fortemente a opção do PS e dos
restantes partidos da oposição de derrubar o governo que venceu as
eleições sem terem preparado uma alternativa sólida. No entendimento à
esquerda, disse, não há qualquer "compromisso de estabilidade, de
cimento, de coesão", nem tão pouco qualquer garantia de que esse Governo
será capaz de tomar de tomar decisões sobre "aquilo que é
verdadeiramente importante para o país". "Pelo contrário, é dito até com
uma certa pompa que cada um dos partidos manterá intacta a sua visão do
mundo, da democracia, da economia e da Europa. Que é como quem diz:
‘eles nunca se entenderão'".
Passos citou ainda Mário Soares que, em 1987, recusou dar posse à
aliança PS-PRD com o apoio parlamentar do PCP que derrubara o governo
minoritário de Cavaco Silva, alegando que se tratava de uma "hipotética
coligação que sempre considerou contranatura e artificial". Soares
optou então por dissolver a Assembleia da República e convocar
eleições.
"Um Governo não pode governar contra a maioria
absoluta do Parlamento e se o Parlamento não respeita a vontade
popular" em "circunstâncias normais esse Parlamento deveria ser
dissolvido para que fosse o povo a decidir que governo desejaria ter",
prosseguiu Passos, desafiando de seguida o líder do PS a abrir a
possibilidade que está, na actual conjuntura, vedada a Cavaco Silva.
A possibilidade de uma alteração extraordinária da Constituição, que exige apoio de dois terços do Parlamento, foi publicamente defendida no fim de Outubro pelo socialista Álvaro Beleza, que contestou a aliança de Costa à extrema-esquerda.
Falando durante uma sessão pública promovida pelo PSD e pelo CDS-PP,
com sala cheia, num hotel de Lisboa, Passos Coelho declarou que este
"não é um tempo normal", e que "será muito difícil que algum dia o país
aceite o resultado que se está a formar na Assembleia da República".
Depois, defendeu que a proposta de executivo do PS com apoio parlamentar
de BE, PCP e PEV, não corresponde a um "Governo estável, duradouro,
coeso, consistente", como prometido pelo secretário-geral do PS, para
concluir: "Portanto, nem na anormalidade do tempo que vivemos é normal
vir a nascer um Governo mais minoritário do que aquele que se derrubou".
Referindo-se directamente a António Costa, o presidente do PSD
salientou: "Ele disse que nunca inviabilizaria um Governo se não tivesse
em alternativa um Governo estável, duradouro, coeso, consistente".
Ouviram-se risos na sala. "E esse Governo não existe", acrescentou
Passos Coelho.
* Passos Coelho durante quatro anos tratou toda a oposição com arrogância e destempero, agora começa a comportar-se com propostas de "virginal donzelo" ressaibiado, em termos eleitorais a PàF com menos 1milhão de votos "pafeu-se", há que assumir tranquilamente e com serenidade.
Quem não quis marcar as eleições mais cedo foi o PR.
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