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 O QUE NÓS

APRENDEMOS!


TAXAR OS RICOS



Taxar os ricos: Um conto de fadas animado, é narrado por Ed Asner, com animação de Mike Konopacki. Escrito e dirigido por Fred Glass para a Federação de Professores da Califórnia. Um vídeo de 8 minutos sobre como chegámos a este momento de serviços públicos mal financiados e ampliando a desigualdade econômica. As coisas vão para baixo numa terra feliz e próspera após os ricos decidirem que não querem pagar mais impostos. Dizem às pessoas que não há alternativa, mas as pessoas não têm assim tanta certeza. Esta terra tem uma semelhança surpreendente com a nossa terra.

Obrigado ZÉ COUTO

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Conto de Natal

Joãozinho, o espião feio 
e estúpido do regime

Conseguiu tudo na vida por cunhas partidárias. Feio, seboso, barrigudo, acabou por ser condenado a 25 anos de cadeia por três homicídios. Impotente, apanhava mulheres sozinhas, matava-as e deitava-lhes fogo. "É um miserável", disse a juíza

Joãozinho de nome próprio, Carvalho de apelido. Joãozinho ficou Joãozinho por vontade da mãe que ficou horrorizada quando a enfermeira da Alfredo da Costa lhe atirou aquela coisa para cima da barriga. Feio, raquítico, parecia uma ratazana dos esgotos. A mulher olhou e imaginou logo ali o que seria a vida daquele desgraçado. Intuição de mãe. Pediu ao marido, chefe de uma repartição de finanças, que metesse uma cunha no registo para a coisa chamar-se Joãozinho. Seria uma forma de as pessoas terem pena e não lhe fazerem muito mal. Na creche, na escola, na vida. O pai, Carlos Carvalho, meteu a cunha ao seu amigo do registo e a coisa foi oficializada. Joãozinho ficou mesmo Joãozinho Carvalho. A desgraça ia começar. A burrice do menino revelou-se logo na creche da junta de freguesia. Os outros meninos e meninas faziam troça da coisa, as educadoras e funcionárias percebiam. Joãozinho berrava como um cabrito dia sim, dia sim. Feio como uma ratazana, raquítico e estúpido, fez a escola primária à conta do eduquês do regime que proíbe chumbos, perdão, retenções de estúpidos e imbecis. Seguiu para o preparatório e secundário e o filme repetiu-se. 

O pai arranjou-lhe explicadores à borla para tudo e mais alguma coisa. Ser chefe de finanças é ser chefe de finanças e com o fisco não se brinca. O respeitinho acima de tudo. E foi assim que o Joãozinho, à conta do eduquês, das estatísticas e do fisco acabou o liceu. A média não dava para entrar em nenhum politécnico. Na emergência, o pai aconselhou-se com o presidente da junta em funções. "Meta-o numa privada a fazer ciência política ou estudos internacionais e depois já sabe como é. Mexe-se uns cordelinhos e o rapaz fica encaminhado". Assim foi. Sem saber ler nem escrever, raquítico, burro, feio como uma ratazana de esgoto, Joãozinho entrou na faculdade. A mãe Clarisse, com o aborto na faculdade, pediu ao marido um emprego. Estava farta de estar em casa a aturar o Joãozinho, queria sair e ajudar o orçamento familiar já apertado com os cortes nos ordenados dos funcionários públicos e a despesa com os estudos do menino. Carvalho pensou, pensou e só viu uma saída. A mulher mal sabia escrever, não percebia nada de computadores, nunca tinha pegado num livro ou num jornal, mas era justo arranjar-lhe um emprego. Num domingo frio de Fevereiro foi ter ao café com o presidente da junta, que aproveitava o dia do Senhor para discutir política com os fregueses. Carlos entrou e fez-se um longo silêncio. Sentou-se ao pé do presidente e disse-lhe que ao que vinha. 

O outro coçou a cabeça, uma, duas vezes, e atirou-lhe: "Amigo Carlos, alguma coisinha se há-de arranjar". Um mês depois Clarisse entrava na junta para ocupar o lugar de secretária do presidente. Joãozinho lá andava à volta das ciências políticas. Com a idade deixou crescer um passa piolhos, pêra e bigode pretos. Nojentos. Tinha miopia e os óculos davam-lhe um ar ainda mais imbecil. Cabelo seboso curto penteado para o lado, caspa em cima dos ombros, barriga saliente, pernas curtas e tortas, Joãozinho era agora conhecido na faculdade como o Cevado do Caralho. Como o pai pagava as propinas a horas e apresentou-se ao reitor como chefe de finanças, o Cevado acabou o curso às costas de Bolonha. Não houve festa em casa. Clarisse, diligente secretária da junta, temia o pior. Joãozinho em casa, sem emprego e com um canudo no bolso. Um pesadelo. Falou com o marido. Carlos pôs os óculos, coçou a cabeça, baixou o som da televisão. "Pois é, Clarisse. É um bom sarilho. E isto está cada vez pior". Na manhã seguinte chegou à repartição e ligou ao presidente da junta: 

- Bom dia. Preciso falar consigo com urgência.
- Ó Diabo. É a loja da minha mulher? Não me diga que é o IVA outra vez!
- Não. Fique descansado. Tenho o assunto controlado.
- Uff. Que alívio. Então o que é?
- É melhor não falarmos ao telefone. Isto anda cheio de escutas.
- É verdade. A quem o diz. Quer passar aqui na junta?
- Se não se importasse era melhor dar um salto aqui à repartição. Dá menos nas vistas. Não quero mexericos.
- Como quiser. Amanhã passo aí.
- Muito bem. Bom dia e até amanhã. 

Carlos expôs o assunto ao presidente da junta. Precisava de um emprego para o Joãozinho. Isso vai ser mesmo o Diabo. O presidente da junta olhou para Carlos e pensou que tinha ali uma excelente oportunidade de se livrar de umas dívidas gordas de IVA da estúpida da mulher. - Olhe, deixe-me ver o que posso fazer. Alguma coisa se há-de arranjar para o rapaz. 

O presidente da junta falou com o presidente da secção do partido, o presidente da secção do partido falou com o vice-presidente da concelhia do partido, o vice-presidente da concelhia do partido falou com o vogal da distrital do partido, o vogal da distrital do partido falou com um adjunto de um secretário de Estado do partido, o adjunto do secretário de Estado do partido deu um toque ao chefe de gabinete do secretário de Estado do partido, o chefe de gabinete do secretário de Estado do partido abordou vagamente o assunto com o próprio do secretário de Estado do partido e uma semana depois o secretário de Estado do partido teve uma ideia que transmitiu de imediato ao seu chefe de gabinete: "Vai abrir um concurso para o SIS. Diga lá ao adjunto que esse rapaz de que me falou pode concorrer para ver se tem jeitinho para a espionagem". A mensagem passou rapidamente até chegar a Carlos Carvalho. Três meses depois Joãozinho era espião. Lia jornais, espionava os inimigos do partido do secretário de Estado do partido e o ministro do secretário de Estado do partido. A família Carvalho comia um bacalhau dia 24 de Dezembro e estava feito o Natal. Na noite de 25 o espião Joãozinho foi até um bar da baixa. Espiar. Pouca gente. A um canto uma mulher na casa dos 50 anos, loira, com umas belas mamas. Bebia cerveja atrás de cerveja. Olhou para o Joãozinho. 

- Bom Natal.
- Bom Natal.
- Quer beber uma comigo?
Uma hora depois Joãozinho estava em casa da loira. A mulher atirou-se para o sofá.
- Vem cá. Faz coisas bonitas à menina. Joãozinho aproximou-se a medo. A mulher agarrou-lhe a cabeça e com força esmagou-a contra a vagina. Uma, duas, muitas vezes. Joãozinho não respirava. Quando se libertou estava com a cara encarnada, molhada, um nojo.
- Tira as calças meu maricas.
Joãozinho, com os óculos sujos e a cabeça a latejar, baixou as calças.
- O que é isso, seu merdas? Isso é uma pila? Vai-te foder.
Joãozinho atirou-se para cima da mulher e estrangulou-a. Levantou-se, puxou as calças, limpou a cara com a mão, olhou à volta. Agarrou numa caixa de fósforos e pegou fogo ao sofá. 

Dois dias depois a morte fazia manchete de um tablóide: "Loira morre incendiada". Crime, dizia a PJ. Joãozinho leu e sentiu pela primeira vez na vida que era um homem. Matou a mulher sem as cunhas do pai. Tinha feito tudo sozinho. Aquela vaca já era. Joãozinho andava cada vez mais cheio de si. Entrava no café do bairro e olhava os clientes do alto do seu metro e cinquenta e nove centímetros de altura. Só pensava na vaca loira a arder morta no dia 25 de Dezembro. Passou um ano a pensar nas chamas e na loira a olhar para a sua pila. Ficava vermelho de ódio. Putas, são todas putas, estas vacas. E no dia 25 de Dezembro do ano seguinte Joãozinho pegou fogo a outra vaca loira. "Serial killer mata outra vez no Natal", era a manchete do tablóide. Joãozinho só pensava no Natal. E quando chegou dia 25 lá ardeu a terceira vaca loira. Azar. Uma câmara de vigilância apanhou o Joãozinho. Foi condenado a 25 anos de prisão. "Você é um miserável", concluiu a juíza. A mãe não assistiu. Estava na junta. O pai também não. Estava na repartição. 

UM CONTO DE ANTÓNIO RIBEIRO FERREIRA

IN "i"
25/12/13

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INTIMISSIMI



INVERNO/2
2013




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Um lindo Natal




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IV-OS SUPER
 HUMANOS
1-HIPER MEMÓRIA





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PATRÍCIA SUMARES

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Querido Pai Natal

Confesso sentir que o estado da cultura em Portugal é extremamente preocupante e quase inexistente. Fico muito preocupada com tanta falta de visão por parte dos nossos governantes quando dizem que vão reduzir dez milhões de euros no novo orçamento de Estado para esta tão importante área que não se resume única e exclusivamente ao entretenimento. A cultura é mais do que isso, é a alma de um povo. Sem cultura não há identidade nem sonhos e sem sonhos não há desenvolvimento e progresso.

No final do mês de novembro foi notícia nos vários meios de comunicação social da Madeira que a FNAC abriu as suas portas à meia noite e vendeu dezenas de consolas cujo valor de mercado rondava os quatrocentos euros. É claro que as pessoas são livres e têm o direito de gastar o dinheiro como bem o entendem mas é um assunto que merece alguns reparos quando se fala tanto da crise e do empobrecimento de muitas famílias na região e em Portugal.

Sabemos que o empobrecimento de um país resulta sempre de uma má gestão e valorização da sua cultura. A Madeira não é exceção à regra e há cada vez mais famílias a consumirem menos bens culturais como um bom livro, uma criação artística, ou simplesmente uma ida ao cinema, ao teatro ou a uma exposição, etc.

O discurso político muito tem contribuído para o desinvestimento nesta área, pois defendem que a prioridade nestes tempos de aflição é só matar a fome, quando deveriam também defender e valorizar a cultura como forma de investimento e de desenvolvimento da nossa sociedade.

Assim verifico a falta de hábitos culturais resultante desta desorganização e má gestão dos vários espaços públicos, da falta de visão a longo prazo, da falta de definição de prioridades e de critérios, da falta de valorização dos cargos de chefia com pessoas com formação especifica e competentes.
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Causa-me profunda perplexidade ao verificar que os criadores que residem na ilha continuam isolados do mundo mesmo tendo ao seu alcance as novas tecnologias de informação e comunicação porque continuamos sozinhos. Somos um povo hospitaleiro e sabemos receber, mas em contrapartida não sabemos valorizar aquilo que é nosso. Os lobbies culturais gostam de importar, mas não sabem exportar o que de melhor temos pois regem - se pelo compadrio.

Sabemos que é importante mudar mentalidades e sabemos que para as mudar é urgente contar com a nova geração responsável.

Por isso peço-te Pai Natal que tragas bons hábitos culturais por forma a valorizarmos aquilo que realmente merece a nossa estima para as gerações futuras.
Obrigada e Boas Festas!

Professora


IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
23/12/13


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 4- OS VERDADEIROS
PIRATAS DO CARIBE





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Celin Dion



The Christmas Song






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Um lindo Natal




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PAI NATAL SOFRE!!!






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Infelizmente para


muito poucos















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 FELIZ NATAL





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SURPRESAAA






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10.OH QUE

ESTÁTUAS












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 TRAPALHADAS



DE NATAL 






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22.Senso d'hoje

PAPA FRANCISCO


Marginalizados são os que melhor compreendem a mensagem de Jesus

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