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Conselho Económico e Social condena cortes salariais acima de 600 euros
A proposta do Orçamento do Estado para 2014 entregue no dia 15 de outubro pelo Governo no Parlamento prevê cortes entre 2,5% a 12% nos salários do sector público a partir dos 600 euros
O Conselho Económico e Social (CES) considera "especialmente gravoso"
que a redução salarial proposta pelo Governo no Orçamento do Estado
para 2014 seja aplicada aos trabalhadores do setor público com
remunerações a partir de 600 euros.
No projeto de parecer sobre o
Orçamento do Estado (OE) para 2014, a que a agência Lusa teve acesso, “o
CES considera especialmente gravoso que a redução remuneratória não
preserve os mais baixos rendimentos, discordando a este respeito,da
proposta do OE 2014 que prevê o agravamento da redução dos salários dos
trabalhadores das administrações públicas e do Setor Empresarial do
Estado (SEE), abrangendo, pela primeira vez, os salários a partir dos
600 euros”.
No documento, que será discutido e aprovado na
segunda-feira pelo Plenário do Conselho Económico e Social, o CES assume
que "não pode deixar de discordar com a forma e ritmo excessivo" como
se vai processar a redução da despesa.
Condena, por isso, que tal
diminuição seja feita através de reduções remuneratórias e de reduções
da despesa com prestações sociais, "numa altura em que já se verificaram
elevadas perdas de rendimento com impacto na procura interna e na
qualidade de vida”.
O projeto de parecer, elaborado pelos
conselheiros João Ferreira do Amaral e João Machado, sugere que “a
consolidação orçamental deveria ter particular incidência na redução de
despesas com consumos intermédios e de funcionamento do Estado, sem que
ponha em causa a quantidade, qualidade e acessibilidade dos serviços
públicos, atenuando as penalizações sobre os trabalhadores das
Administrações Públicas e do Setor Empresarial do Estado e pensionistas,
e em detrimento de aumentos da carga fiscal”.
A proposta do
Orçamento do Estado para 2014 entregue no dia 15 de outubro pelo Governo
no Parlamento prevê cortes entre 2,5% a 12% nos salários do setor
público a partir dos 600 euros.
Este corte substitui os cortes de 3,5% a 10% que vigoram desde 2011, para os salários acima dos 1.500 euros.
* Um assalto à magra bolsa dos mais frágeis.
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