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Apple em risco de acabar
como a Nokia e a BlackBerry
Enquanto o CEO Tim Cook continua a dizer que a Apple ainda é a empresa que muda o jogo, os analistas desconfiam que a maçã perdeu o vigor. O iPhone perdeu 11% de quota de mercado na Europa Ocidental no primeiro trimestre de 2013, segundo a IDC, enquanto a Samsung subiu 31%.
Até a Sony e a LG melhoraram significativamente as suas posições, com
crescimentos acima dos 100%. Todos estão a ganhar terreno à Apple.
Mesmo continuando a aumentar as vendas do iPhone, a verdade é que não
consegue manter a quota de mercado. E se os rumores em torno do iPhone
5S forem verdadeiros, e não houver grandes mudanças ao nível do
hardware, a Apple vai enfrentar um inverno difícil.
"Neste
momento, a Apple só tem duas estratégias: ou revoluciona o mercado com
um produto completamente diferente, ou alarga o portafólio”, afirma ao
Dinheiro Vivo o diretor europeu de pesquisa da consultora IDC, Francisco
Jerónimo.
“Está claro que não vão continuar a crescer com a mesma
estratégia de renovar um produto todos os anos. O rumor é que o próximo
hardware será semelhante, e isso não vai resultar”, considera.
“A
Apple vai ter de expandir o portefólio. Acredito que este ano vai
lançar dois telefones, um a um preço mais baixo e outro com ecrã maior. O
de preço mais baixo até é dispensável, basta que reduzam o dos
anteriores, mas também pode optar por um telefone com especificações
técnicas reduzidas”, indica o especialista.
A multinacional
apresentou no início de junho uma versão preliminar do novo iOS 7, o
sistema operativo que irá ser lançado com os novos produtos entre
setembro e outubro. Embora seja uma revolução no design e interface do
iPhone, os analistas consideram que o problema está no hardware e nas
tendências dos mercados, em especial nos países emergentes.
“Está
claro que os utilizadores querem ecrãs maiores, e a Samsung provou
isso. Demonstrou que consegue inovar com novos conceitos e os
consumidores, principalmente os que já estão na segunda ou terceira
geração de smarphone querem coisas diferentes, mais inovadoras”, explica
Francisco Jerónimo. A guerra pelos ecrãs gigantes está ao rubro, com a
Samsung, Sony e Huawei a lançarem smartphones com ecrãs acima das 6
polegadas apenas um pouco mais pequenos que um tablet normal.
“É
por isso que a Samsung tem crescido e vendeu quase o dobro da Apple no
trimestre passado. Tem lançado conceitos inovadores e arriscado. O
Galaxy Note foi um risco”, acrescenta o analista da IDC.
Uma das
diferenças da fabricante sul-coreana, que na semana passada lançou três
novos smartphones Galaxy S4, é que facilmente cancela um produto se este
não resultar, “coisa que outros fabricantes não têm a possibilidade nem
flexibilidade para fazer” e que seria considerado um escândalo no caso
da Apple.
O comportamento das ações da marca em bolsa espelham a
desconfiança do mercado. Depois de ter atingido os 700 dólares em
setembro de 2012, os títulos da Apple estão a cotar pouco acima dos 400
dólares. Nada do que tem surgido nos bastidores, desde o relógio
inteligente a uma nova Apple TV, entusiasmou os investidores.
“O
que aconteceu â BlackBerry e à Nokia pode acontecer à Apple. Estamos a
ver os primeiros sinais de que está a ficar refém da sua dimensão e vai
ter de ser mais veloz a inovar”, alerta Francisco Jerónimo.
“A
Apple continua a ter a sua base de fãs, porque continua a ter a melhor
experiência nos produtos, mas não será suficiente. Metade do mercado
mundial ainda está nos telemóveis básicos, e é aí que eles não estão a
conseguir ir.” A gama anterior de iPhones, que ficam mais baratos quando
aparece um novo, até está a atrair os consumidores das regiões onde o
preço é importante. “Mas com os novos não consegue fazer isso”, frisa.
O
mais importante é um ecrã maior. É muito evidente que os utilizadores
não usam os smartphones só para aplicações, querem vídeo, televisão e
navegar num ecrã maior.”
* Gigantes com pés de barro.
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