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PCP ameaça escritora Alice Vieira
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HOJE NO
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PCP ameaça escritora Alice Vieira
de expulsão do partido
PCP acusa escritora de “quebra dos compromissos e deveres inerentes a um membro do partido”. Antónia Dimas admite que em casos como este “não faz sentido a manutenção no partido”
A escritora e militante do PCP, Alice Vieira, poderá ser afastada do
partido por se candidatar nas listas do PS às próximas eleições
autárquicas. Os comunistas consideram a decisão da escritora de
encabeçar a lista do PS à Assembleia Municipal de Mafra “uma quebra dos
compromissos e deveres inerentes a um membro do PCP” e já solicitaram a
Alice Vieira “uma conversa” sobre o assunto.
O PCP reagiu em comunicado à notícia de que Alice Vieira vai integrar a candidatura de Elísio Summavielle em Mafra e classificou esta decisão como “um apoio aos objectivos e ambições” do PS, que pretende fazer das eleições autárquicas um momento para “disfarçar a sua identificação e compromissos com as opções essenciais da política de agressão aos direitos dos trabalhadores e do povo”
O PCP reagiu em comunicado à notícia de que Alice Vieira vai integrar a candidatura de Elísio Summavielle em Mafra e classificou esta decisão como “um apoio aos objectivos e ambições” do PS, que pretende fazer das eleições autárquicas um momento para “disfarçar a sua identificação e compromissos com as opções essenciais da política de agressão aos direitos dos trabalhadores e do povo”
O partido tenciona reunir-se com Alice Viera - que é militante há mais
de trinta anos - e Antónia Dimas, da direcção do Sector Intelectual de
Lisboa (a que pertence a escritora), diz ao i que, a confirmar-se
esta candidatura, a escritora está a “compactuar com a forma de actuar
do PS” e “é evidente que há uma quebra no compromisso que tem com o
partido”.
Antónia Dimas não quer fazer mais comentários sobre este caso concreto,
mas admite que “teoricamente, havendo uma candidatura contra o partido
de que se é membro, não fará sentido a manutenção no partido”.
A dirigente comunista assume que “ficou surpreendida” com a decisão de
Alice Vieira e garante que, até ao momento, “não houve qualquer
conversa” entre o partido e a escritora.
Os estatutos do PCP prevêem diferentes sanções disciplinares: a
censura, a diminuição de responsabilidades, a suspensão da actividade
partidária por período máximo de um ano e a expulsão do partido.
A polémica com a candidatura de Alice Vieira surge numa altura em que o
PS lançou um apelo às outras forças de esquerda para algumas alianças
nas próximas eleições autárquicas.
Os comunistas já responderam à carta do PS com o convite para discutir
coligações em câmaras como Lisboa, Porto ou Faro, mas o mais certo é
avançarem com listas próprias nas principais câmaras. A iniciativa do PS
foi mesmo classificada pelo PCP como “propaganda”. Tanto António Costa,
em Lisboa, como Manuel Pizarro, no Porto, apelaram a alianças à
esquerda, mas sem sucesso. O PCP recusa aliar-se a um partido que não
quer romper com o Memorando e os bloquistas só alinham em coligações que
consigam reunir toda a esquerda. O i tentou contactar Alice Viera, mas sem sucesso.
* Isto é um caso banal de indisciplina partidária, com todo o respeito que temos por Alice Vieira, uma grande mulher, não há outra interpretação.
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