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Bancos precisam de 474 milhões
para prevenir perdas
na construção e imobiliário
Os bancos
portugueses necessitam de reforçar até final do ano em 474 milhões de
euros as provisões para imparidades ligadas aos setores da construção e
do imobiliário, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira
pelo Banco de Portugal.
Este montante é cerca de metade do
total de 861 milhões de euros que o supervisor identificou que os bancos
precisavam a 30 de junho, data que serviu de base ao programa de
inspeções à exposição que as principais instituições financeiras têm aos
setores da construção e promoção imobiliária.
No entanto,
explicou o Banco de Portugal (BdP), a 30 de setembro os bancos já tinham
coberto "parte das necessidades de reforço de imparidade identificadas,
reduzindo o seu montante de 861 milhões de euros para 474 milhões de
euros". O reforço terá de ser feito até 31 de dezembro.
O
supervisor bancário disse ainda em comunicado que estas necessidades de
reforço não comprometem "o umprimento do mínimo regulamentar de 10%" de
rácio de capital 'core tier 1' (a medida mais exigente para avaliar a
solvabilidade de um banco), que os bancos têm de cumprir até final deste
ano.
A operação levada a cabo pelo BdP e duas empresas de
auditoria (PricewaterhouseCoopers e Ernst&Young) envolveu os oito
principais grupos bancários a operar em Portugal: BCP, Banco BPI, Caixa
Geral de Depósitos (CBG), Montepio, Santander Totta, Crédito Agrícola e
ainda as 'holdings' que detêm o BES (Espírito Santo Financial Group) e o
Banif (Rentipar Financeira).
Nestes oito grupos bancários, as
exposições aos setores da construção e imobiliário era de 69 mil milhões
de euros, sendo 61% aos setores da construção e promoção imobiliária e
39% de entidades relacionados com empresas destes setores, o que
representa cerca de 40% do segmento empresarial.
Deste total, a
inspeção do BdP usou uma amostra de 2.856 entidades (56% da população),
numa exposição de 39 mil milhões de euros.
* Engraçado...e os bancos que não precisavam de dinheiro.
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