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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Passageiros fogem do comboio, metro e barco nas movimentações do dia-a-dia
Num trimestre em que os preços dos transportes em Lisboa foram novamente aumentados, houve menos passageiros a utilizar o transporte ferroviário e fluvial para as suas viagens pendulares. Isto numa altura em que a taxa de desemprego continuou em máximos.
Houve menos pessoas a utilizar o comboio e o metro para as movimentações quotidianas nos primeiros três meses do ano.
A queda de passageiros intensificou-se em Fevereiro, mês em que os preços dos transportes foram aumentados em Lisboa.
A rede suburbana foi aquela que verificou o maior deslize no número de passageiro no primeiro trimestre de 2012, revelam os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Esta rede suburbana – que permite a concretização das movimentações pendulares por comboio – representa 90% do total de passageiros do modo ferroviário.
O número de passageiros nesta rede caiu 8,8% nos primeiros três meses do ano, com o transporte de 31,7 milhões de passageiros. Em Janeiro, a quebra tinha sido inferior a 1%, mas em Fevereiro e Março as descidas do número de passageiros superaram os 12%.
Foi em Fevereiro que entraram em vigor os novos preços dos transportes em Lisboa, com a entrada em funcionamento do passe Navegantes, que permite a conjugação dos vários meios de transporte em Lisboa. Os novos títulos registam agravamentos dos preços acima dos 5% que tinham sido definidos pelo Governo.
O Executivo admitiu, em antecipação, uma quebra na procura do transporte público devido à reforma tarifária.
Na totalidade do sistema de transporte ferroviário pesado (sem contabilizar o metropolitano), o número de passageiros caiu 8,4% para 35,2 milhões, “completando um período de quatro trimestres consecutivos com evoluções negativas”.
Metro do Porto perde passageiros pela primeira vez em dois anos
Também o Metro de Lisboa verificou uma descida do número de passageiros transportados no primeiro trimestre e, mais uma vez, com a intensificação da quebra em Fevereiro (descida de 1,4% em Janeiro para 13,1 em Fevereiro e 15% em Março).
Ao todo, foram transportados 41,3 milhões de passageiros pelo metropolitano de Lisboa, um número 9,6% abaixo do verificado no período homólogo. É uma quebra, indica o INE, que se verifica há três trimestres consecutivos.
O Metro do Porto, por sua vez, “registou, pela primeira vez nos últimos dois anos, um decréscimo no número de passageiros transportados, ou seja, 14,2 milhões correspondentes a -1,7%”, indica o mesmo documento do gabinete de estatísticas português.
Nota ainda para a diminuição do número de utilizadores do modo fluvial, menos 9,2% em termos homólogos, em contraposição ao aumento de 1,3% do volume de passageiros em transporte aéreo – impulsionada em Fevereiro pelas férias de Carnaval. O aeroporto de Lisboa foi o que mais contribuiu para o movimento positivo.
A redução do número de passageiros em transportes públicos era já antecipada, devido ao aumento dos preços, mas também pode estar associada a uma taxa de desemprego em máximos históricos em Portugal (14,9% no primeiro trimestre), que reduzirá a necessidade de deslocações diárias ao mesmo ritmo que em épocas onde há menos desemprego.
* O termo "fogem" do título da notícia é enviesado, os passageiros não fogem, não têm dinheiro para entrar, é bem diferente.
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