Vítimas de cancro aumentam
todos os anos em Portugal
O número de mortes por cancro não pára de aumentar em Portugal e em 2010 quase 25 mil portugueses morreram vítimas de um tumor maligno, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Na véspera da comemoração do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, que se assinala no próximo sábado, o presidente do Colégio da Especialidade de Oncologia da Ordem dos Médicos, Jorge Espírito Santo, lança um alerta: em Portugal, "a doença oncológica é o parente pobre" da saúde.
"A doença oncológica tem aumentado em termos de incidência, de exigência, de peso assistencial. Tem aumentado em termos de recursos necessários, de complexidade da decisão terapêutica e daquilo que se faz aos doentes", disse o especialista.
Em Portugal, a doença faz cada vez mais mortos. De acordo com dados do INE, nos últimos cinco anos registou-se um aumento de 12% de mortes por cancro.
Apesar do aumento de mortes, Jorge Espirito Santo sublinha que a taxa de sobrevivência à doença é cada vez maior: "Há cada vez mais mortes em termos absolutos, mas a taxa de mortalidade da maioria dos tumores tem estado a diminuir".
"Globalmente, por cada 100 novos doentes diagnosticados hoje com cancro, daqui a cinco anos, esperamos que entre 55 a 60 estejam vivos. Ora, este valor é muito mais alto do que era aqui há dez e há 20 anos, quando o valor andava pelos 40%", explica Jorge Espírito Santo.
De acordo com os números do INE relativos a 2010, os cancros na laringe, brônquios e pulmão são os que provocam mais mortes em Portugal (4.046), seguindo-se o cancro do cólon (2.650 mortes), do estômago (2.323), do tecido linfático (2.009) e da próstata (1.786 casos mortais registados).
Jorge Espírito Santo lamenta que em Portugal o cancro tenha sido "sempre sub-financiado".
"Os recursos que são consumidos no combate ao cancro - desde a prevenção até aos cuidados paliativos - são muito mais baixos do que o impacto que a doença tem na sociedade", defendeu.
Lembrando o "bolo global da área da saúde", o especialista critica o facto de a fatia gasta com o cancro ser "muito mais pequena do que o impacto da doença na sociedade".
Para o presidente do Colégio de Oncologia, é preciso fazer o levantamento e saber em que condições se pratica a oncologia hoje em dia e, depois, "têm de ser definidas regras nacionais iguais para todos".
* Uma dor de descomunal tamanho.
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