24/09/2010

ANA RITA GUERRA





Tudo o que é de mais enjoa

Algures em 2007, uma responsável da Google Espanha confirmou a meios locais que a empresa estava a trabalhar num projecto que envolvia telemóveis. A notícia foi traduzida e rapidamente se espalhou pela internet, gerando um enorme buzz - então a Google estava a preparar um telemóvel? Melhor, seria um concorrente de peso para o recém-revelado iPhone, da Apple? A Google desmentiu categoricamente toda a história e quando quisemos confrontar a tal responsável espanhola ela "já não estava". O facto é que o Google Phone existia mesmo, assim como o iPad existia mesmo quando a Apple desmentiu os primeiros rumores. Por isso, é perfeitamente plausível que a história avançada pelo site TechCrunch no fim--de-semana, de que o Facebook está a trabalhar no seu próprio telemóvel, corresponda a um projecto real. A rede de Mark Zuckerberg apressou-se a negar o conteúdo do artigo, dizendo que não era "rigoroso" e que o Facebook "não está a fabricar um telemóvel" - algo pouco característico da empresa, que costuma ignorar os rumores da blogosfera. Além disso, também ninguém espera que o Facebook fabrique o telemóvel, tal como a Google não o fez, entregando o hardware nas mãos da asiática HTC. Agora, a questão relevante é: faz sentido para o Facebook criar um telemóvel com a sua marca? Para que servirá um FacePhone? Se só servir para aperfeiçoar o vício do Facebook será demasiado limitado (e não é nada que o iPhone e os Android já não façam). Se for um telemóvel normal, então é perda de tempo. Perguntem à Microsoft, que está a ver o Windows Mobile morrer na praia.

jornalista especialista em tecnologias

in "i"
21/09/10

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