Reconstrução na Idade Moderna
No final do século XIX, alguns cidadãos consciencializaram-se da importância do velho Mosteiro. Entre estes cidadãos encontravam-se principalmente Manuel Vieira de Natividade (1860-1918), historiador, arqueólogo e agrónomo. Este último tornou pública a sua obra sobre o Mosteiro de Alcobaça em 1885. O Presidente da Câmara só em 1901 fez uma petição junto ao governo para a reparação e a limpeza da fachada do Mosteiro. Em 1907, o governo português publicou, pela primeira vez, um decreto que protegia partes do Mosteiro. A partir de 1929, o Estado, com a ajuda dos serviços responsáveis pelos monumentos, começou a reparar de forma sistemática a Igreja e o Mosteiro medieval, restituindo-lhes o seu aspecto original. Nos anos 90, a ala sul do Mosteiro passou novamente para o domínio do estado e os dois claustros, juntamente com as suas construções datadas dos séculos XVI a XVIII, foram restituídos, apenas, em 2003. A igreja e a parte mediável era considerado património mundial pela UNESCO 1989. Depois de o Mosteiro ter sido seriamente danificado por uma estrada principal que atravessava a praça principal continuando ao longo do lado norte, causando uma poluição devastadora ao edifício a circulação de trânsito nessa via foi cancelada e a praça do Mosteiro foi totalmente alterada de acordo com sua situação histórica com suporte de União Europeia. Em 7 de Julho de 2007 o mosteiro foi eleito como uma das Sete Maravilhas de Portugal.
Significado cultural da Abadia
Ensino e economia
O desenvolvimento da agricultura era um ponto fulcral na cultura medieval dos monges, que já nos primeiros povoamentos da região de Alcobaça colocaram a primeira pedra para uma agricultura próspera. Os monges instruíam os colonos e ensinavam-lhes algumas perícias artesanais. Deste modo, eles promoviam o artesanato que na época medieval só existia nas cidades. A escola pública, criada no ano de 1269, assim como as escolas de agricultura criadas na época medieval, como a escola de agricultura datada do século XIV na Quinta do Campo em Valado dos Fradres, também as escolas de agricultura em Alvorninha, Vimeiro e Maiorga, são exemplos dessa instrução. Assim, floresceram cidades numa área de ca. de 500 km², das quais durante muito tempo muitas ainda criaram concelhos. Destas cidades só subsistiram Alcobaça e a Nazaré. Até hoje, a paisagem encontra-se marcada pelo mais alto grau de aproveitamento (como fruta, vegetais, vinho e óleo). Por outro lado, as capacidades artesanais, especialmente cuidadas, conduziram a um florescimento do artesanato em Portugal no século XIX, desde a criação de fábricas de papel, de vidro, de porcelana, de têxteis, bem como de fábricas de conservas de fruta. Embora, entretanto, algumas tenham deixado de existir, muitas fábricas caracterizam ainda hoje a agricultura regional.
Ciência
O facto de, em 1755, ter sido criada uma das maiores bibliotecas deve-se ao surgimento de inúmeros monges cronistas e historiadores (como Frei Bernardo de Brito, Frei António Brandão e Frei Fortunato de São Boaventura). Estes monges tornaram-se conhecidos pelos Cronistas de Alcobaça. Eles publicaram durante séculos a Monarchia Lusitana, uma obra que tratava da História de Portugal, mas que também fazia referência, através de monografias, a diversos temas históricos. [13]
Arte
À excepção das partes medievais do Mosteiro, que impressionam devido à sua simplicidade, os monges não deixaram marcas significativas deste tempo para além de duas estátuas de Nossa Senhora, datadas do século XV e XVI, respectivamente. O motivo prendia-se não só com a proibição, por parte dos cistercienses, de representar imagens, mas também com os ideais de virtude, prevalecendo os valores da simplicidade e da modéstia. A influência da Casa Real e o desligamento de Claraval fizeram cair estes ideais e, a partir do século XVII, formou-se uma escola de arte barroca extremamente produtiva, que criava esculturas de barro. A maior parte das obras são anónimas, sendo atribuídas, de uma forma geral, aos Barristas de Alcobaça Ainda hoje, a Capela das Relíquias na sacristia, o grupo com a representação da morte de São Bernardo, que se encontra numa capela com o mesmo nome no transepto a sul da Igreja (e que fora extremamente danificada pelas Invasões Francesas em 1810) e um grande número de imagens de altar, em tamanho real , que se encontram normalmente nas capelas da Rotunda e do Mosteiro, são um testemunho dessas esculturas. Uma parte dessas estátuas, assim como a da representação de Santa Ana, também aqui presente, são originárias do altar de uma capela-radial, que tinha sido dedicada à Sagrada Família.
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