HOJE NO
"DESTAK"
"DESTAK"
Enfermeiro despede-se de Cavaco Silva antes de emigrar e implora para não criar "imposto" às lágrimas e saudade
Pedro Marques, enfermeiro português de 22 anos,
emigra quinta-feira de madrugada para o Reino Unido, mas antes
despediu-se, por carta, do Presidente da República e pediu-lhe para não
criar "um imposto" sobre as lágrimas e sobre a saudade.
"Quero
despedir-me de si", lê-se na missiva do enfermeiro portuense, enviada
hoje a Cavaco Silva e que tem como título "Carta de despedida à
Presidência da República".
O enfermeiro Pedro Marques, que diz
sentir-se "expulso" do seu próprio país, implora a Cavaco Silva para que
não crie um "imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade" e
apela ao Presidente da República para que permita poder regressar um
dia a Portugal.
“Permita-me chorar, odiar este país por minutos
que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país,
envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do
sol, da comida, dos campos da minha aldeia”, lê-se.
Em entrevista à
Lusa, Pedro Marques conta que vai ser enfermeiro num hospital público
de Northampton, a 100 quilómetros de Londres, que vai ganhar cerca de
2000 euros por mês com condições de progressão na carreira, mas diz
também que parte triste por “abandonar Portugal” e a “família”.
Na
mala, Pedro vai levar a bandeira de Portugal, ao pescoço leva um
cachecol de Portugal e como companhia leva mais 24 amigos que emigram no
mesmo dia Mónica Ascensão, enfermeira de 21 anos, é uma das
companheiras de Pedro na diáspora.
“Adoro o meu país, mas tenho de
emigrar, porque não tenho outra hipótese, porque quero a minha
independência, quero voar sozinha”, conta Mónica, emocionada, pedindo ao
Presidente da República e aos governantes de Portugal para que “se
preocupem um pouco mais com a geração que está agora a começar a
trabalhar”.
“Adoraria retribuir ao meu país tudo aquilo que o
país deu de bom”, diz, acrescentando que está “zangada” com os
governantes, porque o “país não a quer mais”.
Pedro Marques não
pretende que o Presidente da República lhe responda.“Sei que ser
político obriga a ser politicamente correcto, que me desejará boa sorte,
felicidades. Prefiro ouvir isso de quem o diz com uma lágrima no
coração, com o desejo ardente de que de facto essa sorte exista no meu
caminho”, lê-se na carta de despedida do filho de uma família de
emigrantes que se quis despedir de Cavaco Silva.
* Significativa esta carta que não enche de vergonha os nossos governantes porque para eles vergonha já era.
.
1 comentário:
vale a pena ler a carta original em:
anastomoses.blogspot.pt/2012/10/carta-de-despedida-presidencia-da.html?spref=fb
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