ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
Quer criar uma loja online?
Não salte nenhum destes passos
Duarte Miguel Freitas, CEO e fundador da Anturio, empresa de software de gestão, dá alguns conselhos sobre como deve potenciar o seu projeto online.
Se sonha lançar uma loja online e começar a
vender os seus produtos, há que ter algum cuidado. Uma loja mal
montada, pouco atrativa pode ditar o insucesso desse projeto há muito
desejado.
Duarte Miguel Freitas, CEO e fundador da Anturio, empresa de software de
gestão, dá alguns conselhos sobre como deve potenciar o seu projeto
online.
“Como criar uma loja online: da ideia à
promoção digital
As lojas online são uma tendência no nosso país. A facilidade com que,
em pouco tempo, se monta uma loja que permite vender pelo canal digital
tem atraído desde particulares que procuram um rendimento extra até às
grandes multinacionais. O que poucos sabem é que, por trás de uma loja
online, há uma infraestrutura que tem de ser criada para assegurar o seu
funcionamento e o seu objetivo principal: vender!
Uma loja online implica 3 passos fundamentais
Existem três fases principais para a criação de uma loja online, cada
uma delas com as suas especificidades.
A fase de preparação: da fotografia ao conteúdo
A primeira, a que chamo de fase pré-loja online, implica ter três
vertentes bem organizadas. Em primeiro lugar, referenciar os artigos,
ter/tirar fotografias de qualidade desses artigos e manter os stocks
atualizados. É preciso também ter um software de faturação certificado
pela Autoridade Tributária e Aduaneira.
.
Na referenciação dos artigos,
não é suficiente ter uma descrição generalista, um “pecado” que muitos
cometem por essa Internet fora. Não posso ter um artigo a dizer apenas
“camisola a €2,80”. É necessário indicar o modelo da camisola, a
respetiva cor, a referência, o tamanho e o preço com os stocks separados
no sistema. Convém fazer um esforço na referenciação de artigos antes
de começar a vender. Normalmente, os fornecedores já têm os códigos de
barras e os artigos bem referenciados, por isso, basta copiar essa
informação para o sistema de ERP (Enterprise Resource Planning – sistema
de gestão empresarial).
Este ERP também vai gerir os stocks, a segunda vertente desta primeira
fase. Se já tiver um negócio a funcionar, é mais simples, pois basta
ligar o ERP que já tem na sua empresa aos stocks da loja. Como as vendas
são contínuas, o mais difícil é manter os stocks atualizados.
A terceira necessidade a ter em conta é as fotografias dos artigos. Se
não tiver boas fotografias, é mais difícil convencer os clientes a
comprar. As fotos têm de ser atrativas e de qualidade. Quando tirar
todas as fotos, tem de as inserir no sistema e associá-las aos
respetivos artigos. Aqui, há duas hipóteses: ou seleciona fornecedores
que já tenham fotografias e pede para as aproveitar ou monta um pequeno
estúdio para fazer as fotos, com ou sem modelo, consoante o
público-alvo. É muito importante tirar fotografias de cada uma das cores
em que o artigo está disponível, caso contrário o cliente não compra.
Falo por experiência própria!
Tendo estes três parâmetros bem estruturados e integrados num ERP, posso
passar à segunda fase.
Layout não deve distrair o cliente do que realmente interessa:os seus
produtos
A segunda fase é a da construção da loja online propriamente dita. A
parte mais importante nesta fase é a da integração, porque ninguém quer
ter de repetir o esforço da referenciação, das fotos e dos stocks e ter
de carregar tudo manualmente num segundo sistema. Existem vários
integradores e motores de lojas online: magento, prestashop, oscommerce,
virtuemart, zencart, etc, mas a grande novidade do mercado é a loja PHC
– o PHC Web -, que já está integrada e dispensa qualquer ferramenta
adicional para fazer a sua ligação. Esta ligação consiste na passagem
dos artigos do ERP para a loja online, como os preços, as fotos e as
referências, e passar as encomendas e os clientes que vão sendo criados
da loja online para o ERP.
O segundo ponto a dar atenção é o desenho gráfico. A facilidade de
utilização e a atratividade visual numa loja online, especialmente se
for Business 2 Consummer (B2C), são essenciais. A loja deve ser bonita,
fácil de entender, sem lixo visual, e onde os artigos saiam naturalmente
e só apareça o que realmente é importante. O background em tons claros,
contrastando com as cores fortes dos produtos permitem destacar o que
realmente importa: vender! Vale a pena apostar num bom design gráfico,
que é pago apenas uma vez, mas que pode fazer toda a diferença,
principalmente numa loja B2C.
O terceiro ponto importante é transparecer segurança, através de marcas
conhecidas. Isto é de enfatizar, porque, quando vamos comprar online e
colocar os nossos cartões de crédito num site, a segurança é
fundamental. É importante termos várias opções de pagamento, como os CTT
e, no caso de Portugal, referências Multibanco. Se colocarmos ao lado
destes meios, o logótipo da DHL ou de outra transportadora, isso vai
criar confiança junto dos clientes. Muitas vezes, a loja online até
acaba por ser usada apenas como catálogo, sendo depois a venda
concretizada por e-mail. Por isso, a segurança é indispensável.
Além disso, devemos dar atenção ao SEO – Search Engine Optimization – e
preencher todas as descrições e links dos produtos para manter a loja
otimizada, de forma a ser encontrada nos motores de busca na Web. Não
podemos esquecer também os termos de utilização e as condições para
devolução, que têm de ser muito claros. Depois da loja montada e a
funcionar, passamos à teceria fase: angariar clientes.
Angariar clientes na Web é como o mel: funciona por atração
Temos de ter em mente que uma loja online não deixa de ser uma loja. Tem
de ter pessoas a atender e tem custos de funcionamento. Nesta fase, é
importante apostar em publicidade online, nomeadamente Facebook Ads,
Google Adwords, Instagram, E-mail marketing e tudo o que pudermos fazer
para atrair tráfego para o site. Um tráfego mínimo para começar a vender
será de 500 visitas por dia e normalmente uma taxa de conversão de 1%
já é muito boa. É claro que isto depende muito do tipo de artigos e
varia de mercado para mercado. Ora, 1% de 500 visitas são 5 vendas
diárias, o que já não é mau. Um a dois mailings semanais com links para o
site podem ser uma boa ajuda.
O investimento pode ser distribuído, por
exemplo, com 200 euros mensais no Facebook, mais 200 ou 300 em Google
Adwords, o que perfaz um total de investimento mensal a rondar os 400 ou
500 euros. Isto para que se tenha a noção de que não basta colocar uma
loja online para vender. Existem custos e dá trabalho. Se já tiver uma
marca conhecida, terá menos trabalho, mas, se for um ilustre
desconhecido, o investimento em tempo e dinheiro tem de ser maior.
Recorde que é preciso pessoas para manter o site, atender os clientes,
gerir a publicidade online, alimentar o blog, etc. O ponto de contato do
site pode ser via telefone ou e-mail – os mais credíveis – e isso
implica ter também pessoas para responder aos pedidos dos clientes.
Atualmente, esta interação também pode ser feita pelo Facebook. As
pessoas já estão tão habituadas a falar com os amigos via Facebook que
acabam por contatar as empresas da mesma forma.
Uma das variáveis mais importantes nesta fase é o mercado a abordar. Não
basta colocar uma loja online e começar a vender para todo o mundo.
Isto por causa da língua e da logística. Se só tem armazéns em Portugal e
quer vender para a China, provavelmente o custo do transporte é
incomportável. É preciso ter a noção dos mercados a abordar e direcionar
toda a publicidade, mailings e demais ações para esses mercados. Isso
implica traduzir a manter o site em várias línguas e ter atenção ao
câmbio. Outra variável importante é a logística. Tem de ter em conta as
alfândegas, a logística do armazém e todos os custos associados. Para
saber isso, basta ver o peso e a dimensão dos produtos que quer vender e
contatar as transportadoras internacionais. Em alternativa, pode ter um
revendedor na área para onde pretende vender, com stocks no local.
É importante seguir estas etapas sem saltar nenhuma. Existem muitas
empresas que nem os stocks têm certos. Essas não podem ter uma loja
online, pois correm o risco de vender produtos que já nem existem. O
ideal para uma loja online é conseguir um nicho de mercado, pois, na
Internet, está a concorrer com lojas de todo o mundo.”
* Experimente e bom negócio.
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