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HOJE NO
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Orçamento
PSP e GNR sem dinheiro para
combustíveis mais caros
Governo deu aos serviços públicos 129 milhões de
euros para gasolina, uma redução de 13% face a 2015. Subida de impostos
pode levar a derrapagens nas forças de segurança
O Orçamento
do Estado para 2016 (OE2016) vai gerar um agravamento do Imposto sobre
Produtos Petrolíferos (ISP) que terá reflexos nos preços finais dos
combustíveis, mas os serviços públicos vão ter menos verbas para gastos
com gasolina e gasóleo. As entidades do Estado com as maiores frotas de
automóveis, como as forças de segurança, terão pela frente um difícil
exercício de contenção.
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De acordo com os mapas do Orçamento entregues no parlamento, as
verbas para combustíveis dos serviços integrados e dos fundos autónomos
do Estado totalizam 129 milhões de euros, uma redução de 20 milhões face
aos gastos do ano passado.
Esta diminuição de 13% poderá revelar-se ambiciosa, já que está
previsto um aumento do ISP de seis cêntimos, que deverá encarecer os
combustíveis quando o OE2016 entrar em vigor.
Embora o petróleo esteja em queda e os preços finais dos combustíveis
devam ficar mais baratos do que no ano passado - mesmo com o
agravamento do ISP -, a redução de 13% nos gastos pode ser optimista, já
que alguns dos organismos públicos que mais gastam em combustíveis
terão metas de contenção agressivas.
As forças de segurança têm a maior parte dos veículos do Estado e
terão reduções acentuadas no orçamento. Na GNR, cuja dotação para
combustíveis está contabilizada nos serviços integrados do Ministério da
Administração Interna, haverá um corte de 24% nesta rubrica. No ano
passado teve 10,5 milhões de euros para gastos com combustíveis e este
ano terá apenas oito milhões. Na PSP, a dotação orçamental era superior a
cinco milhões e passa para 2,4 milhões.
O cenário preocupa os militares da GNR. Em declarações ao i, o
presidente da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda
(ASPIG) considera que, “se essa redução vier a verificar-se, vai
prejudicar o policiamento de proximidade - que permite evitar assaltos,
roubos, situações de violência -, algo que implica rondas sistemáticas” e
que tem sido defendido por governos e associações.
Em 2015, a dotação foi “correta” e evitou situações como a de anos
anteriores, com pedidos de contenção nos últimos meses do ano por falta
de verbas para combustíveis. Se o corte avançar na medida em que está
previsto, até a proteção da costa e o combate ao tráfico de drogas
poderá ficar em causa. “As lanchas gastam muito combustível e essa
atividade de vigilância da costa também pode ficar afetada”, refere José
Alho.
O Estado tem acordos de longo prazo com algumas das principais
gasolineiras para o fornecimento de combustíveis, que implica um
desconto à cabeça por cada litro adquirido. Mas os preços variam à mesma
em função do preço praticado ao público e, com a subida do ISP, é
expetável que também os serviços públicos tenham de contar com os
efeitos do agravamento. As isenções de ISP previstas na legislação
abrangem apenas os transportes públicos.
Aperto nas horas extra
A contenção de gastos é
visível também noutras rubricas do OE2016. A proposta entregue na
Assembleia da República contém pouca margem financeira para que os
organismos públicos gastem mais em horas extraordinárias, caso o horário
normal de trabalho seja reduzido de 40 para 35 horas este ano.
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O ministro das Finanças explicou ontem, em entrevista ao “Diário de
Notícias”, que as 35 horas são um objetivo do programa do governo, mas
que a reintrodução do antigo horário terá de ser feito de forma
“gradual” para não gerar mais custos com pessoal. Já o
primeiro-ministro, António Costa, tem frisado que a medida é mesmo para
entrar em vigor a 1 de julho.
A iniciativa poderá passar pela negociação coletiva, mas do ponto de
vista orçamental a margem de manobra dos organismo do Estado é
praticamente nula. Diminuir a carga horária implicaria aumento de gastos
com horas extraordinárias - algo que o Orçamento não contempla.
Entre serviços integrados e fundos autónomos do Estado, a dotação dos
organismos públicos para horas extraordinárias totaliza 167 milhões de
euros, uma redução de 4,5% face ao ano anterior. A maior parte das horas
extraordinárias são pagas no Ministério da Saúde - precisamente aquele
em que as 35 horas causam mais constrangimentos orçamentais, já que
implicaria pagamentos adicionais a médicos e enfermeiros. “O sector da
saúde é um em que existe evidentemente alguma pressão, numa medida
destas”, admitiu o ministro Mário Centeno na entrevista ao DN.
O secretário de Estado do Orçamento, João Leão, reforçou a posição do
ministro. Em entrevista à Lusa, o governante adiantou que, se a
reposição das 35 horas tiver impacto ao nível dos custos, “terão de se
encontrar compensações” noutros serviços. “Não é necessário prever um
acréscimo de custos ao nível orçamental com essa medida” na proposta de
OE2016, frisou.
* A PSP e a GNR há dezenas de anos que nunca têm dinheiro que chegue, na generalidade têm bons profissionais pagos com salários miseráveis. A gestão também é má ao ponto de uma lancha da GNR em doca seca, num parque com segurança privada, ter como sentinela um piloto.
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