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Gabinetes de José Dirceu promoveram
.a entrada de Efromovich na TAP
As movimentações para Efromovich comprar a TAP arrancaram no final do Verão de 2011. Na primeira quinzena de Novembro de 2011.
Na primeira quinzena de Novembro de 2011, Luiz Eduardo de Oliveira e
Silva, sócio e irmão de José Dirceu, veio a Lisboa falar com altos
responsáveis. Semanas antes, Miguel Relvas tinha recebido Efromovich, a
pedido do empresário.
As consultoras brasileiras e portuguesas ligadas ao antigo chefe da
Casa Civil do ex-Presidente da República Lula da Silva, José Dirceu,
condenado a mais de 10 anos de prisão pelos crimes de formação de
quadrilha e corrupção activa no caso Mensalão, promoveram a candidatura
de Gérman Efromovich à privatização da TAP, a única proposta de compra
da companhia aérea nacional que chegou a ser avaliada pelo Governo de
Passos Coelho.
As movimentações para o Estado vender a TAP a Gérman Efromovich, dono
da companhia aérea colombiana Avianca-Taca (ligada à Avianca Brasil),
arrancaram em Setembro/Outubro de 2011 quando o ministro adjunto e dos
Assuntos Parlamentares Miguel Relvas recebeu o empresário (a pedido
deste) para falar do possível investimento na TAP.
Os encontros foram confirmados ao PÚBLICO por Miguel Relvas: “O
ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares recebe pedidos de
audiência de vária índole” e “nesse âmbito, confirma que recebeu, em
Setembro e Outubro de 2011, pedidos de audiência do empresário
mencionado para falar com o Governo português sobre as suas intenções de
poder vir a investir em Portugal”.
Os encontros “foram concedidos e decorreram, como é usual, com a maior
cordialidade”. Relvas garante que desde que a privatização arrancou
nunca mais teve contactos com Efromovich. Este empresário nasceu em
1950, na Bolívia, nacionalidade que recusou para assumir a colombiana
(Avianca-Taca), a brasileira (Avianca Brasil) e a polaca/europeia (TAP).
Dias depois de Relvas ter recebido Efromovich começaram os contactos
para ajudar Efromovich a entrar na TAP. Assim, na primeira quinzena de
Novembro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, sócio e irmão de José Dirceu
de Oliveira e Silva, deslocou-se a Lisboa para desenvolver contactos,
ao mais alto nível, financeiros e políticos. O PÚBLICO apurou que as
reuniões foram articuladas com o escritório de advocacia português Lima,
Serra, Fernandes & Associados (LSF), liderado por Fernando Lima,
parceiro dos vários gabinetes de José Dirceu.
Contactado pelo PÚBLICO para comentar o papel que desempenhou na
promoção da candidatura de Efromovich à compra da TAP, Luiz Eduardo de
Oliveira e Silva começou por fazer uma confusão o que o levou a declinar
pronunciar-se por não conhecer Abramovich [o multimilionário russo dono
do clube inglês Chelsea]. Mas, depois dos necessários esclarecimentos,
acabou por confirmar que veio a Lisboa, mas “só fui recebido pelo dr.
Ricardo Salgado, presidente do BES”.
Para falar de Miguel Relvas aconselhou o PÚBLICO a falar com o advogado
João Serra [sócio do Lima, Serra, Fernandes & Associados]: “Fala
com o João Abrantes Serra. [...] porque neste momento, estamos a passar
aqui por uma situação complicada e estamos a evitar contactos.” Uma
menção ao Caso Mensalão que tem no epicentro o irmão, José Dirceu.
Recorde-se que O Globo, na sua edição de 28 de Outubro,
publicou uma crónica de Ancelmo Gois onde este escreveu: “Quem está
ajudando o empresário Gérman Efromovich a comprar a TAP é o ministro
adjunto e dos Assuntos Parlamentares de Portugal, Miguel Relvas” que
“tem amigos influentes no Brasil – inclusive, Zé Dirceu.”
Em declarações ao PÚBLICO o jornalista referiu que Relvas possui, no
Brasil, “uma rede de amigos” e observou que existe, hoje, “grande
articulação entre as autoridades colombianas [a Avianca tem sede em
Bogotá] e o Governo português.”
Foi só depois de Luiz Eduardo ter regressado a São Paulo que os nomes
de Efromovich/Avianca/Sinergy (empresa através da qual o colombiano
concretizou a sua oferta de compra da TAP) começaram a integrar de forma
permanente e generalizada as listas dos potenciais candidatos a comprar
a TAP, uma das privatizações mais delicadas e polémicas, nomeadamente
por estar em causa uma empresa de bandeira emblemática e estratégica
para Portugal.
Contactada pelo PÚBLICO, fonte oficial de Efromovich negou conhecer
José Dirceu, Luiz Eduardo Oliveira Silva, João Serra ou Fernando Lima,
apesar de no Brasil o seu nome ser colocado como estando próximo dos
petistas ligados a Lula da Silva e a José Dirceu. Já o BES optou por
não comentar as informações, enquanto João Serra alegou dever de sigilo
profissional para não responder ao PÚBLICO.
* Esclarecidos???
Notas sobre José Dirceu
-Em 9 de outubro de 2012 foi condenado por corrupção ativa, junto com
José Genoíno e Delúbio Soares, pelo Supremo Tribunal Federal, colocando
um hiato em sua carreira política.
-Em 22 de outubro de 2012 foi condenado por formação de quadrilha pelo Supremo Tribunal Federal, por 6 votos a 4.
-Já no dia 12 de novembro de 2012 foi condenado a 10 anos e 10 meses
de prisão, devendo cumprir a pena em regime fechado, por conta da sua
participação no esquema do mensalão.
-Ele também foi condenado pela corte
a pagar multa no valor de R$ 676 mil..
-Recentemente foi envolvido em outro escândalo de corrupção e de tráfico
de influência devido a sua proximidade com a Rosemary Noronha, pivô do
escândalo.
"WIKIPÉDIA"
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